A namorada da minha irmã -Girafa/Valu (adaptação)

A descoberta

POV VALENTINA

Se tem uma coisa bem desagradável em São Paulo é dirigir na hora do rush. O trânsito fica horrível, filas e filas de congestionamento, acidentes, tudo trava. Quando consegui chegar na casa da minha mãe para buscar a Sofia já ia dar 20:00h.

-Boa noite — Disse assim que entrei na sala encontrando minha mãe sentada ao lado da
pequena.

-Tia Valen, que bom que chegou! — Sofia correu pulando em meus braços.

-Oi princesinha. —A peguei beijando seu rostinho.

Conforme crescia, Sofia estava cada dia mais pesada.

-Vamos pra casa? Sua mãe está te esperando e já passou da hora do seu jantar.

Não delonguei minha permanência lá, pois sabia que ainda teria um longo caminho a percorrer até a casa de Gizelly.

Peguei as coisinhas dela e em 30 minutos já estava estacionando em frente ao prédio. Assim que abri a porta da sala, Sofia entrou correndo atrás da Gi.

-Mamãe! — Gritou alto. — Eu cheguei!

Sorri vendo os passinhos apressados dela pela sala, fechei a porta a minhas costas e entrei.

-Que saudades de você meu amor! — Disse pegando-a no colo e abraçando apertado.

-Também senti saudade.

-Valentina? — Gritou.

-Tô na sala, meu bem. — Ela entrou segundos depois com a pequena ainda no colo. — Ela tá grande né? — Comentei ao ver seu esforço.

-Cada dia mais — Aproximou-se me dando um selinho. —Já jantou?

- Ainda não.

- Ótimo assim você janta com a gente. Fiz estrogonofe de frango.

- Ebaaa eu "adolo". — Disse, Sofia fazendo-nos rir do seu jeito animado.

Ela fez um prato para mim e colocou a minha frente. Em seguida, colocou a comida da pequena no pratinho e sentou-se ao lado dela.

-Eu quero suco mamãe. Tem suco de melancia?

-Eu vou pegar pra você, vai comendo. — Gi disse levantando e indo até a geladeira.

- Como foi o seu dia meu anjinho? — Ela perguntou um pouco mais alto para que Sofia ouvisse.

-Foi legal, eu brinquei muito hoje. E de manhã eu também conheci a tia Rafa, ela é irmã da tia Valen né, tia?

Ouvi um barulho alto e assim que olhei para Gizelly,
vi a jarra de suco estilhaçada no chão.

Aquela não era bem a forma que eu pretendia contar a ela que Rafaella tinha voltado, mas agora não tinha mais volta né. Levantei-me preocupada com ela. Ela estava pálida, estática pela notícia que recebera.

-Droga! - resmungou olhando a sujeira no chão.

-Deixa que eu limpo isso amor — Pedi preocupada. — Você pode acabar se cortando aqui.

Gizelly se afastou e fui até a área de serviço pegando a pá e a vassoura, além de um pano.

-Agora não tem mais suquinho? — Sofia disse inocentemente.

-A mamãe faz outro pra você, meu anjo.  — Gizelly disse dando a volta até a fruteira.

Juntei os cacos colocando-os dentro de um saco plástico e passei o pano sobre o suco.

O silêncio na cozinha era assustador. Era perceptível que ela havia ficado abalada com aquilo. Assim que terminei sentei-me novamente na cadeira e voltei a comer, enquanto ela batia um novo suco pra Sofia.

Ela colocou um pouco no copo e sentou-se de frente pra mim, olhando-me inquisidora.