Obrigada por ter vindo!

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POV VALENTINA

Apesar de já saber que minha irmã e a Gizelly estavam se acertando eu ainda não as tinha visto
juntas. E vê-las ali causou uma sensação estranha dentro do meu coração. Era um misto de dor e paz ao mesmo tempo. Não posso mentir que ver as duas abraçando-se com tanto amor me incomodou, mas ao mesmo tempo eu sentia uma leveza na minha alma.

Era como se nossas vidas fossem um quebra cabeças e finalmente as peças começassem a se encaixar. O que me incomodava era que agora, eu me sentia como uma peça que estava sobrando no quebra cabeça.

Elas afastaram-se e só então a Gizelly olhou para onde meu pai e eu estávamos. Ela parecia sem graça com a situação, e a passos lentos aproximou de nós.

-Oi — Gizelly disse parecendo encabulada.

-Oi —Respondi sendo seguida pelo meu pai.

O silêncio constrangedor voltou a reinar entre nós por longos minutos.

- Essa cirurgia não acaba nunca? — Rafa disse e voz tinha impaciência e preocupação. Eu sabia que apesar de toda mágoa que ela guardava da nossa mãe ela ainda tinha muito amor por ela.

-Você precisa se acalmar um pouco! — Gi disse segurando as mãos dela —Vem tomar alguma coisa comigo!

-Você querem alguma coisa? — Minha ex namorada perguntou e ambos negamos.

Assim que elas saíram de mãos dadas eu também sai dali. Caminhei pelo hospital por um tempo e acabei me sentando numa parte do hospital que estava vazia. Apoiei minha cabeça com as mãos e deixei que um choro silencioso se libertasse.

Não era por elas que eu chorava, era por mim, por minha mãe e toda angústia que só crescia no meu peito, era por todas as coisas de errado que havia acontecido na minha vida nos últimos dias.
A única coisa boa que ainda me restava era a Peixotinha.

Limpei as lágrimas e sorri ao lembrar o apelido dela. Era isso que eu precisava agora. Eu precisava dela. Eu a queria ali ao meu lado e não hesitei em pegar o celular e ligar pra ela.

-Oi linda! — Ela atendeu com a voz alegre.

-Lu. — Eu disse com a voz chorosa — Eu preciso de você!

-O que aconteceu Valentina? — Perguntou preocupada — Onde você está?

No hospital... no Sírio!

-Tá tudo bem com você? — Sua voz estava assustada. — Aconteceu alguma coisa com você? com a Rafa?

-Você pode vir pra cá? Por favor?

-Claro! Estou indo já! — Disse desligando o celular.

Alguns minutos se passaram até que uma voz conhecida me chamou.

-Tina! — Era Rafa.

Ergui meus olhos em sua direção. Ela estava sozinha.

-Trouxe um café pra você! — Disse estendendo o copo.

-Obrigada! —Respondi aceitando. Ela permaneceu de pé parada, me olhando. — Quer sentar?

Me afastei um pouco cedendo um lugar ao meu lado e ela sentou-se em silêncio.

-Ela vai ficar bem não vai? — Perguntou com os olhos perdidos na parede e levei minha mão até a dela segurando-a com carinho, confortando-a.

-Sim. Ela vai ficar bem! — Respondi tentando transparecer confiança na voz.

-E se ela... — Calou-se e eu a fitei. Ela tinha os olhos marejados e uma expressão de medo que eu nunca tinha visto em seus olhos.

-Se acontecer algo com ela, e eu nunca mais ter a chance de acertar as coisas entre nós. Ela vai morrer achando que eu odeio ela. Mas eu não a odeio Tina. Eu não odeio a mamãe, eu não odeio. — Rafa disse deixando um choro lhe dominar eu a abracei.

A namorada da minha irmã -Girafa/Valu (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora