Prólogo

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— Olha pra mim, Jeon. — A voz de Vante se misturou ao som dos engasgos que o marido dava de joelhos. — Quero você olhando pra mim quando eu gozar na sua boca.

O rapaz gemeu de prazer; gemido este que saiu abafado pelo membro alheio socado na garganta. Os olhos marejados se sustentaram no rosto bonito e marcado do Dono e os dedos de Vante se seguraram nos cabelos tingidos.

— Isso, Jeon... — falou sem esconder o prazer que sentia ao ver o marido de joelhos, tão submisso a ele. — Meu menino...

Os olhinhos negros piscaram, molhados. Sentiu a garganta se encher e quase engasgou, as mãos apertaram as coxas do marido enquanto Vante gemia mais alto pelo orgasmo.

— Porra, Jungkook! — Vante puxou a cabeça do marido para trás e Jeon finalmente foi capaz de respirar. Os ombros se mexeram violentamente pelo corpo estar se recuperando e foi surpreendido pelo Dono quando se abaixou e o puxou para um beijo forte.

O gosto do prazer alheio invadiu a boca de ambos e o rapaz gemeu ao sentir a língua tomar cada pedaço interior seu, em uma posse tão implícita quanto óbvia.

Quando Vante se afastou, encarou Jeon com os olhos azuis sérios e vidrados nos seus, de tons negros.

— Vai me comer direito hoje, meu menino? — perguntou com firmeza e Jeon balançou a cabeça rapidamente, ansioso. — Acha que tá merecendo me foder?

— P-por favor... — sussurrou incapaz de esconder o prazer que sentia ao ouvir Vante falar daquela forma.

Um sorriso brotou da boca pequena e desenhada do homem de cabelos negros e volumosos. Amava ter o marido como seu submisso.

E do Inferno, o Diabo olhava tudo aquilo pela própria mente, com desdém pela cena tão patética.

Próximo a ele, ouviu passos pela terra vermelha úmida e sangrenta.

— Me chamou, Lúcifer? Acabei de voltar de um sonho... — A voz tediosa, fina e macia não se assemelhava a um Demônio; poderia facilmente ser confundido com uma criatura celeste.

Até o Diabo tinha suas dúvidas, afinal: recebeu tal alma como um erro do céu por tamanha libertinagem que estava cometendo pelas estradas divinas. Jimin era um Demônio poderoso, um pequenino anjo caído tal como o seu novo Pai, que apenas subiu por um erro de cálculo em sua redenção e, tão logo isso foi descoberto, desceu ao seu verdadeiro lar.

— Talvez eu precise de você em breve, então se prepare.

— O que está olhando? Gostaria de ver. — O Demônio loiro se aproximou de Satanás, curioso para saber o que seus olhos cinzas estavam captando que as outras criaturas não tinham acesso.

— No tempo certo, ainda não tenho certeza. — Os olhos do Ser voltaram à coloração humana semelhante ao mel e encararam o Íncubo materializado à sua frente. — Por enquanto, vá pensando em seu novo nome.

A criatura maneou a cabeça e virou o rosto para olhar o céu de cor vinho. Podia ouvir os gritos das almas condenadas e de suas vítimas implorando pela libertação.

Tão tolos, não compreendiam que aquele fardo era eterno.

O Íncubo respirou fundo, mesmo sendo algo desnecessário no submundo, e deixou que a forma física o abandonasse. Não se sustentava por muito tempo, e se Lúcifer estivesse certo quanto a ajuda que precisaria, deveria preservar o seu próprio corpo humano, de quando era apenas uma pessoa inocente pelo mundo chamada Jimin, para utilizá-lo quando fosse necessário.

E quando o Demônio se afastou como matéria difusa pelo ar denso e carregado de maldade, Satanás sorriu.

Seu Demônio sexual favorito do Inferno estava pronto para mais uma missão.

Meretrício | TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora