19. O Livro de Daniel

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Aviso de leitura sensível: Eros vai voltar no tempo para mostrar sua morte mas eu e vou descrever, porém a menção vai deixar óbvia o que aconteceu, mas a menção em si já é forte então quem quiser pular alguns parágrafos quando ele voltar no tempo fique à vontade.

(...)

Jimin estava obcecado, mas nunca admitiria isso.

Talvez obsessão não fosse a melhor palavra, ele preferia pensar que se tratava de uma curiosidade repentina, absurda e grandiosa. Tudo isso por conta de Kim Taehyung: o novo homem que estava em sua casa e que parecia familiar demais.

Sua voz era o que mais o assustava: era a mesma que ouvia em sonhos, chamando-o de Eros. Pensou varias vezes em perguntar a Taehyung se ele sabia do que se tratava aquele nome, mas teve medo de parecer um lunático. Como iniciaria o assunto? "Olá, Taehyung, gostaria de saber se conhece alguém chamado Eros, pois ouço alguém com a mesma voz que a sua chamando por ele quando durmo."

Kim Taehyung o acharia louco, com certeza.

Naquele momento, Jeon estava no escritório trocando e-mails com alguns colegas da advocacia para planejarem uma forma de pedir a prisão dos donos de Meretrício. Enquanto isso, Jimin caminhava sorrateiro ao quarto de hóspedes.

Estava muito curioso. Queria ficar mais perto de Taehyung.

Para sua tristeza e confusão, não o encontrou no quarto. Decidiu sair e andar pela casa até se alegrar ao vê-lo na sala de estar perto do saguão, olhando as estantes de livros sem muita atenção.

Taehyung estava lindo com uma das roupas de Jungkook: uma blusa polo de botões abertos e a barra por dentro da calça azul marinho. Singelo e elegante ao mesmo tempo, como um verdadeiro cavalheiro.

— Kim Taehyung-ssi? — Jimin usou o tratamento coreano e o homem se virou um pouco assustado: tanto pela aparição quanto pelo estado do loiro.

Jimin sempre estava bonito, não importava a hora e a ocasião do dia.

A calça branca de linho era da mesma cor da blusa de mangas longas e quase transparente. O pescoço estava decorado com uma faixa também branca que terminava com uma fita que voava atrás, em sua nuca, ao caminhar.

— Posso fazer-lhe companhia? — perguntou com um sorriso e Taehyung apenas assentiu sem dizer nada. Achava interessante o modo tão formal com que o loiro falava, como se fosse uma pessoa muito antiga em um corpo jovem.

Jimin se sentou em um dos sofás e deu uma batidinha no estofado ao seu lado, chamando Taehyung para se sentar ali. Como alguém que não queria ser mal educado, ele aceitou e foi até o loiro dono da casa.

— Como o senhor está? — perguntou com as mãos postas delicadamente em cima das próprias coxas. — Já se alimentou hoje?

— Já, e estou bem, obrigado. — Sorriu pequeno e olhou para os próprios dedos, as mãos estavam juntas no colo.

Era apenas o segundo dia naquela casa e ainda se sentia estranho demais pela posição nova ali.

— Estou feliz que está aqui, sabe? — Jimin falou um pouco mais descontraído e Taehyung passou a olhar para ele. — É bem solitário para Jungkook e eu não encontrarmos outros coreanos, apesar de você não parecer ser uma pessoa que se regozija em falar coreano.

— Qual a sua idade, Jimin? — Taehyung franziu as sobrancelhas. — Fala como se estivesse no século passado.

— Ah! Que absurdo! — O loiro deu uma gargalhada tão alta e gostosa que a cabeça se inclinou para trás; foi uma visão boa e leve de se ver. — Mas o senhor não é o primeiro que diz isso! Jungkook me fala que minha alma deve ser velha... Talvez uma reencarnação antiga? Acredita nisso?

Meretrício | TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora