prólogo

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O dia estava ensolarado em Brasília e S/N não perdia tempo, caminhava apressada segurando firme sua mochila e cobrindo o rosto com o capuz do moletom. Quanto mais andava, mais as calçadas não pareciam ter fim. Seus pés a levavam para algum lugar que nem ela mesma sabia onde era, e como sua atenção estava voltada para eles, acabou esbarrando em alguém.

S/N: desculpa! — recolhe alguns papéis que cairam —

— tudo bem, não precisa se desculpar!

Os olhos da garota encontraram os da mulher a sua frente. Assustada, S/N ficou estática, com os olhos arregalados, procurou as palavras certas a dizer.

S/N: vo-você é a primeira dama!

— me chama só de Janja, por favor! — sorri —

S/N: me desculpa, Janja... — fala sem graça —

J: sem problemas. — recolhe o resto dos papeis — aconteceu alguma coisa? Você me parece ser nova demais pra andar sozinha por aí...

S/N: e-eu tô fugindo de casa...

J: por que? Seus pais devem estar preocupados

S/N: minha mãe morreu e o meu pai é um maníaco piscopata que só se importa com ele mesmo. — seca uma lágrima — foi por isso que eu fugi

J: eu...eu sinto muito. Posso te pagar um almoço?

S/N: você deve ter muitas coisas pra fazer, não precisa se preocupar comigo.

J: não importa, eu não vou deixar você ficar passando fome nas ruas, vem comigo — sorri e segura a mão da garota —

As duas adentram o estacionamento e se aproximam do carro da loira, que guardou os papéis que carregava no banco de trás. Ainda tímida e sem saber direito como agir, S/N sentou no banco do carona e ao seu lado, Janja senta no banco do motorista.

Enquanto dirigia, a loira resolveu puxar assunto com a garota, que mexia as mãos sem parar.

J: qual é o seu nome?

S/N: é S/N...

J: ei, não precisa ficar nervosa, eu não mordo — sorri atenta a rua —

S/N: é que você é casada com o presidente...

J: Lula é uma pessoa incrível, eu garanto. Não precisa ficar com medo, a presidência é só o trabalho dele. — para o carro — chegamos! Você vai adorar a comida daqui!

As duas saem do carro e entram no restaurante. Elas sentaram em uma mesa o garçon, mesmo estranhando a primeira dama estar acompanhada de uma garota, anotou os pedidos. Janja pediu frango grelhado com arroz branco, já S/N pediu um bife com fritas. Depois do almoço, após Janja insistir, a garota aceitou ficar no Alvorada.

J: você pode ficar nesse quarto, qualquer coisa que precisar é só pedir pra algum dos empregados — põe a mão no ombro dela — fica a vontade, ok? se precisar conversar, eu vou estar no escritório, aqui do lado.

S/N: certo...

A loira sorri e caminha até a porta, mas recua ao lembrar de algo.

J: ah! Não se preocupa com o Lula, tá? Ele tá viajando, então estamos só eu e você aqui.

S/N: Janja... — se aproxima dela — por que você tá me acolhendo na sua casa? A gente nem se conhece direito...

Por alguns segundos, a loira ficou calada, encarando a garota. Estava procurando as palavras certas para o que tinha a dizer, se é que era a hora certa.

Janja

A pergunta da S/N me pegou de surpresa. Eu queria poder dizer que tô fazendo isso por que senti algo diferente quando a vi e meu coração diz que tenho que mantê-la por perto, mas não quero assustá-la.

J: e-eu...quero te ajudar! Só isso!

S/N: ah — mexe as mãos — muito obrigada, de verdade

J: disponha — sorrio — preciso organizar um monte de coisas agora, mas se precisar conversar, já sabe

S/N: você vai estar no escritório, aqui do lado — sorri —

J: você é inteligente! — dou uma risadinha —

Saio do quarto, fecho a porta e vou pro escritório. Tentei me concentrar enquanto arrumo a papelada, mas só consigo pensar na S/N e no que isso vai dar. 

adotada pela primeira dama ● Janja and youOnde histórias criam vida. Descubra agora