Enfim sós

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POV GIZELLY

Com a interrupção da cerimônia pela minha mãe a juíza de paz nos deu algum tempo a sós com ela.
Seguimos para dentro da chácara e Rafa me acompanhou.

Assim que estávamos apenas nós três no recinto eu pude finalmente soltar a minha frustação. E eu não fui muito delicada com ela.

-O que tá fazendo aqui? Se a senhora acha que vai estragar nosso casamento assim pode dar meia volta e pegar a estrada para sua casa mãe! — eu disse já com sete pedras nas mãos.

Ela recuou um pouco, assustada pela minha forma de falar. Eu raramente atacava alguém assim de primeira, mas foi impossível me controlar naquele momento. Foi a Rafa quem interveio.

-Amor! Calma! — pediu me fazendo olha-la. Ela segurou meu rosto entre suas mãos olhando-me nos olhos com ternura e meu coração se acalmou um pouco.

-Deixa-a falar primeiro!

-Você está defendendo ela depois de tudo que ela já fez e disse contra nós? Não estou entendendo você!

-Amor me escuta. Eu sei que você ficou muito magoada com tudo que houve até hoje. Eu também fiquei. Mas o que mais me magoa é ver você sofrer pela falta dela na sua vida. Eu sei o quanto você ama a sua mãe. Não é por acaso que ela está aqui hoje!
Acredite em mim! — disse desviando seus olhos de mim para minha mãe.

-Como assim? — perguntei sem entender.

-Ela me procurou. — minha mãe respondeu primeiro. — Por isso estou aqui hoje.

-Por que você fez isso? — perguntei a Rafa.

-Eu fiz por você! Por que eu te amo e sei o quanto você está sofrendo com tudo isso entre vocês duas.
Eu vou deixar vocês duas conversarem a sós.

-Não! Eu quero que você fique comigo. — pedi segurando sua mão.

-Eu estou sempre com você amor! Mas essa conversa só compete a vocês. Eu estarei te esperando lá fora! E não importa o que aconteça aqui dentro — disse apontando o quarto — eu e você só sairemos daqui casadas ok?

-Promete? — pedi. Eu precisava daquela certeza.

-Prometo! — ela deu-me um beijo leve em minha testa e saiu. Voltei a vestir minha armadura assim que ela fechou a porta.

-Pode falar! — disse dura, eu estava irredutível.
Enquanto uma parte de mim queria ceder a alegria de ter minha mãe ali outra parte ainda tinha dúvidas de que ela estava ali de bom grado.

-Você tem todo direito de se sentir com medo de mim. — ela disse olhando-me.

-Eu não fui nada receptível com vocês desde que você reatou seu relacionamento com ela. Tudo que fiz foi rechaçar você pra longe de mim.

-Não pense que sinto prazer em me sentir assim!
Todo esse sentimento ruim dentro de mim é culpa sua mãe! — acusei-a — Você fez com que todo o amor que eu tinha pela senhora se transformasse em medo.

-Eu sei. Não estou eximindo-me de culpa. Só queria que você entendesse que eu fiz o que achava que era o melhor para você!

-Eu sei o que é o melhor para mim mãe! — gritei com ela assustando-a — Desculpe! — pedi em tom mais baixo — Só eu posso saber o que me faz bem. E ela me faz bem! — disse ela ficou em silêncio por um tempo.

A namorada da minha irmã -Girafa/Valu (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora