16.

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— E aí a gente tava conversando sobre relacionamentos. — seis dias depois de toda a confusão de ciúmes com Jenna, eu estava no trailer de Emma, que contava as últimas atualizações sobre ela e Georgie. A garota bebericava um café quente dentro de uma xícara, enquanto eu apreciava o chocolate quente que ela tinha feito pra mim.

— Claramente ele tá querendo te namorar. — comentei, a vendo sorri abertamente.

— Mas eu não sei. — suspirou. — Ele é tão confuso e.. ah, não sei. — balbuciou, sem saber exatamente o que dizer.

— O que ele disse sobre relacionamentos?

— Que é muito complexo e exige muito de ambas as partes. — a garota respondeu, soprando o café. — A gente conversou bastante sobre isso. Eu até falei sobre filhos!

— Filhos? — dei uma risada honesta. Myers assentiu, se ajeitando na cadeira da cozinha para continuar.

— Ele disse que talvez em um futuro próximo ele quer ter um filho com a pessoa certa.

— Eu acho que ele tá querendo te namorar e não tá sabendo pedir.

— O que tá fazendo aqui? — Jenna apareceu de repente, adentrando a cozinha. Emma sorriu ladino, pegando o celular para não se envolver na conversa. Ortega olhava diretamente pra mim, impaciente.

— Não pode? — devolvi com outra pergunta e ela bufou. Myers escondia uma risada pela xícara na frente do rosto. Eu não sabia identificar se ela gostava da minha interação com Jenna ou discussão.

— Pode. — desconfortável, ela desviou o olhar. — Bom dia, Emma.

— Bom dia, Ortega. — a minha amiga respondeu, com os olhos no celular.

— Posso conversar com você, Monroe? — Jenna perguntou, tímida.

Olhei para Myers pedindo ajuda com os olhos e ela assentiu, com um sorriso maroto.

— Okay. — respondi, a seguindo para fora do trailer e fechando a porta. Ortega parou na minha frente com as mãos atrás do corpo e um sorriso torto.

Ela estava envergonhada.

— Desde quando ficou tão próxima da Emma? — perguntou, olhando diretamente nos meus olhos.

— Desde sempre. Somos amigas. — expliquei, calmamente.

Ela arqueou uma sobrancelha em dúvida.

— Amigas?

— É. Bem amigas. — enfatizei, tentando provocar ciúmes nela. Pelo jeito funcionou, porque a sua expressão se fecha.

— Amigas do tipo que você dá um buquê de flores de origami pra ela? — Jen estava tão curiosa que eu quis rir. Se ela estivesse tentando esconder o ciúmes, não estava funcionando.

— Acho que tipo isso. — continuei na mentira, vendo a garota bufar.

— Eu pensei que ela namorava o Georgie.

— Mas eu não disse nada sobre namoro. — Ortega revirou os olhos, cruzando os braços na frente do corpo.

— E vocês saem juntas?

— Por que tá tão curiosa sobre a minha relação com Emma? — perguntei de volta, a deixando sem saída. Jenna desviou o olhar, ficando com as bochechas vermelhas.

— Só queria saber.

— Entendi.

O assunto acabou, o que consequentemente me fez desviar o olhar, sem saber o que fazer.

— Bem, então eu vou-

— Não era isso que eu queria falar com você. — Jenna finalmente pareceu reunir coragem para dizer o que desejava, me olhando com certo receio. Ela suspira. — Quero te levar em um lugar.

— Onde?

— Você vai descobrir. — se manteve misteriosa, escondendo os detalhes. — E aí, topa?

— Você vai levar mais alguém?

— Tipo quem?

— Tipo o Timothée. — eu e a morena éramos péssimas em esconder o ciúme que sentíamos. Era recíproco o nosso sentimento.

Ela soltou uma risada, negando levemente.

— Não. Só eu e você.

— Tudo bem. — minha voz estava calma, mas o meu interior se revirava em felicidade. Meu coração estava batendo rápido, tão rápido que ameaçava sair do meu peito e parar na boca.

Jenna tinha um sorriso largo, os olhinhos brilhando na minha direção.

Passei no meu trailer para pegar algumas coisas que eu julgava necessário levar para o passeio, enquanto Jenna foi fazer o mesmo.

Nos encontramos em seu carro dez minutos depois, no qual a minha amiga conectava o bluetooth do celular no rádio.

— Que música quer escutar? — perguntou, virando a chave na ignição. Ela me olhou, esperando pela minha resposta antes de pisar no acelerador.

— Qualquer uma. — dei de ombros. Ela me olhou com tédio, como se esperasse uma música específica. — Coloca SZA, vai.

Ortega sorriu, colocando a cantora e logo uma música aleatória da playlist começou a tocar. Eu cantava baixo, aproveitando o momento, a música, a presença de Jenna ao meu lado e o ar frio que saía pelo ar condicionado.

Estava perfeito.

Ortega dirigia com atenção nas estradas, sua expressão séria me fazia querer beijá-la. Paralisei com o pensamento. Eu nunca tinha admitido pra mim mesma que queria beijar a boca dela antes fora das câmeras, mesmo que meu subconsciente já soubesse disso há muito tempo.

— Ei, o que tá pensando? — ela perguntou, intercalando o olhar entre mim e a rua asfaltada. — Suas bochechas estão vermelhas.

Soltei uma risada nervosa.

— Nada.

— Mentira. — a garota parou no semáforo, o que permitiu que ela me olhasse com mais calma, analisando meu rosto.

— Para de me olhar assim! — pedi, escondendo o rosto nas mãos. Jenna soltou uma risadinha e quando eu a olhei de volta, ela passou os dedos pelo meu rosto.

— Você é muito bonita. — meu coração idiota errou uma batida de novo e como se estivesse no automático, meus olhos pararam nos lábios vermelhos dela.

Deus, como a boca dela era atraente.

A garota desviou o olhar, engolindo a seco e apertando o pé no acelerador quando a luz do semáforo se tornou verde.

Seria complicado passar o dia com Jenna se ela me visse como uma amiga o tempo todo. Que droga, eu queria ser muito mais que apenas uma amizade pra ela.

Netflix | Jenna Ortega Onde histórias criam vida. Descubra agora