01.

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— Sua filha da puta! — Jenna me empurra pelos ombros, eu perco o equilíbrio do corpo e caio no chão. — Eu falei que era pra você ficar na sua. — ela se aproxima alguns passos, me intimidando. — Eu vou fazer você perder a bolsa dessa escola, você vai ver.

— E corta! — o diretor grita no megafone e Jenna rapidamente estende a mão para me ajudar a levantar.

— Você se machucou? — ela perguntou enquanto eu limpava minha roupa. — Eu te empurrei forte demais, me desculpa.

Soltei uma risada.

— Relaxa, eu tô bem. — coloquei uma mão amiga em seu ombro. Desviamos o olhar para o diretor que se aproximou da gente, ainda com o megafone em mãos.

— Muito bem garotas, podem ir almoçar. Vamos gravar as cenas dos outros personagens agora.

— Ok, valeu Tim! — agradeci, com Jenna ao meu lado. — Quer almoçar comigo?

— Claro. — ela respondeu, me acompanhando até o refeitório dos bastidores. Vários produtores e atores andavam de um lado para o outro, me deixando tonta.

Pegamos nossa bandeja de comida e nos sentamos em uma mesa vazia.

— Monroe.

— Hm? — respondi, mastigando um hambúrguer. Jenna me olhava curiosa.

— Eu tô amando gravar esse filme com você. — ela comentou, com um sorriso de canto. Minha barriga se revirou instantaneamente. Isso tudo era fome?

— Eu também. — disse quando terminei de engolir o alimento. — Eu sou literalmente sua fã, Ortega.

Os olhos dela se arregalaram um pouco.

— Como assim? Você nunca me contou sobre isso.

Dei de ombros.

— Eu te vi pela primeira em A Babá: Rainha da Morte. — assumi. — E desde então me apaixonei pelo seu trabalho. — soltei uma risada nervosa, desviando o olhar.

— Foi por isso que pediu pra fazer esse filme comigo?

— O que? Não! Burton já tinha me convidado há muito tempo pra fazer a protagonista.

Ela riu do meu desespero.

— Eu sei. Eu tô brincando, boba. — ela sorriu.

— Ah, claro.

— Na verdade foi eu quem pedi pra fazer o seu par amoroso. — franzi as sobrancelhas.

— Como assim? — meu hambúrguer estava intocado depois da primeira mordida que eu dei. A conversa com a minha amiga estava bem mais interessante do que comê-lo.

— Bom... — dessa vez ela pareceu um pouco envergonhada. — Quando saiu a notícia que você ia ser a protagonista do filme, eu perguntei ao Tom se podia fazer parte do elenco. Ele não pensou duas vezes e me colocou como seu par amoroso.

— Mas então você não pediu.

— Ah, mais ou menos. Eu meio que pedi, mas de uma forma indireta. — ela soltou uma risada anasalada. — Não posso negar que desde que você atuou em Gavião Arqueiro eu estava bem curiosa em ver uma atuação sua.

— E qual a sua nota? Pra minha atuação?

— Nove. Só pra não aumentar muito a sua autoestima.

A câmera chegou perto do meu rosto ao que eu andava com a cabeça baixa pelo corredor e os alunos me olhavam com pena.

Parei de andar quando Angelina — a personagem da Jenna — apareceu na minha frente de repente.

— Será que você pode-

— Cala essa boca e me segue, agora. — ela ordenou com o cenho fechado e por mais que eu quisesse, não consegui segurar a risada.

— Desculpa. — olhei para os produtores e respirei fundo. — Desculpa.

Jenna me olhou confusa, mas com um sorrisinho no rosto.

— É difícil ver você sendo um valentão. Você é tão fofinha. — falei, voltando ao minha posição anterior.

As câmeras se preparam novamente e Tim indicou que a cena poderia recomeçar e assim fizemos.

Angelina apareceu na minha frente de novo e eu fingi um susto, dando um passo para trás.

— Será que você pode-

— Cala essa boca e me segue, agora. — ela segurou meu pulso com uma força fingida e me puxou para dentro de uma das salas. Assim que ela fechou a porta, ela me soltou e todos da produção se prepararam para a próxima cena.

— Ok. — Burton se aproximou da gente, dessa vez sem a presença do amigo Megafone. — Essa vai ser uma cena em que vocês duas vão gritar e brigar uma com a outra. — assentimos em concordância. — E eu quero que tenha emoção. Eu quero sentir a sua tristeza, Eve. — ele olhou pra mim. — Eu quero que você chore e mostre um desespero que uma pessoa pobre tem de perder uma das únicas oportunidades de crescer na vida.

— Ok. — falei, me afastando para beber um gole de água. Essa próxima cena seria tensa, então eu precisava me preparar psicologicamente.

— E você, Angelina, eu quero que mostre raiva e desprezo. Se lembre que você é uma riquinha mimada que não aceita pessoas diferentes pelo que elas são, então use isso ao seu favor.

— Ok. — Jenna respondeu, inspirando fundo.

— Ok, em seus lugares. — ele voltou a dizer no megafone depois de se instalar atrás das câmeras. Havia pelo menos duas câmeras atrás de mim e da Jenna e mais duas em diferentes ângulos. — E ação!

Netflix | Jenna Ortega Onde histórias criam vida. Descubra agora