Olá, Majestade.

42 6 32
                                    

- Está me levando para Brendon não está?

Pergunto sem disfarçar o nervoso na voz.

- Sim, estou, me desculpe por expor você e seu dom assim, mas eu realmente preciso fazer isso. Ele também nervoso, nervoso não Preocupado.

Andamos por vários corredores e subimos escadas que parecem não ter fim.

Cassian anda a passos largos, então tenho que correr para acompanha lo. Meu coração se acelera, tenho certeza que ele vai me entregar a Brendon, serei interrogada e lançada em uma cela fria.

- Cassian escute, eu preciso que...

logo as palavras morrem em minha boca, assim que uma silhueta aparece no corredor vindo em nossa direção. - Meu lorde.

Cassian diz fazendo um aceno com a cabeça.

Todo o corpo de Cassian fica tenso na presença do homem e logo me dou conta de quem é ele.

Brendon.

Ele não aparenta ser o homem que fez tanto mal ao povo da minha aldeia.

Seus olhos castanhos são vazios, porém não vejo maldades neles, poderia enganar a qualquer um.

Seus cabelos e barbas grisalhas lhe dão a aparência de ser mais velho do que realmente ele é.

- Soldado? Onde estão os curandeiros. Ele pergunta serenamente.

- Encontrei algo melhor, meu lorde.

- Cassian diz me puxando para sua frente.

- Está é Aurora, meu lorde, uma dominadora da cura.

- Uma dominadora? Ele diz com um pouco de nojo na voz.

A maldade dele não está nos olhos, e sim na voz.

- quer dizer que veio de uma das aldeias?

- Sim senhor.

Digo sem conseguir encara lo.

- É um prazer conheça Aurora, ele diz estendendo sua mão para me cumprimentar Agora todo o meu corpo fica tenso, Brendon é esperto, porém Agnos já nos alertou sobre seu dom.

Ele é um telepata, consegue ler mentes, mas apenas se tocar nas pessoas. Não posso deixar que me toque ou ele descobrirá sobre tudo.

- Por que estou aqui, afinal? Digo. - O rei foi ferido.

Brendon diz de forma direta.

- Como? Tento conter o espanto, mas não consigo.

- a leve até os aposentos reais, preciso ir até a prisão agora.

Ele diz encarando Cassian.

- Se acontecer algo com o rei, você pagará caro menina.

Ele diz para mim logo sai em passos largos

- Como ele foi ferido? Volto a perguntar a Cassian agora que Brendon se foi.

- Havia inimigos disfarçados como guardas no Palácio, os mesmo guardas que tentavam tirar o rei do meio da confusão.

Há uma tristeza em sua fala.

- Foi minha culpa Aurora, eu sou o guardião dele e não conseguir evitar que fosse ferido.

Ele diz abalado.

- Não fui culpa sua.

Tento consola lo.

- não havia como saber.

- Sinto muito por meter você nisso. Ele continua.

- Mas não sabia mais o que fazer vi você na hora da coroação, então me lembrei de que você tinha esse dom e graças aos céus você estava aqui, poderia até dizer que isso é coisa do destino.

- O que quer dizer?

- o rei está a beira da morte e você está aqui para salvar a vida dele.

Estava aqui para matar o seu rei cassian.

penso

mas outros resolveram tentar mata lo em meu lugar.

Maldito destino.

- Os deuses devem gostar muito do seu rei então. É só o que digo.

Concluo.

Entro no enorme quarto, imagino que seja os aposentos reais.

Há uma enorme cama no centro do quarto e nela há um corpo.

Me aproximo para logo analisar o estado do rei.

Ele não está acordado, sua respiração está muito fraca, o rei ainda está com as mesmas vestes de quando foi coroado, sua camisa está aberta mostrando seu peitoral e em sua cintura há uma ferida funda que apesar de limpa está inflamada.

Tento ouvir seu coração, porém não consigo, se for verdade o que dizem sobre ele ter congelado o próprio coração no passado, então faz sentido não ouvir suas batidas.

O que me faz pensar sobre o plano de Marcus, teria dado errado de toda forma.

Como poderia parar um coração se ele já não bate há tempos.

O rei só está vivo todo esse tempo graças a sua magia.

Toco em sua pele, e logo estremeço.

A pele dele está gelada, como se por dentro de sua pele houvesse gelo.

- Você é um bonequinho de neve por acaso? Pergunto mas o rei continua imóvel.

Começo então a trabalhar, me concentro e chamo dentro de mim a cura, que logo atende ao meu chamo e sai de minhas mãos em forma de luz.

Passo a luz pela ferida do rei, que logo desaparece.

Tudo acerto até aqui.

Ouço a respiração se normalizar,e ele começa então a abrir os olhos.

Me deparo com a imensidão azul que há neles enquanto o encaro.

Por um instante vejo serem apenas olhos de um garoto confuso que não entende o que aconteceu.

- Você... ele começa a dizer.

Mas rapidamente seu olhar muda e volta a ser os olhos frios do homem que vivia nos meus sonhos.

- Majestade.

digo

Mas antes que eu me dê conta o rei com um pulo se coloca de pé e com sua magia me lança em uma das paredes.

Grito com a dor do impacto, caio no chão e tento me levantar, se não fosse pela cura que habita no meu sangue eu tenho certeza que não aguentaria esse ataque.

Tento me levantar, mas assim que me ponho de pé, o desespero toma conta de mim.

Não há apenas uma, mas milhares de agulhas de gelo apontadas para mim.

Quebrando um coração de geloOnde histórias criam vida. Descubra agora