Depois de se apaixonar perdidamente, Rafaella jamais
imaginava o que estaria por vir no futuro.
Fechada para o amor, Valentina se descobrirá apaixonada pela namorada de sua própria irmã.
Numa história que envolve medos, dúvidas e amor, quatro mulher...
Entrei no banheiro e assim que liguei a ducha a água quente deslizou pelo meu corpo, me ajudando a relaxar um pouco. Será que aquelas sensações nunca acabariam, será que toda vez que eu a visse seria assim?
Eu me sentia no meio de uma tempestade onde cada raio que caia me trazia uma lembrança nossa. Precisava reencontrar totalmente o meu foco, meu controle, minha razão para ter voltado.
-Valentina... eu voltei pra acertar minha relação com ela. Não posso machucá-la. Não posso deixar isso acontecer... — Repetia várias vezes para mim.
-Oh Deus dai-me forças pra ser indiferente ao que eu sinto... — Esfreguei o rosto removendo qualquer resquício de tinta que pudesse restar nele.
Ensaboei meu corpo e deixei a água escorrer por meus cabelos. Passei uns 20 minutos ali debaixo, enrolando, ganhando tempo, na tentativa de que ao sair dali elas já tivessem ido embora. Assim que sai do chuveiro me lembrei de que todas as minhas roupas já estavam em meu apartamento.
Merda! — Praguejei.
Abri a porta do guarda roupa e só encontrei meu "pijama", que nada mais era do que um short justo e curto de lycra e a parte de cima rendada.
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Eu não queria ter sair na sala vestida assim, tinha medo que Gizelly, e principalmente a minha irmã, pudessem encarar aquilo como uma provocação ou algo parecido.
"Elas já devem ter ido" — Pensei.
Foi questão de segundos até a porta do meu quarto se abrir bruscamente e um pequeno furacão de cabelos claros entrar correndo e subir na cama, constatando que elas ainda estavam ali.
-Olha como eu tô chelosa tia Rafa. — Sofia disse.
Aproximei-me dela cheirando os cabelos recém banhados que tinham um cheirinho suave de shampoo.
-Nossa que princesinha mais cheirosa você é! — Ela subiu na cama ficando da minha altura. — Não fica muito perto da beirada pra você não cair.
-Vovó "Catalina" pediu pra chamar você! — Era assim que a Sofia chamava a minha mãe.
-Eu já vou! — Peguei o pente e terminei de pentear meu cabelo enquanto ela continuava ali pulando na cama. Assim que terminei a chamei.
-Vamos pra sala?
-Me leva no colo! — Sofia gritou.
-Tá bom, vem! — Ela levantou os bracinhos se agarrando em meu pescoço.
Voltamos pra sala onde minha mãe estava sentada em uma poltrona conversando com Gizelly e a minha irmã.
Assim que entrei pude perceber os olhos dela percorrerem meu corpo de cima a baixo, e depois desviar envergonhada ao cruzar com os meus.
-Me desculpem pela roupa. — Disse olhando para Valentina. —Eu não tinha programado dormir aqui hoje, todas as outras estão no apartamento.
-Não se preocupe! Se acostumá-la assim Rafa, suas costas não durarão até o final do ano. — Valentina disse referindo-se a Sofia que ainda estava em meu colo.
