04.

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— VOCÊ E A JENNA SAÍRAM ONTEM? — Emma praticamente gritou ao que andávamos ao local das gravações.

— Para de gritar! — gritei por cima dela. — Sim. Mas não foi tipo um encontro nem nada. Ela só me chamou pra gente dar uma volta.

— Então é por isso que as páginas de fofoca já estão pegando fogo nas redes sociais? — suspirei ao saber da nova notícia.

— Nem sabia disso. Desde ontem não mexo no meu celular.

— Eles que se fodam. — Myers deu de ombros. — Me conta como foi!

— Ela me acordou umas sete e meia da manhã falando que queria dar uma volta por aí. Eu só aceitei e fui com ela. — respondi, deixando literalmente todos os detalhes importantes de lado.

Emma bufou e me empurrou.

— Conta direito, sua mal amada.

— A gente foi em uma padaria, comemos donuts e croissant. Bom dia. — cumprimentei uma pessoa da produção que passou por nós. — Depois alimentamos os pombos na praça e-

— ALIMENTARAM POMBOS NA PRAÇA?

Fechei os olhos, como se Emma não tivesse estourado meu tímpano com sua pergunta.

— Sim, foi isso que eu disse.

— Tem certeza que vocês não tão namorando? — Emma perguntou, sorrindo.

— Sim, por que?

— Alimentar pombos na praça é a coisa mais de casal do mundo. — neguei rapidamente com a cabeça, acelerando o passo. Parecia que quando mais a gente andava, mais longe ficávamos do local de gravações.

— Nada a ver.

— Tudo a ver! — ela sorriu abobada. Parecia até que estava apaixonada. — É tipo nos doramas, quando o namorado compra pão pra namorada e ela alimenta os pombos. E o namorado fica admirando ela o tempo todo. — engoli a seco ao perceber que ela citou exatamente o que tinha acontecido no dia anterior.

— Nada a ver. — resmunguei.

— Primeira fase: negação. — ela lançou. — Nem sei porque você tá agindo assim, é sobre a Jenna Ortega que estamos falando.

— E daí?

— E daí que qualquer um é apaixonado por essa mulher hoje em dia. Você só tá em negação. O que não faz muito sentido, porque... — Emma continuou falando, mas eu não consegui escutar mais nada quando Jenna entrou no set de filmagem. A garota me olhou de cima a baixo e sorriu ladino.

— Que merda, Monroe. Você tá fazendo o que eu acabei de falar.

Balancei a cabeça, voltando a atenção para Emma.

— O que disse?

— Que você tá agindo como se tivesse apaixonada por ela.

— Não estou. — respondi, vendo Emma se afastar para pegar a bandeja de café.

— Nem você acredita nisso. — respondeu de longe, mas alto o suficiente para eu conseguir entender. Soltei uma risada, negando a minha própria situação.

— Finalmente chegamos na nossa segunda parte do enredo, pessoal. — Tim avisou, olhando para ninguém em especial. — O clima de tensão sexual. — troquei um olhar rápido com Jenna e segurei um sorriso. — Como vocês sabem, o filme é divido em três partes: ódio, tensão sexual e finalmente o amor. Estamos quase na metade da produção. — um pessoal comemorou, mas logo o silêncio voltou a reinar. — Então vamos voltar com tudo e vocês duas — ela apontou para Jenna e eu. — Venham cá.

A produção começou a se espalhar pelo set, arrumando a iluminação, direção de câmeras, maquiagens e roupas dos atores.

— Vamos começar gravando a cena em que Angelina está muito brava por Eve ter a encarado em público. Vocês se lembram dessa parte?

— Sim. — dissemos em um uníssono.

— Tudo bem. — Tim pegou o megafone enquanto uma figurinista arrumava o meu cabelo. — Vamos lá pessoal, prontos?

Todos concordaram, preparados.

— Ação!

Tirei um caderno da mochila e guardei dentro do meu armário antes da porta ser agressivamente fechada na minha frente, quase batendo no meu rosto.

Jenna tinha a expressão raivosa e apertava as alças da mochila.

— Quem você acha que é pra falar aquilo comigo na porra do corredor? Na frente de todo mundo? — afastei um passo, olhando para os lados e evitando as câmeras. — Você só pode ter pedido uma parte do cérebro, né garota. — Angelina dá um tapa na minha cabeça e eu trinco o maxilar.

A empurro fracamente.

— Já falei pra não encostar em mim.

— Desde quando você ficou durona assim? — ela se aproximou de novo. — Tomou injeção de coragem?

Virei o rosto, bufando.

— Eu tô atrasada pra aula. — passei pela garota, mas ela segurou meu pulso, me impedindo de continuar andando.

— Não terminei de falar.

— E eu não tô nem aí. — tirei sua mão do meu pulso com certa brutalidade e me afastei. — Que droga, Angelina. Me deixa em paz.

— Primeiro você me humilha na frente de todo mundo e depois de finge que nada aconteceu... — ela ri anasalado, aproximando o rosto do meu. — Eu vou fazer você virar faxineira dessa escola.

Em mais uma cena tirada da minha cabeça, aproximo um pouco mais os nossos rostos, até estarem a centímetros de distância. Angelina — ou Jenna? — olha para a minha boca por questão de segundos.

— Quem sabe eu não aproveito e limpo essa sua personalidade imunda? — aproveitei o momento de lacração para me afastar da garota e deixar a câmera focar em seu rosto chocado.

— Ótimo, muito bom! — Burton falou de longe, com o megafone na frente da boca. — Vocês estão arrasando meninas, continuem assim.

A próxima cena começou, essa que se baseava em Angelina conversando com Wendy, a personagem da Emma. As duas eram amigas de longa data e mesmo que Angelina nunca tivesse gostado de Eve por sua condição humilde, Wendy nunca teve problemas com isso. As duas agora tentavam discutir se forma civilizada: Angelina tentando ofender Eve e Wendy tentando a proteger.

Netflix | Jenna Ortega Onde histórias criam vida. Descubra agora