Capítulo 6 - O sonho dele

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Amooorrrrzinhaaaa!!!, digitou Ric no Whatsapp as 10 e pouco da manhã. Ambos estávamos trabalhando, eu vi a mensagem dele ser notificada no meu celular enquanto saía de uma reunião com um cliente importante que estava construindo um hotel a partir de um projeto nosso. Ele raramente me escrevia ou me ligava durante o dia de trabalho. Eu até evitava ligar pra ele, só o contatava mesmo em caso de algo muito importante ou alguma emergência, o que nestes mais de dez anos de casados aconteceu raríssimas vezes. Apesar de no começo do nosso relacionamento eu sofrer um pouco com isso, pois queria conversar, ligar, ficar papeando por mensagens... com o tempo acabei aceitando e até compreendendo que como CEO de uma multinacional, o Ric vivia em reuniões, cercado de executivos o que até o deixaria desconfortável para me dar atenção e conversar carinhosamente como era nosso tratamento de costume.

_ Oi meu amor, você me escrevendo esta hora??? Respondi lançando mão de alguns dos meus emojis de amor favoritos.

_ Esta noite sonhei com a gente..., seguiu ele.

_ Sério? E foi bom?

_ Foi ótimo - respondeu Ric lançamento mão daquele emoji com carinha de sapeca e a linguinha de quem diz que foi uma delícia.

Eu mal podia acreditar naquilo, não que o Ric não fosse carinhoso ou romântico, nada disso, não posso reclamar. Mas era meio surpreendente receber uma mensagem com tom erótico, em plena manhã de uma quarta-feira típica de trabalho.

Mas como nos últimos tempos eu vivo "a perigo", não me fiz de rogada, e dei vazão a conversa.

_huummmm, pelo jeito foi bom mesmo... me conta os detalhes...

_agora?

_sim, você puxou o assunto, agora termina né amor - sentenciei em tom de brincadeira, mas já arrepiada pensando no que poderia surgir na tela do meu iPhone. Não perderia de jeito nenhum aquela oportunidade única de explorar meu maridinho como se fossemos dois adolescentes recém enamorados, com hormônios a flor da pele.

_Então, tem a ver com aquela coisa que te falei, lembra?

_Qual? respondi instantaneamente como se já não soubesse que provavelmente ele estava se referindo ao fetiche de realizar um ménage comigo e mais uma.

_A história de convidarmos uma "coleguinha" para brincar com a gente - continuou ele, usando um emoji que tem uma carinha rosada de vergonha.

_Nosssaaaa, já tá até tendo sonhos... tá safadinho mesmo hein amor - comentei usando aquele emoji de pânico, como se eu nunca tivesse pensado a respeito. Mas antes que ele levasse a sério e desistisse do papo, continuei.

_Mas e aí, conta detalhes deste seu sonho picante - terminei usando a mesma carinha de "delicia" que ele utilizara no início deste inédito e sedutor diálogo, pra indicar que estava gostando e que ele poderia contar tudo.

_ Então, não foi muito claro sabe, estas coisas de sonho que parece que mistura um monte de cenas e imagens desconexas, mas sei que estávamos eu, você e uma garota mais nova, loira – e usou aqueles emojis de macaquinhos tapando olhos, ouvidos e boca.

_ Hum, então quer dizer que você quer ter uma morena e uma loira né safadinho – brinquei

_ Sei lá amor, é coisa de sonho – disse ele tentando desconversar e lançando mão daquele emoji fofo da carinha envergonhada.

Eu fiz análise durante um tempo, e como este processo me fez muito bem, acabei me interessando pelo assunto e indo pesquisar um pouco sobre a teoria psicanalítica por traz do trabalho do meu analista. Lembro que li um pouco sobre a teoria dos sonhos, onde o Dr. Freud explica que os sonhos em geral, nada tem de premonições, avisos cifrados ou qualquer misticismo, mas apenas trazem a tona as reminiscências do dia-a-dia e/ou realizam de forma imaginária os desejos conscientes ou inconscientes que todos nós temos. No caso do Ric, as reminiscências do dia-a-dia poderiam conter cenas daquela tórrida e incrivelmente deliciosa noite que tivemos juntos, ou até cenas que nada tenham a ver com este tema, que seriam as coisas do dia-a-dia que aparecem em qualquer sonho, as vezes de forma desconexa. Já a loira mais jovem na cama conosco, certamente tem a ver com um desejo reprimido que talvez ele já tenha há anos, e que, não fosse o fato de termos falado recentemente sobre o assunto juntos, certamente ele nunca assumiria isso pra mim!

Enfim, psicanálise a parte, estava claro que se quiséssemos realizar o fetiche direitinho, precisaríamos mesmo contar com uma menina mais jovem, linda e loira, ideia que coincidentemente não só me agradava, como nos últimos tempos passara a fazer parte das minhas fantasias com a Aninha e outras loiras que cruzaram meu caminho.

_ Sei, coisa de sonho – respondi completando com um emoji de gargalhada, seguido do emoji indicando que estava achando a ideia toda uma delícia.

_ E você, tem pensado no assunto? – indagou ele, como se quisesse ir medindo a temperatura da conversa, para saber se estava entrando numa zona de risco, ou se poderia seguir livremente com suas fantasias...

_ Huum, talvez um pouquinho

_Sério?

_Sim, mas não fuja do assunto não, quem sonhou aqui foi você, então siga aí com seu sonho erótico: o que estávamos fazendo os três?

_ Posso contar mesmo? Em detalhes?

_ Pode!

_ Bom, não foram muitas cenas, como estava te dizendo, o sonho é meio confuso, mas uma cena lembro bem – e enquanto aparecia que ele estava digitando, meu tesão bateu na lua, a esta altura estava no Uber, tinha saído da reunião, chamado o carro, mal tinha visto o caminho que o motorista estava fazendo, pois entrei no Uber teclando e desde então não levantara a cabeça pra nada, estava vidrada na telinha do smartphone, e a esta altura, já sentia o corpo quente, ou melhor, fervendo de desejo. O pior é que tinha outra reunião me esperando no escritório, pensara em mudar o endereço do aplicativo para dar uma paradinha estratégica em casa, onde poderia cair sobre a nossa cama coberta por lençóis de 2000 fios de algodão egípcio, e me divertir um pouquinho...

_ você estava naquela posição que eu amo...

_Hum, sei bem, respondi pra ele.

_ Isso, e eu te penetrando lenta e deliciosamente por trás enquanto você alternava entre beijinhos e mordidelas a nossa coleguinha loira, que delirava com a cabeça pra cima, olhos fechados, e a mão ajudando a movimentar sua cabeça de forma ritmada.

_ huummm – respondi já completamente encharcada, arrepiada dos pés a cabeça, lançando mão dos 3 macaquinhos que já haviam surgido em nosso dialogo pelas teclas do Ric, só que no meu caso, eles não revelavam nada do que eu queria, pois ao contrário do provérbio nipônico do qual se originam os personagens, naquele momento o que eu mais queria era VER tudo aquilo bem aqui na minha frente, OUVIR os gemidos gozosos do trisal sonhado pelo Ric, e FALAR palavras de baixo calão, que embora não façam parte do nosso vocabulário, numa hora dessas são insubstituíveis.

_ E depois desta cena já não lembro muito bem, o sonho se embaralhou e perdeu o rumo, acho que devo ter acordado, pois ouvi no sonho o que acho que era o barulho do nosso despertador – concluiu com o clássico "kkkkkkk" indicando sorrisos.

_ Ufa, agora eu que fiquei com vontade – digitei lançando três carinhas de delícia

_ Quem sabe a noite realizamos uma parte deste sonho só nós dois depois que o Rapha dormir – comentou Ric, nitidamente encaminhando o papo para sua conclusão, pois certamente alguma reunião já o estava esperando.

_ Verdade amorzinho. Adorei nosso papinho aqui viu, faça isso mais vezes... estou chegando aqui no escritório, também tenho uma reunião e nem sei como estou, devo estar vermelhinha por causa deste seu sonho erótico – e lancei mão do emoji daquela bonequinha com a mão no rosto.

_ Tá bom amorzinha, eu também tenho que ir. Te amo, lindo dia pra você.

_ Bjs – emoji de beijinhos de amor

A ESPOSA, O CEO E A MENINAOnde histórias criam vida. Descubra agora