26. A esperança da alma

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Esse é meu capítulo mais sublime, to muito feliz, não ficou tão grande porque a ideia era colocar duas cenas, mas foi tão delicado escrever uma só que preciso respirar primeiro rs


{...}

Jimin observava o mar calmo de Embarcadero pela janela do hotel simples e turístico. Já estavam na cidade portuária há aproximadamente três horas e não tinham certeza do momento em que algum dos caminhões de Meretrício apareceria ali — sequer sabiam como visualizar um deles e Jimin estava contando com seu espírito ainda sujo como Íncubo para sentir a presença etérea do pecado se aproximar dali.

Apoiou o braço coberto pela camisa comprida e suspirou. Os cabelos estavam mais compridos, a maquiagem raramente estava sendo usada e as unhas já não tinham mais a cor e os detalhes que tanto gostava de pintar.

Estava exausto.

Vante terminou de guardar as poucas roupas que trouxeram na viagem e se aproximou do loiro, que não virou o rosto para vê-lo e continuou a admirar o mar.

— Me diga o que está pensando.

Apesar das palavras de ordem, Vante não disse aquilo em tom ríspido ou sério demais: estava realmente curioso.

— Nunca deixa de dar uma ordem, não é? — Jimin olhou para o homem de pé à sua frente e admirou a blusa social preta contornando bem o seu corpo, mesmo com parte dela amarrotada e para fora da calça. — Tão bonito... — Mostrou um sorriso cansado e fechou a mão que estava na janela para apoiar sua cabeça nela, decidido a contemplar aquele homem.

— É nisso que está pensando? Em como sou bonito? — deu um pequeno sorriso e passou o polegar pela bochecha do Anjo.

— Não se ache tanto. — piscou. — Estou pensando em como meu corpo está cansado.

— Oh... — Tomou uma expressão surpresa. — É por que precisa... Se alimentar?

A forma curiosa e quase inocente que Vante fez aquela pergunta, sempre temeroso quanto a falar da natureza do Íncubo, fez Jimin reunir forças para rir perante a situação.

— Eu amo como o senhor gosta de se oferecer para mim com a desculpa de que preciso me alimentar.

— Não tem nada a ver com isso. — quase fez um bico que Jimin achou adorável naquele rosto sempre tão duro e sério. — Me preocupo com você. — falou com um pouco mais de delicadeza e o polegar que circulava a bochecha pálida traçou novos caminhos pelo rosto até chegar nos lábios carnudos que Vante achava incríveis por serem cheios. Tocou o inferior gentilmente e teve a dádiva de receber outro sorriso do espírito que possuía a aura celestial e o cerne ainda demoníaco dentro de si.

Jimin segurou-se no pulso erguido do homem para fazê-lo parar os toques. O gesto surpreendeu Vante, mais ainda após ser puxado para se inclinar para baixo.

— Fique de joelhos.

A ordem foi recebida com estranheza. Piscou várias vezes, ainda inclinado para a frente e próximo ao rosto do outro.

Jimin respirou fundo.

— Por favor, Vante, de joelhos. — repetiu mais brando e observou em silêncio, com as pálpebras levemente abaixadas, o homem se ajoelhar entre suas pernas, ambas afastadas na cadeira.

Vante apoiou suas mãos em cada coxa do loiro e seu rosto ficou abaixo do seu pela posição, por isso precisou erguer a cabeça para continuar olhando para Jimin.

— O senhor é lindo. — disse com um sorriso cansado e acariciou a lateral do seu cabelo. — Jungkook e o senhor são as pessoas mais lindas que eu já conheci.

Meretrício | TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora