Capítulo 13

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Sigo procurando a cozinha e logo acho a mesma, vou em direção a um freezer grandão que tem ali, mas antes encosto na bancada da ilha, as lágrimas ainda descem, agora em menor quantidade, minhas mãos vão até o meu rosto e respiro fundo, quanta coisa, como vc consegue ficar exaustas em apenas 2 dias? A intensidade que é viver perto desse homem, é tudo muito, muito rápido, muita mudança e muita agressividade.

Suspiro de novo levantando a cabeça e encarando o teto, eu preciso encontrar um meio de fazer com que ele procure ajuda, esse comportamento extremamente bipolar e agressivo, sem falar das drogas, sozinha eu não vou conseguir, tenho que tentar fazer ele começar um acompanhamento psicológico, sei lá, se eu quiser ou tiver que continuar a trabalhar com ele, tenho que encontrar uma saída, desse jeito não vai dar, daqui a pouco vou estar igual a ele. Eu nem sei porque estou tão preocupada, só conheço ele a dois dias, mas não sei simplesmente me preocupa, me envolvo cada vez mais no mundo dele.

Meu pensamentos são interrompidos por passos que se aproximam, limpo rapidamente meu rosto e sigo em direção ao freezer, me abaixo para pegar uma cerveja e sinto um corpo atrás de mim, dou um pulo com a ação.

Ashanti: Que- A pessoa tapa a minha boca e me puxa sentido a uma portinha que estava meio aberta perto do cômodo, sinto o empurrão e entro no quartinho, é uma espécie de depósito.

Me viro já assustada, mas meu medo "esvai" quando vejo meu chefe fechando a porta atrás de nós e vir na minha direção.

Ashanti: Olha, eu sei que já perguntei isso várias vezes, mas vou perguntar de novo, porque até o momento não tive uma resposta: QUAL O SEU PROBLEMA? Em? Qual a necessidade de usar essas porcarias? Ainda mais na casa dos seus amigos, qual a necessidade de me tratar daquela forma? Como seu eu fosse lixo?

Ashanti: Por que vc tem que ser assim? Grosso e ignorante com as pessoas a sua volta?

Ele ouve tudo me olhando, com os olhos ainda vermelhos, parece que espera que eu extrai toda a minha raiva.

Livinho: Terminou - Se aproxima.

Ashanti: Não Livinho, não terminei e acho que nunca vou terminar, vc parece que gosta de ser assim, sabe como machuca as pessoas e continua, parece que sente praze-

Em um ato rápido, enlaça a minha cintura e me encosta na parede atrás de mim.

Livinho: Prazer em ver a dor? Um? Acha que eu sinto prazer em machucar as pessoas? - Seus olhos vão dos meus olhos a minha boca, fica fazendo esse movimento até que eu o responda.

Ashanti: Me solta, vc não vai mas tocar em mim, não depois dessa humilhação lá fora e dessa sua atitude desrespeitosa na casa dos outros.

Ele aproxima seu rosto do meu e já vou fraquejando, droga.

Ashanti: Para, eu tô falando sério, o que vc fez hj foi ridí- Sua boca esmaga a minha, empurro seu corpo e me debato um pouco, ele força a sua língua nos meus lábios - Para - Minha voz sai abafada por conta da sua boca na minha - Livinho.

Sinto uma das suas mãos na minha bunda e a outra vai sentido ao meu cabelo, puxando o mesmo pra trás, dando mais acesso ao meu pescoço, ele beija o meu queixo e volta pra minha boca, eu tento, mas não consigo, acabo cedendo e beijo o mesmo, assim que percebe que retribui o beijo, me puxa, me colocando em uma bancada que tinha próxima a nós.

Se encaixa no meio das minhas pernas e coloca as mãos no meu rosto, puxando o meu lábio, nesse momento eu já tô completamente rendida, ele pode fazer o que quiser com o meu corpo.

Finalizamos o beijo com alguns selinhos, Livinho segura meu cabelo novamente afastando meu rosto do seu e olhando nos meus olhos, ele me dá aquele olhar, acompanhando meus olhos de um lado pro outro, tento abaixar a cabeça, mas suas mãos travam meu rosto na sua direção, suspiro assentindo.

Ashanti: Ok - Ele segura meu queixo e aproxima seu rosto do meu - Ta bom, vc ta melhor? O efeito, vc sabe, passou? - Pergunto meio receosa.

Livinho: Tô de boa.

Ashanti: Sei o seu tô de boa - É sério Livinho, não acha melhor voltarmos pro hotel? Vc tomar um banho, sei lá.

Livinho: Já falei que tô de boa véi - Vô gravar o bagulho e nois já zarpa.

Ashanti: Ta bom, vamos voltando que a galera já deve estar estranhando nossa ausência, qual bebida se quer? Eu tava indo lá pegar, falar nisso, se nem falou o que queria, eu ia pegar qualquer uma, eu nem entendo muito também e aqui só deve ter bebi-

Livinho: Tu fala em carai.

Ashanti: Nossa, grosso, vai controlar minha língua agora também?

Livinho: Tua língua eu já controlo, mas de outro jeito.

Ashanti: Para menino - Meu rosto já cora na hora - Bora logo - Faço menção de descer da bancada, mas seu corpo trava o meu e sua boca se aproxima de novo, nos beijamos novamente - Bora cara - Desgrudo sua boca da minha, dando um pequeno empurrão no mesmo para que eu consiga sair, seu corpo se afasta, dou um pulinho e vou em direção a porta, não sinto tua presença atrás de mim - Vc não vem?

Livinho: Vai na frente que já saio.

Ashanti: Oxi, por que? Vai pegar alguma coisa aqui?

Livinho: Faz logo o que eu tô mandando.

Bufo.

Ashanti: Ok, capitão nascim-

Livinho: Não completa.

Ashanti: É um apelido carinhoso uai.

Livinho: Mete o pé logo.

Saio de lá dando uma risadinha, meu Deus, eu tô ficando bipolar igual a ele, não parece que estava a 20 minutos atrás chorando e morrendo de raiva do ser humano que estava a 5 minutos atrás com a língua dentro da minha boca.

Balanço a cabeça pra afastar os pensamentos e sigo novamente em direção ao freezer, peço duas cervejas e duas ices e volto pra área onde a galera está.

Assim que chego ouço o Daniel.

Daniel: E aí minha preta rara? Ta de boas? O doido lá dá dessas, mas é de boas.

Ashanti: Tô bem sim, obrigada por perguntar, é, eu sei, tô começando a me acostumar mesmo - Dou um sorriso mais contido - Volto meu olhar pro Ryan - Tudo bem?

Ryan: Ta sim pretinha, é só no momento mesmo, minha parceiro com o Livinho é de mó cota.

Ashanti: Que bom, fico feliz.

Hariel: E cadê ele? Falou que ia no banheiro, mas já faz uma cotinha já e não voltou, bora lá.

Ashanti: Ah.. ah ele foi no banheiro mesmo, vi quando entrou, passou por mim, é bom dar um tempo pra ele também, respirar um pouco - Sou péssima mentirosa.

Paiva: Lá ele - Olha em direção a porta atrás de mim.

IG: Ta de boas irmão?

Livinho: Tô porra, não sei pra que essa festa toda, bora logo gravar essa porra - Ele parece mais "tranquilo" - Ashanti, cadê a porra que eu te pedi? - Seus olhos me acham.

Ashanti: Aqui chefe - Ofereço as garrafas, dando um sorrisinho.

Livinho: Eu bebo essas porra? Em? Tenho cara que bebe essas merda?

Ashanti: Mas vc não me fal-

Livinho: Pega outro.

Ashanti: Ma-

Ele me olha e entendo o que quer dizer, bufo me virando e voltando pra cozinha.

Livinho: E pega certo dessa vez - Debocha quando já estou um pouco afastada.

Me viro dando um sorrisinho:

Ashanti: Pode deixar capitão nascimento - Bato continência, ele fecha o sorrisinho de deboche na hora.

Vamos ter que aprender conviver capitão nascimento, tu é difícil, mas aqui é cria de dona Rute, alguém vai ter que ceder.

Preciso de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora