Capítulo 15

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Ashanti: Em? Qual seria o problema? - Insisto na pergunta, após ver que ele só permanecia parado me olhando, minha voz está mais baixa que o normal, Deus me livre fazer barraco na casa dos outros, por motivo besta ainda.

Livinho: Tu se faz, só pode, SÓ PODE, falei, repeti, pra tu não falar com esse cuzão, motivo: NÃO QUERO PORRA, já falei que TU quis entrar nessa e aqui funciona do MEU JEITO.

Dou uma risada baixa desacreditando do que eu acabei de ouvir.

Ashanti: Só pode ser piada, juro, então quer dizer que só porque vc paga o meu salário, pode ditar onde eu posso ou não posso ir, com quem falo ou não, ou seja, manda e desmanda na minha vida, pelo simples fato de eu ser sua funcionária? - Ele consegue se superar nas maluquices, sério.

Livinho: É, é isso mermo, não vai ficar de conversinha fiada com filha da puta nenhum Ashanti e fim de papo, se acha que eu não vi vc lá fora com os cara, feião, na moral, sem postura nenhuma - Nega com a cabeça.

Livinho: Vamo resolver essa porra em casa - Fala e sai indo em direção a área que estão o restante das pessoas, bufo o seguindo, eles já tinham conseguido gravar tudo certinho e o clipe seria de cortes, então era só com a edição mesmo.

Livinho: Falou ai rapaziada, satisfação, nois vai se trombando - Acena pra todos.

Faço questão de cumprimentar um por um, todos foram super receptivos comigo e tinha que minimamente agradecer.

Por última me despeço dos meninos e da Kay.

Ashanti: Muito obrigada por tudo gente, mesmo - Dou um mini abraço em todos - Tchau gordinho - Dou um beijinho do seu pezinho e mando beijo pra ele fazendo bico, o mesmo surpreende a gente imitando meu gesto - Ai meu Deus, titia - Ele repete o gesto - Dani, vc distrai a Kay e o Hariel e eu pego ele e corro no 3 - Falo olhando pro Daniel.

Daniel: Agora, 1, 2.

Damos risadas.

Ryan: Vamos ficar esperando vc pra uma revoada em.

Livinho: Bora caralho.

Ryan olha na direção que ele ta parado e nega com a cabeça.

Ashanti: Eu sou crente, não gosto dessas coisas, mas marca um churras e me chama - Falo baixinho.

Ryan: Jaé - Fala com um sorrisinho.

Ashanti: Bjs gente, obrigada de novo - Me despeço novamente e vou na direção do meu chefe.

Entramos no carro e logo sinto sua mão na minha coxa, nem com ódio ele para com essa mania, logo sinto o carro se movimentar e encosto minha cabeça no banco, o dia foi cansativo, já era começo de noite, sinto uns abertos na coxa e logo viro pra ele.

Ashanti: O que foi?

Livinho: Nada.

Doido.

O resto do caminho vamos em silêncio, chegamos ao hotel, Livinho entrega a chave pro manobrista e sai andando na frente.

Ashanti: Obrigada e boa noite - Dou uma corridinha o alçando, logo chegamos ao chalé e assim que entramos o respondo em relação ao que ele falou antes lá na casa.

Ashanti: Muito sem noção suas ofensas, eu sou sem postura Livinho? Eu? - Aposto pra mim mesma - Vc me ouviu falando com um amigo meu de ANOS e simplesmente surtou, como se nós tivéssemos alguma coisa - Falo a última parte o olhando, observando os seus jeitos, não queria, mas fiquei ansiosa pela sua resposta, o mesmo se vira pra mim.

Livinho: Que ter algum bagulho o que, só por que quero te comer tu acha que é minha mulher?

Fraquejei o olhar, não estava idealizando um namoro com ele, mas é estranho ouvir ele falar assim.

Ashanti: Eu não tô achando nada, eu não tô achando nada, quem ta achando é vc, achando que pode me mandar, só tinha uma pessoa que poderia fazer isso Livinho e ela não está mais entre nós - Sinto meu coração se apertar ao falar da dona Rute.

Meus pensamentos soltam para o meu celular em pedaços em cima da cômoda, trouxe só por trazer mesmo, tenho certeza que não tem concerto, por um momento tinha até esquecido o resultado do surto do outro na minha frente.

Ashanti: Olha o que vc fez cara - Aponto pros cacos na minha mão.

Livinho: Comprou 10 desse se tu quiser, mas continua com o número desse cara do seu celular pra ver se não quebro os 10, tô te falando na moral, na moral Ashanti, é difícil fazer entender, enquanto eu tiver - Se aproxima do meu corpo e olha o mesmo dos meus pés a minha cabeça - Ninguém mexe não, depois que eu não quiser mais, aí tu pode fazer o que quiser.

Senti repulsa da forma como ele falou, do que ele falou, como se eu fosse um brinquedo que ele vai brincar e quando cansar, dá pra outras pessoas.

Ashanti: Vc é NOJENTO, eu não sei como consegui me deixar levar por vc, não sei - Passo as mãos pelo meus cabelos - Olha a forma como vc fala, escroto.

Livinho: É assim que eu sou e vou ser até ser enterrado, quer? É assim.

Ashanti: E vc acha mesmo que eu vou me submeter a isso? Eu sou nova mas não sou otária Livinho, vc não vai mais encostar um dedo em mim - O olho com raiva, mas acima de tudo, magoada, sabia que não devia ter começado tudo isso, agora tô aqui.

Pra quem sempre conviveu com a solidão e o preterimento, ter alguém demonstre o mínimo de interesse por vc é: bom, mesmo nessas circunstancias, eu sei que minha fala parece louca, mas é estranho explicar.

Livinho: Não vou? Sério mermo? - Se aproxima.

Ashanti: Sim, nem se aproxima, não vai dar certo dessa vez, eu não vou cair nessa - Se ele pensa que eu vou ceder com esse joguinho, ta enganado.

O mesmo se aproxima novamente, me olhando, aquele olhar.

Ashanti: Livinho - Digo em tom de alerta e dou alguns passos pra trás, batendo minhas pernas na borda da cama.

Sua mão logo agarra meus cabelos da nuca, o puxão é forte, chega a doer um pouco.

Livinho: Tu pensa que vai negar? Em? - Cheira forte meu pescoço, fecho meus olhos, droga - Tu acha que consegue me negar? Um? - Mais um cheiro - Responde - Puxa mais meu cabelo, vendo que não respondi, puxa mais ainda.

Ashanti: Ai - Nego com a cabeça.

Livinho: Fala.

Ashanti: Não, não consigo te negar - Eu não consigo gente, eu juro que tento, mas não consigo.

Assim que termino de falar, seus lábios esmagam os meus.

Eu cedi, de novo.

Preciso de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora