Está melhor?

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POV RAFA

Valentina deixou todas nós sem palavras, ela falou aquelas palavras para Gizelly e até eu pude sentir a dor dela.

-Luiza, vai com ela, por favor — Sai do transe. — Não deixa ela dirigir sozinha.

-Acho que seria melhor a... — Tentou argumentar, mas a impedi.

-Por favor! — Olhei em seus olhos preocupada.

Ela não disse nada, passou por Gizelly sem a olhar e seguiu em silêncio atrás da minha irmã.

-Gi... — A chamei e ela me olhou, seus olhos estavam tristes, magoados, chorosos.

-Vamos pra casa! Eu te acompanho, amanhã você conversa com a Tina.

Ela tinha uma expressão arrasada. Assim como ela, a última coisa que eu esperava que a Valentina falaria aquilo pra ela, dizer que Gizelly é seu maior arrependimento, foi cruel. Se não fosse por toda a situação, eu comemoraria aquele momento entre elas com extrema alegria.

Mas eu não conseguia me sentir alegre vendo a
Gizelly triste por ter ouvido aquilo.

Eu achava que a Valentina poderia ter falado qualquer coisa, ela poderia simplesmente ter virado de costas e saído. Na minha opinião aquele "xeque-mate" havia sido desnecessário. Eu diria até cruel com Gizelly.

-A gente deixa vocês em casa! — Juliette que estava junto de nós falou.

-Vem! —Eu disse puxando-a pelos ombros.

Ela se deixou conduzir e seguimos as meninas até o carro delas. Sentamos no banco de trás e abracei a
Gizelly, deitando sua cabeça em meu ombro.
Ela não dizia nada apenas chorava em silêncio. Eu sentia suas lágrimas molharem meu ombro e me mantinha calada. Não havia nada que eu pudesse dizer que melhoraria seu estado ou mudaria aquela situação.

Algum tempo depois Juliette parou o carro em frente ao prédio da Gi. Eu desci com ela e disse que ficaria por ali até ela se acalmar e depois iria para casa de táxi. As meninas se foram e nós seguimos para dentro do prédio. Suas mãos tremiam tanto que nem conseguia abrir a porta.

Tomei as chaves de suas mãos e abri a porta para ela, que passou e deitou-se no sofá abraçando as próprias pernas. Ela parecia tão frágil, tão dilacerada. E apesar de vê-la sofrer por causa da minha irmã meu coração se apertava por sua dor.

-Você deveria tomar um banho! — Eu disse, mas ela continuava inerte. Aproximei-me sentando-se ao seu lado e tocando seu rosto com carinho.

- Vai tomar um banho e trocar essa roupa. Não adianta ficar assim Gi. A Valentina tá de cabeça quente, amanhã você conversa com ela e quem sabe não se acertam! — Ela me olhou sem entender.

-Sua irmã me machucou! — Tinha a voz ferida.

-A Valentina não queria te machucar Gi. Ela estava...

-Não tente defender ela, Rafaella! — Ela se sentou direito no sofá.

-Ela não precisava ter feito ter feito isso na frente de todo mundo. — Gizelly levantou-se e seguiu até o quarto me deixando sozinha.

Segui em direção a cozinha da casa dela e comecei a procurar por algo que me permitisse preparar um chá para ela. Achei uma caixinha de chá de camomila e coloquei um pouco de água para ferver.

Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado enquanto aguardava a água levantar fervura. Alguns minutos depois o barulho cessou. Ouvi meu celular tocar e segui até a sala pegando o aparelho e vendo uma mensagem da Luíza.

"Chegamos bem. Estamos na minha casa. Beijos"

"Obrigada! Cuida dela pra mim! Bjos" — respondi.

A namorada da minha irmã -Girafa/Valu (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora