POV RAFA
A Valentina sempre foi a única pessoa pra quem eu nunca tive medo de me abrir. E mesmo estando brigada com ela, foi a primeira pessoa que eu procurei para contar o que me atormentava naquela hora.
No fundo eu sabia que a nossa relação era capaz de superar tudo, por que o nosso amor ia além de qualquer desavença, mágoa ou raiva que pudéssemos nos causar. Éramos irmãs e tínhamos o amor mais verdadeiro que o ser humano pode sentir. O amor pela nossa família.
Valentina me acolheu em um abraço fraterno enquanto eu chorava a minha insegurança em seu colo.
Meu maior medo era que algo acontecesse com a minha mãe e que eu nunca mais pudesse dizer a ela que apesar da nossa briga, de todas as coisas ruins que já dissemos uma pra outra, de toda mágoa que nos causamos, eu a amava, que ela era minha mãe e que eu a amava acima de tudo.
Eu queria dizer a ela o quanto eu gostaria de consertar as coisas entre nós, queria perdoá-la e que ela me perdoasse também. Queria a chance de ter a minha mãe ao meu lado como eu nunca havia tido antes. E eu estava correndo um sério risco disso não acontecer.
-Como assim 48 horas? — Perguntei assim que o médico nos disse que a cirurgia tinha sido um sucesso, mas infelizmente ela ainda não estava fora de risco.
-Isso que dizer que ela ainda pode... — Não consegui terminar a frase e a Gi aproximou-se de mim abraçando a minha cintura.
- Infelizmente sim Senhorita. As primeiras horas serão cruciais. No momento ela está na UTI e seu quadro é bastante estável. Mas só poderei te dar uma certeza após o período de observação.
-E ela pode receber visitas? — Valentina perguntou.
-Infelizmente ainda não.
-Doutor um de nós poderá ficar para acompanhá-la? -Meu pai entrou na conversa.
-Infelizmente não Senhor. Eu sugiro a vocês que vão para casa. Garanto-lhes que sua esposa está recebendo os melhores cuidados. Qualquer alteração no quadro dela nós informaremos a família imediatamente.
-Eu não quero ir pra casa. —Falei chorosa e a Gi segurou a minha mão me fazendo olhar para ela.
-Rafa eu sei que quer ficar, mas não vai adiantar em nada.
-Vamos pra casa? Você está nervosa lá pelo menos descansa um pouco. Aposto que vai te fazer bem passar um tempo com a Sofia. O que acha? — Parei alguns minutos para pensar e por um lado ela tinha razão.
Não havia nada que eu pudesse fazer por enquanto e tudo que eu desejava agora era estar na presença das pessoas que eu tanto amava.
-Tudo bem. — Concordei com ela.
-Vocês querem nos acompanhar? — Gi perguntou aos demais.
-Eu vou para casa, Gi. — Meu pai respondeu.
Minha irmã estava inerte e só despertou quando a
Luiza tocou-lhe o ombro.-Oi?— Valentina olhou ainda perdida
-A Gizelly perguntou se quer acompanhá-la até a casa dela — Luíza repetiu...
-Na verdade preciso passar na minha mãe antes e pegar a Sofia. — Ela disse. — Eu a deixei lá quando sai e ela já deve estar agoniada. Eu prometi que ela veria você ainda hoje.
-Claro! Eu também quero muito vê-la. — Olhei para a Valentina. — Você quer vir conosco? A Sofia vai adorar te ver também!
-Pode ser! — Valentina respondeu no automático.
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A namorada da minha irmã -Girafa/Valu (adaptação)
FanfictionDepois de se apaixonar perdidamente, Rafaella jamais imaginava o que estaria por vir no futuro. Fechada para o amor, Valentina se descobrirá apaixonada pela namorada de sua própria irmã. Numa história que envolve medos, dúvidas e amor, quatro mulher...