Capitulo 10 - O Happy Hour

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Eram 18h19, e eu já estava no "Boato", restaurante-bar charmoso recém inaugurado perto do escritório. Havia marcado o encontro com a Aninha as 18h30, mas a ansiedade ficou me consumindo, resolvi chegar primeiro e escolher uma mesa num canto discreto pra gente poder conversar...

Entrei no lugar olhando para os lados, com a desconfiança de quem sente que tá fazendo algo errado, e que será pega a qualquer momento... ao mesmo tempo, tentava justificar pra mim mesmo pensando: _ só devo satisfação sobre temas amorosos, ao Ric, e estou aqui justamente por ele, para satisfazer um desejo dele – e isso me acalmou um pouquinho. Em parte, sabia que minha culpa se devia por perceber um interesse maior do que o previsto, quase pensando que estava me utilizando do fetiche do Ric, para "traí-lo" realizando um desejo oculto meu, que nem sabia que tinha. Por outro lado, a ideia de tentar isso com a Aninha, uma funcionaria do escritório, também me consumia moralmente...

A hostess do local me guiou até uma mesa ótima, de onde eu conseguiria ver a chegada de qualquer um no restaurante, inclusive da Aninha, e ao mesmo tempo, fora da "muvuca", bem reservada e até sutilmente mais silenciosa pra gente poder conversar.

18h24 mandei um whats pra ela, avisando que já tinha chegado e que tinha pego uma mesa pra gente no fundo do restaurante, à direita. Ela respondeu rapidinho dizendo que estava perto, em 5 minutos chegaria também.

O "Boato" é um daqueles lugares elegantes, mas que guardam uma sensualidade intencional. Ele foi projetado por uma amiga, a Laura, colega de faculdade e artiteta de mão cheia que havia se especializado no mundo da gastronomia, e assinava o projeto de muitos dos lugares mais badalados da cidade. Restaurantes de chefs renomados, hotéis de luxo, bares em geral, enfim, ela é uma craque nisso e tinha me falado deste lugar ainda enquanto estava nos esboços iniciais da proposta que apresentaria pra Tina, uma mixologista que rodou o mundo fazendo drinks nos lugares mais remotos e chics, e estava de volta ao Brasil com uma casa autoral, cheia de novidades.

Estava encantada com o bar, ilumiado por garrafas das mais variadas cores e formatos, quando vi a Hostness apontando pra minha mesa e indicando a Aninha onde eu estava. Acenei com um sorriso, e enquanto ela vinha, me levantei para recebê-la com um abraço.

_ Oiiiii chefinhaaaaaa, desculpe o atraso, demorei um pouquinho pra estacionar, não vi que tinha um valet, passei direto, e ai rodei um pouco pra achar lugar, mas deu certo...

_ Não se preocupe Ana, cheguei um pouco mais cedo pra pegar lugar, e pra apreciar também o projeto. Quem desenhou este lugar foi uma amiga da faculdade, a Su conhece ela também, a Laura. Ela se especializou em restaurantes e bares, e tinha me contado o conceito que estava pensando pra este lugar, e eu estava aqui distraída vendo os detalhes... vamos sente-se aqui.

_ Obrigada.... Mas você está sempre focada, trabalhando né Moni, te admiro muito, você é uma referencia pra gente lá no escritório, todo muito que ser como você, focada, criativa e super respeitada no mercado.

_ Bogagem Aninha, só tenho uns anos a mais que você, quando tinha sua idade... aliás, quantos anos você tem?

_ 21

_ rsrs não queira saber como eu era com 21 anos... zero focada, e usava minha criatividade em muitas coisas, menos no que era útil pro meu futuro rs rs

_ Ai não consigo te ver assim Moni

_ Mas é a realidade, acredite... bom, não viemos aqui pra falar de mim não é... hoje vamos comemorar seu sucessoooo....

(garçon) _ com licença senhoritas, o que vão beber hoje?

_ Você decide Ana, a noite é sua

_ Eu amoooo gin, champgne, drinks em geral....

A ESPOSA, O CEO E A MENINAOnde histórias criam vida. Descubra agora