capitulo 3

146 12 0
                                    


São olhos queimavam como uma brasa acesa. Meu coração palpitou forte ao ver ele, me senti tão segura, algo ali me dizia que eu ficaria bem se ele estivesse ali. Como se tivéssemos alguma ligação.

Luci: é você?

Eu mal conseguia me manter acordada, mas precisava saber mesmo quem era, como se fosse uma necessidade. Ele se aproximou de mim , e tocou em minha mão que estava com um negocinho grudado no dedo, tipo um pregador.

Xxv sim, sou eu Luci.

Aquela voz grave , meu corpo estremeceu quando seus dedos gelados tocaram minha mão, mas uma paz imensa tomou conta de mim...

Xx: você vai ficar bem! Daqui meia hora já vai estar saindo desse lugar.

Meus olhos se fecharam, mas antes consegui ver os médicos entrando, e me socorrendo, e por fim, eu apaguei.

[...]

*30 min depois *

Por incrível que pareça, já estou saindo do hospital, recebi alta, foi indicado q eu fique de repouso, tomando uns remédios.

O garoto estranho não apareceu mais, ele estava certo , parece que previu meu futuro, como se ele não fosse um espírito e sim algo a mais.

Eu e vovó já estávamos em casa, subi para meu quarto e deitei sobre minha cama, eu estava me sentindo cansada, levantei fechei as cortinas, deitei o quarto bem escurinho e deitei na cama novamente. Aos poucos fui adormecendo, senti uma leve brisa e alguém me cobriu com meu edredon,  não consegui ver quem era pois adormeci.

[...]

A noite já havia chegado, vovó não estava em casa, e uma forte chuva caía lá fora. Desci as escadas e fui beber algo da geladeira, peguei alguns biscoitos e subi de volta pro quarto.

*vovó ligando*

Luci: alô?

Vovo: oi querida, vovó vai ter que ficar aqui na sua tia hoje, se cuida aí viu.

Luci: tá bom vovó, a senhora também, se cuida.

Vovó: bjs

Luci: bjs

__________

Deitei sobre o carpete e fiquei lendo um livro, já era quase onze horas da noite. A casa está tão silenciosa, me sinto tão...sozinha.

Xx: quer companhia ?

O estranho garoto saiu do meu closet, e se sentou na ponta da minha cama. Seus olhos haviam mudado de cor, sua pele continuava pálida e suas roupas escuras..

Luci: tô me sentindo sozinha, minha vó saiu e só vai voltar amanhã, então vou ter que ficar nessa casa sozinha, com um temporal lá fora.

Xx: ei, calma , eu tô aqui. Não precisa ter medo do temporal.

Luci: como sabe que tenho medo ?

Xx: eu sei tudo sobre você Luci. Te vi crescer.

Luci : então é você que aterrorizava uma criança, eu fiquei conhecida como louca sabia.

Xx: um dia, você vai entender o porquê de eu estar sempre te seguindo ou te observando.

Luci: aquele dia, você não me disse seu nome?

Xx: pode me chamar de Uriel.

Luci: nome diferente, mas pera, isso não é nome de anjo?

Uriel: tenho que ir, se precisar de mim, só me chamar , até em pensamentos

Sem que eu pudesse dizer algo, ele sumiu, simplesmente sumiu. Será que ele é um anjo? Mas porquê estaria aqui comigo, eu sou importante ?

A chuva lá fora aumentou, tomei um banho quente e me deitei. Meu corpo tremia sobre o lençol,  minhas mãos e pés estavam gelados, me cobri com o cobertor mas nada ajudava. Senti a ponta da cama afundar,mas fiquei com medo de ver quem era , continuei com os olhos fechados , tentando fingir que estava tudo bem.

Senti uma mão quente tocar meu rosto, aos poucos meu corpo foi esquentando, e eu fui adormecendo. Olhei de leve para o lado e vi alguém com asas, saindo pela janela. A mesma foi fechada logo em seguida e eu apaguei.

[...]

Acordo e olho em volta, tudo parece tão vazio. Bom hoje é sábado, então vou ter que achar algo para fazer. Levanto e vou até o banheiro, tomei um banho e desci as escadas. Vovó estava na cozinha preparando o café, olho no relógio e já eram 10hs.

Vovo: como foi sua noite querida?

Luci: foi boa.

Vovó: ontem logo quando vc chegou do hospital tive que ir na sua tia, seu primo estava ruim , aí fui lá cuidar dele enquanto ela estava presa no trânsito porque foi na farmácia comprar alguns remédios para ele.

Luci: obrigada por me cobrir com o edredon.

Vovo: não fui eu querida.

Luci: então quem foi?

Vovo: havia mais alguém aqui??

Luci: que eu saiba não.

Vovó pareceu preocupada, e eu também, se não foi ela, quem foi. Tenho uma sugestão mas não sei se devo falar, vai que ela me acha louca ou algo assim.

Luci: vovó

Vovó: oii

Luci: eu acho que sei quem foi, mas não sei se devo falar, se não é capaz da senhora me achar louca igual todo mundo.

Vovo: eu sempre vou acreditar em você minha querida.

Fui até a sala e me sentei no sofá, vovó se sentou ao meu lado e ficou pronta pra me ouvir. Eu contei tudo a ela, desde quando eu era pequena, e que tudo isso começou a acontecer quando meus pais morreram. Falei sobre as conversas que tive com ele , aos poucos senti meus olhos encherem de água, as lágrimas começaram a cair. Eu estava com medo, medo de algo que nunca me fez mal, mas sempre esteve comigo.

Vovó: minha querida, não precisa chorar. Sabe, desde quando seus pais faleceram, eu orei pedindo alguém que me ajudasse a cuidar de você e te proteger. Na mesma noite, uma estrela caiu do céu. Você não é louca, todos temos nosso anjo da guarda,  talvez ele seja o seu.

Luci: então eu não estou maluca?

Vovó: claro que não minha querida.

Luci: obrigada vovó.

Ela me deu um abraço tão sincero, me senti segura ali, é uma das primeiras pessoas que acredita em mim, só ela e a Jenny,  os outros todos me julgaram.

Eu e vovó passamos a tarde toda assistindo filmes e nos divertindo, fazia tempo que não me sentia bem assim.

A campainha toca e vou até a porta atender, vejo pela grade do portão,  quem estava ali. Ele trouxe flores e bombons. Ao me ver , um sorriso apareceu em seu rosto..

Luci: Caio ..

Continua....

Meu Anjo da GuardaOnde histórias criam vida. Descubra agora