Día tres - Parte I

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Era oficial, Neymar Júnior teve a pior noite de sono da sua vida.

Depois que Messi deixou o seu quarto, Neymar gritou abafado contra o seu travesseiro, ele estava profundamente frustrado com exatamente tudo. Sua mente quis lhe atormentar sem piedade, colocou imagens de tudo o que aconteceu desde que Messi chegou em sua casa, fez lembrar-se de suas palavras, fez reviver os seus toques, e arrepiava-se como se pudesse realmente senti-los novamente. Quando fechava os olhos, Neymar conseguia ouvir de pertinho Messi dizer que estava lá por ele, quando fechava os olhos, ele conseguia sentir as mãos de Messi em sua cintura puxando-o para a piscina, conseguia sentir seu peito bater no dele, a respiração tocar na sua. Neymar rapidamente abriu os olhos e virou-se para encarar o teto, ele estava suando, seu coração estava descontrolado, não sabia o que estava acontecendo ou apenas tentava enganar a si mesmo dizendo que não sabia, que não entendia, que não existia, então sua mente o obrigava a entender, plantava imagens existentes em sua cabeça e o fazia admitir que sabia, que esse tempo todo ele sabia.

Ele passou a mão pelos cabelos e expirou com força, suas costas ainda doíam, Neymar levantou-se para ir até o banheiro e lavar seu rosto suado, ele ainda estava queimando pelo que houve com Messi, seus toques pareciam penetrá-lo como uma corrente elétrica que acelerava todo o seu corpo, mas ele só queria se desligar, ele queria esquecer que há poucos minutos atrás a boca de Messi estava perto da sua, que no menor descuido ele poderia tê-lo beijado. Neymar correu para o quarto outra vez e apagou todas as luzes, ele ligou o ar no mais frio, na esperança de congelar seu corpo, não queria pensar em beijar Messi assim, não queria pensar em como ele inclinou seu copo parecendo buscar por isso.

Neymar até tentou, mas não conseguiu dormir um bom sono, acordava frequentemente durante a noite pelos seus próprios pensamentos lhe pressionando cruelmente. Virava-se de um lado para o outro, tinha sonhos descontrolados, Messi invadiu um deles, o quarto de Messi invadiu outro. Não saberia dizer que horas o relógio marcava quando finalmente conseguiu pegar no sono profundo, mas provavelmente não faltava muito para o amanhecer.

Um pouco depois do sol mostrar as graças, Neymar foi despertado pelo toque do seu celular, seus olhos quase se recusavam a abrir, e sua cabeça doía pela noite mal dormida. Ele passou a mão várias vezes pela cama até encontrar o celular embaixo do travesseiro, abriu somente um olho para enxergar a tela e viu a foto de Bruna, sua atual, mas não assumida namorada.

– Puta que pariu! – Ele deu um tapa em sua própria testa, era ridículo pensar que esse tempo todo em que esteve com Messi, ele havia esquecido totalmente de falar com ela, deveria ter pelo menos duzentas mensagens dela em seu celular, obviamente ela ligaria atrás dele em busca de uma resposta. – Oi Bru.

Neymar estava com a voz rouca de sono, tudo o que queria era voltar a dormir, seu raciocínio estava tão sonolento que esqueceu que havia um combinado entre ele e a namorada ao qual Neymar não chamaria Bruna por tal apelido, afinal era assim que ele costumava chamar sua ex. Como a mulher percebeu que tinha o acordado, acabou relevando e não discutindo por isso.

— Bom dia, amor, desculpe ter te acordado, mas você sumiu. Fiquei preocupada. — Ela disse, suspirou em seguida. Neymar percebeu alguns barulhos na ligação, carros, motos, buzinas, não fazia sentido.

— Você está na rua? É madrugada. — Neymar finalmente pareceu despertar, ele rapidamente sentou na cama e esfregou os olhos.

Bruna riu na linha e disse:

— Se você tivesse lido minhas mensagens ontem, saberia que não estou no Brasil. — Neymar arregalou os olhos, sua cabeça logo disparou quando ele lembrou o que havia combinado com a mulher.

— Eu esqueci totalmente, desculpa. Você já está na França?

— Em Versalhes, cheguei ontem. Você vem pro evento? — Bruna fez a pergunta em um tom meio manhoso, sua voz já era doce por natureza, mas Neymar sabia quando ela estava fazendo de propósito. Achou estranho como agora isso não fez diferença alguma dentro dele, em outro momento ele sorriria e negaria para ouvi-la pedir novamente com aquele mesmo tom de voz, mas dessa vez ele desejou que ela não tivesse nem perguntado.

Diez días | NeyMessiOnde histórias criam vida. Descubra agora