Meus planos para você - Livro 1

Aos pedaços

Acordei com o despertador, queria jogar ele longe, mas infelizmente precisava ir trabalhar. Estava um lixo, me arrumei como pude e saí. Não consegui comer direito, não tinha vontade. O Rafael não apareceu no escritório, quando fui embora torci para encontrá-lo na porta, me esperando, mas ele não estava lá.

Na terça fiquei em home office, mas foi muito pior do que ir ao escritório. Em todos os lugares eu o via, a marca de sua cabeça na parede ainda estava lá, o quadro quebrado no canto da sala, o lugar onde o espelho ficava, o edredom que ainda estava no chão... Então decidi ir trabalhar no escritório todos os dias da semana e os dias se seguiram iguais: Acordava, ia pro escritório, trabalhava, voltava pra casa vegetava no sofá e dormia.

Conforme os dias foram passando eu ia juntando meus caquinhos aos poucos, na sexta às meninas do escritório me chamaram para um happy hour, eu não queria ir, mas elas insistiram tanto que eu acabei aceitando. Bebi bastante e acabei falando sobre o Rafael com a Angélica e a Cláudia (claro que eu omiti muito da história), que eram minhas amigas mais próximas, elas já suspeitavam de alguma coisa e puseram a tentar me animar.

— Amiga, ele não presta! A gente sempre soube disso! Não fica assim, ele não vale isso não! - Disse a Cláudia.

— Eu sempre achei que rolava alguma coisa entre vocês - Disse a Angélica - Só que vocês dois eram muito cabeça dura para perceber.

— Para Lica! Não tem nada a ver os dois! Ele é muito babaca! A Lê não merece ele não!

— Ai, meninas ele falou tudo, tudo mesmo para aquele grupo maldito! E o jeito que ele falou de mim... - Levei minhas mãos ao rosto e comecei a chorar.

— Calma Lê, talvez ele só quisesse manter as aparências para os amigos, ué?! Meu marido tem um grupo de whatsapp assim, qualquer coisa que alguém fale mais ou menos a geral cai matando no cara! Eu não sei o que passa na cabeça desses homens! - disse a Angélica.

— Masculinidade frágil, é esse o nome amiga - Disse a Cláudia com desdém.

— Tá, e porque ele não mandou mensagem ou sei lá, foi no meu apartamento, apareceu na empresa...?

— Se ele te ligasse ou te mandasse mensagem você iria responder? - Perguntou a Angélica.

Neguei com a cabeça.

— Certeza que o gostoso do Erick não ia deixar ele entrar na empresa. - Completou a Cláudia. - E não esqueça que você o chamou para expulsar o Rafael da sua casa.

Mostrei a língua pra elas.

— Mas isso não justifica! Ele deveria ao menos ter tentado!

— Amiga, vocês se conhecem há muito tempo, se ele não tentou é porque sabe que não iria funcionar. - Disse a Angélica mais compreensiva.

Fui pra casa super bêbada naquele dia e passei o final de semana lambendo minhas feridas no sofá, assistindo filme e chorando. 

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Nota da Escritora:

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