03.

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— Monroe, hora de acordar! — alguém gritou de fora do trailer aonde eu estava dormindo. Fechei os olhos com força e após alguns segundos me levantei da cama, coçando os olhos.

Assim que abri a porta, Jenna me esperava do lado de fora com um sorrisinho e uma animação contagiante.

— Por que tá tão animada? — perguntei, dando espaço pra ela entrar. — Hoje é nosso dia de folga.

Jenna sentou no pequeno sofá que havia dentro do trailer enquanto eu ia para o banheiro pegar uma escova de dente.

— Por isso mesmo! — ela sorriu abertamente. — Vamos sair.

— Pra onde? Quem vai? — perguntei, escovando os dentes e saindo do banheiro para olhá-la. Ela riu ao ver a cena.

— Tomar café, dar uma volta no parque. — deu de ombros. — Qualquer lugar.

Voltei para o banheiro e cuspi na pia, enxaguando a minha boca e a secando na toalha de rosto.

— Quem vai?

— Eu.

— E? — perguntei, procurando uma calça e uma blusa confortáveis dentro da mala.

— Você.

A olhei.

— Eu e você? Sozinhas? — confesso que fiquei nervosa com isso. Jenna riu.

— Sim. A galera tá toda descansando de ontem, então não queria acordá-los.

— Mas comigo foi diferente, né? — ironizei, rindo. — Começou a gritar na minha porta e não são nem... — liguei a tela do celular para ver as horas. — Oito horas da manhã! Ortega! — a repreendi, fazendo-a soltar uma risadinha.

— Desculpa. Eu só quero dar uma volta e você pareceu a melhor companhia pra isso.

Não pude evitar que um sorriso iluminasse meu rosto.

— Tudo bem. — me rendi. — Só vou trocar de roupa e nos encontramos lá fora, pode ser?

— Claro. Não demore. — ela se levantou do sofá e se direcionou a porta do trailer.

— Nunca.

— Você tem pão? — Jenna me perguntou de repente enquanto andávamos pela praça da cidade. Nuvens decoravam o céu azul. Os pássaros estavam cantando e a grama verde deixava todo o ambiente colorido e me trazia uma sensação feliz.

— Que?

— Pão. Você tem? — ela perguntou novamente, trocando a ordem das palavras e eu ri.

— Por que eu teria pão?

— Nós acabamos de sair da padaria. — ela resmungou, chutando uma pedrinha.

— Mas você não falou que queria comer pão. — respondi, a olhando. Jenna olhava os pombos no chão com um sorriso e eu entendi depois de alguns segundos. — Ok, senta aqui. Vou lá comprar pra você.

— Não precisa! Depois a gente faz isso.

— Nada disso. — coloquei a pequena garota sentada no banco pintado de branco e corri até a padaria, que ficava do outro lado da rua. Peguei literalmente um pão e depois de encarar uma pequena fila, paguei o alimento e corri até Jenna novamente.

Ela estava olhando os pombos bicarem o chão.

A cena era tão fofa que eu quis derreter. O pequeno sorriso e os olhos iluminados de Jenna eram a coisa mais linda desse mundo.

— Toma. Aqui está. — entreguei o saco de pão para a garota, que agradeceu com um sorriso e tirou a massa de dentro da sacola para partir em vários pedacinhos e jogar para os pombos.

— Que bonitinhos. — ela falou, jogando os pedacinhos de pão. Não consegui não a admirar enquanto ela alimentava os pássaros.

O seu rosto, o seu nariz, sua boca, seus olhos. Até mesmo sua sobrancelha era perfeita, como isso era humanamente possível?

— Quer? — ela me estendeu o pão pela metade, quase me pegando no flagra por ter a encarado por longos minutos.

— Quero. — quando terminamos de alimentar as aves, a olhei depois de ver um estúdio de fotos na esquina da rua. — Meu Deus, a gente precisa ir ali. — me levantei do banco de uma vez só, tendo a figura de um metro e meio ao meu lado.

— Na onde?

— Tirar fotos. — respondi, pegando a mão da garota para atravessarmos a rua em segurança.

Assim que atravessamos, percebi o que tinha feito e tirei a minha mão da sua.

— Desculpa.

— Eu gosto assim. — ela pegou novamente minha mão e nos guiou até o estúdio, pagamos nossa entrada e fomos até uma espécie de quartinho protegido somente por uma cortina preta.

A garota passou o braço pelo meu ombro, me puxando mais para perto e colando sua boca na minha bochecha. O flash da câmera foi ativado no momento que a minha expressão surpresa estava no rosto.

Jenna soltou uma risada e eu a acompanhei.

Para a próxima foto, peguei uma mecha do seu cabelo e coloquei debaixo do meu nariz, como se fosse um bigode. Mostrei um joinha pra câmera e a garota ao meu lado abriu a boca e cobriu com a mão, não conseguindo evitar outro sorriso.

Continuamos fazendo poses até que o tempo acabasse. A máquina imprimiu um filete de papel escuro com nossas fotos estampadas em quadradinhos pequenos com diferentes filtros de cor.

— Essa é a minha favorita. — falei, apontando para uma foto na qual Jenna me dava um beijo na bochecha. Ela riu.

— E essa é a minha favorita. — Ortega apontou para uma em que eu a abraçava com os dois braços e ela fingia um desespero com os olhos arregalados.

Rasguei o quadrado de foto que ela tinha apontado e a entreguei.

— Então esse fica com você.

— E os outros três ficam com você? — ela negou. — Injusto.

— Então escolhe outro. — Jenna sorriu maliciosamente e apontou para o que ela me dava um beijo na bochecha. — Não. Eu escolhi esse primeiro.

— Injusto! Quem disse que você podia escolher primeiro?

— Eu disse. — respondi, mantendo o nariz em pé.

— Baseado em que?

— Altura. Quem for mais alta, tem opção de escolher primeiro. — gargalhei quando ela me encarou com tédio, porque ela sabia que não ganharia se dependesse de tamanho.

— Par.

— Não. Não vou fazer isso.

— Vai sim, você é ímpar. — a garota mandou, fechando a mão em um punho e se preparando para mostrar um número com os dedos. Bufei, mas aceitei de qualquer forma. — Já! — quando ela mostrou o indicador e o dedo do meio e eu somente expus o dedo indicador, o dono do estúdio abriu a cortina.

— O tempo acabou, garotas. Hora de ir.

Netflix | Jenna Ortega Onde histórias criam vida. Descubra agora