Día cuatro - Parte I

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Tanto Messi quanto Neymar não estavam tendo as noites mais agradáveis, o sono era incompleto e os pensamentos não desligaram por duas noites seguidas. Até que descobriram o problema, até que resolveram esse problema, o problema que eles mesmos criaram, essa abstinência um do outro, essa atração magnética ao qual lutavam com força para não ceder, e a punição era o tormento na cabeça durante a madrugada.

Então Neymar teve a melhor noite de sua vida.

Quando fugiu no dia anterior para clarear sua mente, não retornou com intenções de dormir ao lado de Messi. Ele saiu para entender seus próprios sentimentos, para tentar decifrar os do outro, buscando uma resposta para o que quer que estivesse acontecendo entre eles. Ele chegou em casa, e seu plano inicial era atrair Messi para ficarem a sós e então ele mesmo iria se auto-analisar perto daquele homem, mas quando o viu lhe xingando na porta, Neymar não precisou de mais nada para perceber o ritmo em que seu coração tocava quando via o argentino, então veio a vontade de beijá-lo, mesmo que ainda não soubesse que rumo tomar depois daquilo, mesmo que não soubesse que tipo de relação queria com Messi ou que relação o próprio Messi queria com ele, mas depois que o beijou, Neymar só tinha uma certeza, ele queria Messi. Não importava como, mas ele o queria, o queria ao seu lado e queria beijá-lo de novo, queria continuar o beijando até que sua cabeça finalmente entendesse seu próprio coração, talvez Neymar ainda precisasse de mais um empurrão para perceber o sentimento tão óbvio que gritava dentro dele, talvez ainda fosse preciso beijar Messi mais algumas vezes até que tudo ficasse bem claro.

Neymar saciou sua vontade, mas a sua cabeça não raciocinava mais, então eles não disseram mais nada e foram apenas se aninhando naquela cama improvisada, acompanhados pelas cobertas e o frio do ar-condicionado. Messi não pôde deixar de perceber a predominância de Neymar quando o beijava, o tempo inteiro buscando consumir seu oxigênio e reagindo em satisfação ao senti-lo responder na mesma intensidade, Neymar ofegava entre os beijos ao senti-lo se entregar. Todavia, com todo aquele porte másculo de um homem dominador, Neymar ainda se derreteu como um adolescente em seu peito após sentir a carícia do homem que desejava.

Messi tinha razão esse tempo todo, aquele jovem inseguro, birrento, manhoso e sentimental ainda vivia dentro daquele homem ardente, ele riu baixinho quando Neymar afundou o rosto em seu pescoço e o encheu de beijos até adormecer. Seu peito parecia estar soltando fogos de artifício, ele ainda não sabia o que aquilo significava para os dois, ou seja, não sabia ao que isso os levaria, também não sabia qual seria a reação de Neymar ao amanhecer, ele só sabia que estava explosivamente feliz, e que nada conseguiria o livrar daquela sensação de ter finalmente conseguido aquilo que sempre quis. Messi também teve a melhor noite de sono em anos, ele dormiu envolvendo em seus braços a pessoa que o mostrou como era se apaixonar de verdade. Ele dormiu tão bem e realizado que poderia nunca mais acordar, ainda assim, ele foi o primeiro. Ele olhou para o lado e viu Neymar dormindo tranquilamente em seu próprio travesseiro, mas apesar de não estar mais grudado nele como um coala, sua mão estava firmemente agarrada em sua coxa.

O sorriso de Messi quase rasgou a boca, porém precisou se livrar daquela mão para se levantar.

Quase dez minutos depois, Neymar acordou em um pulo e sentou na cama meio desorientado, ele esfregou o próprio rosto para se acalmar e reconhecer onde estava. As imagens da noite passada foram voltando lentamente, seu retorno para casa, Messi parado assistindo o filme, ele o puxando para o sofá-cama e então o beijo.

Beijos, beijos, beijos e um Neymar quase morto de cansaço aconchegando-se em um corpo menor que o seu. O coração brasileiro acelerou ansioso, o que sentia agora estava longe de ser arrependimento, ele já sentia saudades de estar envolvido ao outro homem, então ele rapidamente tateou o sofá para procurar Messi, e seu corpo estremeceu por não encontrá-lo. Sua mente ainda estava meio adormecida, e estava tudo tão escuro, ele não conseguia ver Messi no quarto, também não conseguia senti-lo ao seu lado, e seu desespero foi real. Não queria pensar no pior, não queria pensar em Messi acordando antes e ter percebido que tudo aquilo não passou de um erro, não agora que Neymar havia abraçado seus sentimentos, deixando-os transbordar e arrastar suas dúvidas para longe como uma avalanche.

Diez días | NeyMessiOnde histórias criam vida. Descubra agora