— Tirem a roupa!
Faço o que os caras tão fazendo, só que eu não uso cueca.
— Fudeu. Tem cueca aí não? – pergunto.
— É o que, mã? – Ceguinho coloca o calção dele em cima do colchão.
— Deixa de papo ai dentro vagabundo! Bora, ligeiro, porra!
— Filho da puta. – digo pra mim mesmo.
— Eu vou abri a cela e vocês vão sair dessa porra em fila indiana com as mãos pro alto!
A gente se organiza e tamo saindo da cela. Os cara tudo de cueca e eu com o pau balançando. Não posso nem dizer que eu tô me sentindo mal. Pelo menos tô me refrescando, dentro daquele cubículo tava quente pacaralho.
— Sentem no chão ainda na fila e quem se mexer leva bala.
Porra, sentar nessa merda aqui pelado é pesado hem...
— O que tá rolando, Raimundo? Que porra é essa?
— Revista. Os caras vira e mexe tão fazendo essas coisas na madrugada.
— Eu vou valendo contigo como esses merdinhas aí tão sendo treinado. – Ceguinho cochicha.
— Muita mancada. – digo — Mas até que aqui fora tá bom. – tô curtindo o ventinho.
— O que é que vocês tanto falam ai? – um dos cana chega junto.
— Nada não sinhô. – Raimundo responde.
— De pé. – o cara chuta minha coxa.
— Melhor não.
— De pé, porra!
Faço o que ele manda.
Eu não queria levantar porque além de tá pelado, fiquei de pau duro.
— Tá de palhaçada, vagabundo? – o agente olha pra mim e pro meu pau.
— Não senhor.
— Há. Tu é o tal do Pitbull. – risos — Agora é Pitbunda, né? Tá curtindo a estadia aí no hotel cinco estrelas?
— Se melhorar estraga, chefe. – eu sempre respondo no mesmo nível de ironia.
— Hm... Dá próxima vez é pra tá de cueca. – me encara.
— O que é tudo isso?
— Tu é novo na cadeia né, vagabundo? – risos — Hoje eu tô treinando esses cadetes aí. – faz gesto em direção aos agentes que tão tocando o terror lá dentro. – pausa — Volta pro teu lugar.
Sento no meu canto novamente.
Os caras demoram a sair de dentro do prédio.
— Vocês podem voltar pro muquifo de vocês!
Levantamos em fila e caminhamos na direção da nossa cela. Na porta, um policial espera com um pano na mão e outros tantos estão ao redor com cara de quem já sabe que vai rolar um trote.
Cada um de nós que passa pela porta leva uma lapada de toalha molhada.
— Olha esse aqui. – risos — Tá com frio? – tira onda com o meu bilau que encolheu.
— Faz carinho nele que ele fica no ponto de te arrombar, filho da puta. – já fui policial, não vou engolir desaforo desses merdas não.
— É o quê, macho? – ele me empurra.
— Vai chiar? Cai pra dentro, pau no cu! – dou um empurrão nele e vou pra cima de porrada.
Ainda tenho chance de acertar um soco na barriga e outro na cara do filho da puta, mas ele é salvo por um colega dele que chega na brutalidade me dando golpe com o fuzil e me chutando.
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Visita Íntima (morro) COMPLETO
RomansaCOMPLETO NA AMAZON, LINK NA BIO TRECHO: Acho que o que eles chamam de Pitbull é o cara que vi lá atrás. Estou perplexa que tudo isso esteja sendo feito por conta de uma coxa de frango. É real? Como pessoas pré-históricas, os homens que assistem come...