capítulo 1

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Três meses depois

S/N

Janja e Lula entraram com o processo pra me adotar. Quando chegou de viagem, ele ficou surpreso com a minha presença, mas a Janja explicou tudo e eles decidiram que eu poderia ficar aqui. Agora, mesmo que ainda não seja oficial, eu sou filha do presidente do Brasil e da primeira dama.

Eles me colocaram em uma escola melhor e prometeram que o meu "pai" biológico não iria me encontrar ou me fazer algum mal, disseram que estou segura com eles. Ainda não me acostumei a chamá-los de mãe e pai, é estranho pra mim por que ainda tenho lembranças do terror que era minha antiga família.

Na minha nova casa, eu tenho meu próprio quarto, ganhei um celular novo e até roupas novas. A Janja e o Lula me dão carinho e atenção, eles se importam comigo de verdade.

S/N: oi, Janja — entro no escritório, coloco a mochila no chão e sento no sofá — podemos conversar?

J: claro, pequena! — fecha o notebook — como foi a escola hoje? Aconteceu alguma coisa?

Ela me vê mexendo as mãos nervosamente e senta ao meu lado.

S/N: na verdade, não foi muito bom...

J: por que?

S/N: é que a professora fez a chamada na e, quando ela meu nome, alguns colegas ficaram fazendo piadinha  — abaixo a cabeça — me chamaram de ladra...

J: pequena... — segura minha mão — infelizmente, essa é a imagem que muitas pessoas tem do seu pai, e sempre vão ter.

Ela ergue meu queixo com as pontas dos dedos e seca minhas lágrimas.

J: eu não quero que você abaixe a cabeça diante disso ou sinta vergonha do sobrenome que logo será o seu, ok? Lula é um grande homem que fez muito por esse país.

S/N: você é muito confiante — sorrio —

J: nem sempre fui assim — sorri levemente — quando eu começei a namorar o Lula, ouvi de muitas pessoas que ele era um ladrão, que era um erro eu me envolver com ele... — suspira — com o tempo, parei de dar ouvidos a essas pessoas por que eu conhecia ele de verdade, eu sabia quem ele realmente era.

S/N: que lindo, Janja

Ela sorri e me olha.

J: o que eu quero dizer é pra você não dar importância pra isso, entende? E se isso continuar, eu mesma vou na escola resolver isso.

S/N: obrigada... — sorrio — na minha antiga casa, ninguém me ouvia desse jeito, muito menos dava conselhos.

J: você não tá mais sozinha — me abraça — eu estarei aqui sempre que precisar, pequena...




adotada pela primeira dama ● Janja and youOnde histórias criam vida. Descubra agora