O Demônio Interior

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Naquela manhã fria e cinza enquanto a chuva transbordava sobre a cidade de Londres. Fleur permitiu que ele a guiasse em direção a uma casa no centro da cidade e a conduzisse ao seu quarto. Ela não sabia que se devia, mas Adam a fazia acreditar que não havia volta.

Ele beijou levemente o obro de Fleur fazendo um frio instalar-se em seus ossos e congelar todo o seu sangue como um rio no inverno. Ela estava entorpecida pelo magnetismo de Adam e nas palavras que lhe dizia.

Olhando fixamente para Fleur, ele acariciou a bochecha corada dela e disse:

- Nós podemos viver como lendas.

Ela abaixou o rosto e sorriu.

Adam levantou o queixo dela e disse:

- A melhor parte é que lendas nunca morrem.

Enquanto chovia fortemente do lado de fora, Fleur permitiu que ele lhe mostrasse o prazer carnal sobre aquela cama coberta por um edredom de cor azul claro. Naquele momento, o tempo congelou o suficiente para fazê-la que Adam a amava.

Com os corpos nus sob o edredom, ele abraçou a cintura de Fleur e sussurrou:

- Eu amo você, Fleur.

Ela sorriu.

Naquele instante, os sonhos Fleur foram cobertos por poeira e afastaram da realidade. Ela permitiu que Adam afundasse seus coração em doces palavras e esqueceu que apenas um ficaria bem no final de tudo. Porque o amor machuca.

Quando Adam a deixou em frente ao portão do orfanato, segurou a mão dela e disse:

- Está noite não poderei vê-la.

- Eu vou sair com uma amiga. - ela fez uma pausa. - Talvez, eu volte tarde com ela e...

- Não faça o que eu não faria, Fleur Valerian. - ele a interrompeu.

Era noite quando Fleur flagrou a si mesma cercada que mal conhecia em um ambiente repleto de fumaça e música alta. Para todos os lados olhava, ela avistava pessoas dançando, bebendo, fumando, beijando na boca de pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto.

Me ajude. Pensou Fleur enquanto perguntava a si mesma como deixou que sua amiga a arrastasse para aquele lugar. Enquanto suas íris azuis procuravam por Maggie naquela multidão, ela olhou algumas meninas próxima a porta do banheiro feminino.

Ao passar pela porta, Fleur a encontrou em uma situação na qual jamais poderia imaginar. Ela não soube o que fazer naquele instante, apenas sentiu algo rastejando sob sua pele como uma coisa gelatinosa e fria.

- Maggie? - ela sussurrou incrédula?

A morena desgrudou seus lábios do rapaz e ambos olharam para o semblante indescritível de Fleur.

- Não isso que você está pensando. - Maggie disse aproximando-se dela.

Fleur recuou para trás, olhou para ele e perguntou:

- Você não vai dizer nada, Adam?

Ele coçou a cabeça e respondeu:

- Foi mal, gata.

Ao sair do recinto, Fleur escutou Monster de Ruelle tocar. Mas tudo o que ela fez fora sair daquela casa noturna. Para Maggie, envolver-se com os garotos era tudo questão de um jogo selvagem.

Mas Fleur estava apaixonada por ele e pensou que o rapaz sentia o mesmo. Ela perguntava a si mesma se era justo ou apenas o destino fazendo Adam quebras seu coração.

Enquanto caminhava pela avenida escura em direção ao orfanato, Fleur enterrava seus sentimentos em sonhos quebrados e afogava seu coração partido em lágrimas de tristeza. Ela sentia que estava perdendo uma parte de si e que não poderia recupera-la de volta.

Naquela noite Fleur ficou por horas debaixo do chuveiro sentindo pedaços quebrados desmoronar aos seus pés e esperava que a água a libertasse daquele sentimento. Fora difícil para ela deixar o banheiro, mas após vestir-se e olhar a rua totalmente vazia da janela do quarto onde dormia, um sussurro penetrou sua mente.

Há um outro lado do mundo que você precisa conhecer. Aquele timbre masculino sussurrou tão perversamente no cérebro de Fleur que fez um arrepio percorreu por sua coluna vertebral. Apesar sentir seu coração em meio a uma tempestade, ela acreditava aquele sentimento a levaria em direção a um incêndio.

Fleur não fazia ideia de que aquele sussurro era um chamado das trevas que a arrastaria para as sombras de uma história nunca contada. Mesmo que ainda houvesse uma luz percorrendo por sua veias, a escuridão que lhe cercava irá fazê-la naufragar e breve, ela não conseguiria mais ver a superfície.

Agora Fleur sabia que ele tinha um coração frio e que construiu aquela paixão em uma pessoa feita de cartas que cai com um sopro. Ela só esperava que pudesse superar rapidamente aquela dor e enterra-la profundamente junto com o que sentia por Adam.

No dia a seguinte, enquanto os jovens do orfanato adentravam no ônibus que os levariam em direção à escola, Fleur não avistou Maggie. Provavelmente, ela havera dormido na casa de Adam, ou ambos teriam fugido para qualquer canto do mundo.

- Quanto mais longe de mim, melhor. - sussurrou Fleur com raiva.

- Está falando sozinha agora, Valerian? - perguntou uma jovem passando por ela.

Enquanto o ônibus fazia o percurso em direção à escola, Fleur olhou para o céu acima e lutava para manter a calma. Solte. Novamente aquele timbre masculino invadiu sua mente e inflamou seu cérebro.

Permita-se cair e depois vá. Fleur queria saber por que aquela voz masculina martelava sua cabeça como aquelas palavras sem sentido. Era com um eco de um suspiro desconhecido, mas ela respirou fundo e tentou acalmar as tensões que faziam sua mão tremer.

Eu virei vivo.

Naquele momento Fleur olhou ao seu redor e avistou tudo em câmera lenta. Mas ao observar aquele homem de olhos verdes, ela manteve-se paralisada.

- Quem é você? - ela perguntou baixo para que ninguém pudesse ouvi-la.

Mas ele a escutou.

- O demônio interior.

No momento em que ele respondeu, Fleur reconheceu a voz. Era o mesmo timbre que sussurrava em sua mente como uma maldição.

- Eu sou veneno que percorre em seus ossos. - ele fez uma pausa. - Vou fazer você enxergar. - acrescentou.

Fleur não ousou em dizer nada. Apenas manteve-se parada, e atenta enquanto o avistava desaparecer lentamente. Ela não compreendiam se fora um sonho que teve acordada, mas ao olhar por todo veículo, notou que todos conversavam normalmente.

Quando o ônibus pastou em frente à escola, todos desceram do veículo. Mas Fleur correu em direção a um ponto de táxi enquanto algumas alunas do orfanato a observavam fugir. Ela adentrou no primeiro carro e deu o endereço da cabana de Vlad.

Drácula - O Prometeu ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora