Dia 13, sábado.
Decidimos aproveitar a tarde, já que passamos a manhã toda dormindo, no parque próximo a minha casa. Não estava muito quente, o que era perfeito para uma caminhada.
Ouvi o Rafael contando empolgado sobre as corridas de moto e o grupo no qual ele participava enquanto caminhávamos. Tenho que confessar que ele vinha sendo muito carinhoso comigo, e seu rosto se iluminava quando me olhava, não se parecia nada com aquele filha da puta que trabalhava comigo no escritório. Ao mesmo tempo que eu sentia meu coração bater mais forte quando ele sorria. Sentei em um banco e fiquei observando a paisagem, calada, como havia estado durante todo o passeio.
— Tá tudo bem, Lê?
Fiz que sim com a cabeça. Passados alguns minutos não me contive e disse:
— Rafael, porque você me odeia tanto?
— Eu não te odeio. - Ele achou estranha a pergunta.
— Você sempre fez da minha vida no escritório um inferno...
Ele observou a paisagem por um tempo e respirou fundo antes de começar a falar.
— Eu nunca te odiei... na verdade sempre te admirei.
Eu virei meu corpo em sua direção e o olhei desacreditada.
— Você sempre foi melhor que eu, Lê. E eu sempre achei você uma mulher linda e forte. Sem contar o seu carisma, sempre amiga de todo mundo... Eu nunca tive a menor chance no escritório.
— Isso não é verdade Rafa, você é muito bom no que você faz... eu falei sério quando disse isso e você sempre teve chance, foi uma decisão difícil me escolherem como diretora, a Suzana me contou a um tempo atrás. - Suzana era uma das CEOs da empresa.
— Não foi... você mereceu.
— Não foi o que você disse quando fui promovida.
— Eu sei, me desculpa, mas eu simplesmente não conseguia ficar perto de você e ficar numa boa. Eu... tentava, mas ficava nervoso e irritado...
Eu o olhava incrédula com o que ele estava me dizendo.
— Queria que você me tratasse, no mínimo, como tratava os nossos outros colegas, mas sempre saía com comentários babacas e depois queria simplesmente sumir. Acabava descontando minha irritação na minha equipe. - Ele levou a mão ao cabelo exasperado. - Eu nunca tinha parado para pensar nisso, sabe? Sempre fui de boa, mas estar no mesmo ambiente que você me tirava do eixo... eu sei que nada do que eu fiz se justifica, as outras pessoas não tinham nada a ver com isso e eu acabei fazendo a vida de muita gente um inferno.
— E como fez... - Eu disse desgostosa.
— Eu.. eu... ahhh! - Ele se levantou jogando os punhos cerrados ao lado do corpo e ficando de costas pra mim. - Você tem toda a razão de me odiar e querer fazer eu pagar por isso.
Eu continuava sentada observando seus movimentos. Sinceramente não sabia bem o que dizer. Não o odiava, acho que nunca o odiei de verdade. O encarava como um adversário forte, lindo e gostoso.
— Eu reclamei tanto dos caras dos filmes e no final eu sou exatamente igual a eles. Um grande e excelentíssimo babaca.
Vi seus ombros caírem e ouvi seu suspiro.
— É, isso você é mesmo, senta aqui de novo. - Ele se sentou novamente no banco, acho que me obedeceu pela força do hábito, e ficou olhando pra frente. - Olha pra mim! - Ele se virou mas não conseguiu me encarar. Levei minha mão ao seu rosto e ele se acariciou em minha palma, fechando os olhos.
— Me desculpe por tudo o que eu fiz você passar. Eu vou entender se você me mandar embora do escritório...
— Fica tranquilo, Rafa, eu não vou te mandar embora do escritório. - Respirei fundo e me levantei, já era tarde. - Vamos pra casa.
Não sei se eu estava pronta para "perdoá-lo", talvez estivesse pronta para mais que isso, mas eu não conseguia colocar isso em palavras, não conseguia se quer entender o que era aquilo que eu estava sentindo e isso me assustou muito.
Nossa conversa meio que acabou com o clima, jantamos e ficamos no sofá assistindo qualquer coisa até que o sono bateu. Pedi para que ele dormisse no sofá, eu precisava pensar e não ia conseguir fazer isso com ele do meu lado.
Me fechei no quarto, deitei na cama e comecei a repassar tudo o que tinha acontecido desde que eu havia entrado na empresa. Todas as vezes que eu quis matar o Rafael, todas as vezes que eu tive que resolver as merdas que ele fazia, todas as vezes que eu me peguei o observando tirar a jaqueta, todas as vezes que eu não conseguia ouvir o que dizia porque estava perdida em devaneios sexuais com ele, todas as vezes que eu admirava seu trabalho... E também rememorei os últimos 13 dias, tudo o que eu o havia feito passar, seu toque em minha pele, seu tesão estampado em seu rosto... O exato momento que o vi partindo pra cima do Shane... Minha cabeça estava um turbilhão...
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Nota da Escritora:
Olá queridxs, muito obrigada por estar aqui, vivendo comigo essa história.
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Beijos no Popoti!
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Meus planos para você - Livro 1
Literatura KobiecaDark Romance Sadomasoquista. De um lado a Domme Letícia e do outro lado, Rafael. Ambos colegas de trabalho que competiam pelo mesmo cargo. A disputa de personalidades fortes dentro do escritório toma outro rumo quando Letícia é promovida a Diretora...