Dia seguinte
Narrador
Passado o conflituoso jantar da noite anterior, Lula e Janja retornaram ao palácio do Planalto com foco total nos trabalhos e projetos. O presidente se reunia com os ministros e senadores enquanto a socióloga, por sua vez, estava em seu gabinete quando recebeu uma ligação inesperada.
J: alô? Quem fala?
— oi filha, se lembra de mim?
Janja gelou dos pés a cabeça, ela conhecia essa voz. Era Antônio, seu pai, com quem a mesma não falava desde que começou a namorar com Lula. O homem era totalmente contra a relação da filha com ele, o que ocasionou uma grande discução e o afastamento de pai e filha.
J: lembrou que tem filha?
— olha como fala comigo, Rosângela, eu sou seu pai!
J: não foi o que eu ouvi da última vez que nos vimos
— aquilo teria sido evitado se você me ouvisse!
J: você ligou só pra brigar comigo? Se foi, perdeu seu tempo
— eu liguei por que eu quero saber por que raios você continuou insistindo nesse relacionamento e construiu uma família com esse homem, ele não é pra você, minha filha!
J: por que?
— por que esse homem não presta, ele não é honesto, ele já foi preso e pela idade que tem, já está pra morrer. Você tá desperdiçando a sua vida do lado de uma pessoa que não te trouxe nada de bom, Rosângela, escuta o seu pai pelo menos uma vez na vida
J: eu já fiz isso e sabe o que eu ouvi? Ouvi que a partir do momento que eu colocasse os pés pra fora de casa pra ir atrás do homem que eu amava, e ainda amo, o senhor não me consideraria mais sua filha, que eu estaria morta pra você e que estava decepcionado comigo
— eu disso aquilo por que aquele relacionamento não era o que eu queria pra você! Eu estava fazendo meu papel de pai!
J: você nunca foi um bom pai pra mim! Você sempre preferiu o crápula do meu irmão a mim, nunca escondeu a decepção que tinha da sua filha mais nova não ter nascido menino. Então não venha querer opinar na minha vida, tchau e até nunca mais — desliga —
Janja
joguei o celular na gaveta, apoiei os cotovelos na mesa e abaixei a cabeça, deixando algumas lágrimas caírem na madeira escura. Respirei fundo repetidas vezes, numa tentativa de me acalmar. Ouvi a maçaneta da porta ser girada e rapidamente tento controlar as lágrimas, falhando miseravelmente.
L: amor? Tá tudo bem? — se aproxima —
J: tá sim, meu amor, é só que... — limpo meus óculos com um lencinho —
L: Janjinha, não mente pra mim, eu tô vendo na sua cara que não tá nada bem — puxa uma cadeira e senta de frente pra mim — me conta, o que tá acontecendo?
J: meu pai me ligou, nossa conversa não foi muito boa... — coloco meus óculos na mesa — ele continua desaprovando nosso relacionamento, meu amor e também, você sabe, é difícil pra mim falar com ele...
L: amor, vem aqui — me chama pro colo dele —
J: é tão complicado, amor... — sento em seu colo e deito a cabeça no seu peito —
L: você sabia que as histórias de amor mais lindas são aquelas com os maiores obstáculos? — faz cafuné no meu cabelo —
J: você tá tão romântico hoje, amor — sorrio levemente — onde você que chegar com isso?
L: quando eu estava lá na cadeia, sozinho, eu pensei muito em você e nosso amor. Todas as noites eu deitava na cama e olhava o céu pela janela pequena, imaginando nós dois juntinhos, namorando na varanda da nossa casa. Foi em uma dessas noites, depois de reler suas cartas, que eu tive a certeza que queria passar o resto da vida ao seu lado, mesmo sabendo que não seria nada fácil viver esse amor.
J: e por que você quis insistir e me pediu em casamento?
L: por que meu coração já era seu. Saber que veria seus olhinhos de jabuticaba brilhando pra mim todos os dias e que sentiria o cheiro dos seus cachinhos dourados todas as noites me deu ainda mais certeza dessa decisão. Eu te amo, Janjinha...
J: e eu te amo, meu amor... — sorrio levemente e o olho com os olhos brilhando —
L: agora sim, esses são os olhinhos de jabuticaba que me conquistaram... — acaricia minha bochecha — você sempre vai ser a minha janjinha...
J: pra sempre sua Janjinha, meu amor... — fecho os olhos com o carinho — só sua...
voltei pessoinhas! O pai da Janja não apareceu por acaso, viu? Ele vai ser importante nos dramas finais! Se tiver 40 comentários aqui eu solto um spoiler dos últimos capítulos da fic!
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adotada pela primeira dama ● Janja and you
Fanficessa história é fictícia! Os fatos narrados não são reais! (S/n = seu nome) S/N Miller é uma garotinha de 8 anos que morava com o pai, que era um homem terrível. Com medo dele, ela decidiu fugir de casa. Porém, durante suas idas e vindas pelas ruas...