Qual o seu nome?

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POV RAFA

Depois que a Luiza deixou o hotel eu não consegui dormir mais. Tomei banho, comi algo leve e fui dar uma volta no Ibirapuera. Depois de andar quase todo o parque parei em frente ao lugar que estive ali pela última vez.

Olhei para frente e minha mente reviveu aquele dia, o dia em que vi Valentina e Gizelly se beijando. Voltei a caminhar e retornei ao hotel. Coloquei minhas coisas na mala e desci até a recepção encerrando minha estadia. Peguei um taxi e em alguns minutos já estava na frente do meu antigo prédio. Na portaria, seu Antônio me recebeu com simpatia. Era bom saber que ele ainda trabalhava ali, era um senhor muito educado e sorridente.

-Bom dia seu Antônio. — Cumprimentei-o.

-Senhorita! Seja bem-vinda de volta!

-Pois é seu Antônio acabei voltando.

-Todos aqui sentiram muito a sua falta. Eu sempre perguntava à Kelly se ela tinha notícias suas. —disse com doçura.

-Obrigado pelo carinho seu Antônio, eu sempre gostei muito do senhor, de todos os funcionários do prédio.

-Eu te ajudo com as malas — Ele disse solicito.

-Obrigada. — Ele ajudou acompanhando-me até a porta do apartamento da minha mãe.

Assim que coloquei a chave na porta minhas mãos tremeram de nervoso. Girei a chave e abri a porta.
A sala estava vazia. "Será que não tem ninguém" - pensei.

Coloquei as malas pra dentro e em silêncio caminhei até a cozinha. Parei na porta olhando com receio para dentro do ambiente. Consegui enxergar
Kellynha em pé em frente a pia, cortando alguma coisa.

-Será que tem almoço para mim nessa casa hoje?

-Rafaella! Ah meu Deus! Você voltou! Graças a
Deus menina. — Disse soltando a faca e vindo me abraçar. Ela apertou-me em seus braços e eu relaxei apreciando o quão gostoso era aquele abraço. Senti tanta saudade minha menina.

-Eu também senti muitas saudades Lúcia.

-Deus finalmente ouviu minhas preces e te trouxe de volta para nós. — Afastou-se me olhando. Seus olhos já estavam vermelhos. Kelly era como uma manteiga derretida, toda sentimental, e sua recepção amistosa me emocionava também.

-Ontem a Tina não te disse que eu havia voltado? — Perguntei desviando a atenção das minhas emoções.

-Eu não vi a Tina ontem, quando ela veio buscar a Soso eu já tinha ido pra minha casa. Mas senta aqui, me conta, como você está? Você parece muito diferente da menina que saiu daqui.

-Eu estou bem Kelly! E você tem razão eu mudei bastante e a maior parte das mudanças aconteceu aqui. — Apontei meu peito. — Mas eu te conto tudo depois. Minha mãe... a Catarina está em casa? — Perguntei mas nem precisei da resposta dela pois na mesma hora minha mãe chegou na cozinha.

-Que gritaria é essa Kelly? Estou conseguindo te ouvir... — Calou-se ao me ver.

-Oi Catarina — Chamei-a pelo nome. Desde aquele dia em que ela me disse que preferia me ver morta eu nunca mais tinha chamado ela de mãe.

-Rafaella...

-Em carne e osso. — Respondi fechando minha feição. — Eu vou pro meu quarto, Kelly — Disse olhando-a. — Mais tarde a gente conversa tudo bem?

-Claro Rafa, vou aproveitar e fazer seu prato favorito. — Kelly disse com carinho e sorri para ela.

Retornei para sala passando por minha mãe sem olhá-la. Ela seguiu-me. Assim que peguei uma das alças da mala ela falou comigo.

A namorada da minha irmã -Girafa/Valu (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora