Caro leitor, se ainda não me conhece, me chamo Abigail Blossom. Sim, Blossom. Faço parte de uma das famílias fundadoras de Riverdale, a cidade onde moro. Sou professora, dou aula para várias garotas aqui mesmo em Thornhill. Isso é tudo que você precisa saber de mim, por enquanto.
Bom, minha história começa em um dia comum de 1885. Quando eu decido, pela primeira vez em tempos, abrir as portas de minha casa para alguém de fora...
Mansão Blossom's, 27 de janeiro de 1885, às 10:30 am
— senhorita Blossom? — Ouço a voz conhecida vindo da porta de meu escritório, ergo os olhos para encará-la
— sim, Marta? —
— sua convidada está esperando-a — ela disse apreensiva. Sei que ela não concordava com a ideia de trazer um estranho para viver entre nós
— claro, já estou indo — levanto-me do meu lugar e caminho para fora da sala, sendo barrada na porta pela a mão da senhora que segura meu braço
— tem certeza que quer fazer isso, Abigail? — sussurrou preocupada e eu sorri.
Marta é como uma mãe para mim, ela tem sido a única pessoa que vejo desde que meu irmão foi para a guerra, ela sempre cuida muito bem de mim. Entendo sua preocupação, mas isso é necessário.
— tenho, Marta. Não se preocupe, ficará tudo bem ok? — ela assentiu e eu beijei sua mão, logo caminhando até a sala. Onde minha convidada me esperava
Assim que chego no cômodo, quase caio para trás com a visão que tenho.
A mulher a respeito, usava um vestido azul escuro, que era justo no abdômen e mais solto na parte do quadril e das pernas. Não era vulgar, era simplesmente perfeito para seu corpo. Claro que o vestido não foi a única coisa que notei, seus cabelos cacheados e pretos caíam sobre suas tão belas costas. E quando ela se virou para me encarar com um sorriso meigo foi quando me deixei suspirar. Sua pele negra e seus olhos castanhos deixavam os detalhes de sua pele ainda mais atraentes. Quando ela se aproximou, consegui notar o pequeno sinal no canto de seus lábios.
Oh céus, eu estava olhando para seus lábios!?
— senhora? Está tudo bem? — voltei a mim quando ouvi a voz rouca soar preocupada.
Deuses, até a voz é bonita..
Aquieta-se Abigail!!
— h-han.. sim, sim claro, estou bem. — disse eu um pouco nervosa, me afastando dela para o bem da minha sanidade — sou Abigail Blossom — eu disse depois de alguns minutos vendo-a rir de leve
É claro que ela já sabe disso, burra!
— Thomasina Topaz, a professora que conversou com você por telefone. — ela se apresentou também ao notar o vermelho de minha bochechas
— hum, ok. Siga-me, vamos para meu escritório resolver as questões pendentes — passei por Marta que estava no canto encarando a mulher seja lá por quanto tempo
Quando chegamos no meu escritório, dei lugar para ela entrar e fechei a porta atrás de mim. Fui até minha cadeira e me sentei, Thomasina agora estava sentada a minha frente. Peguei seu currículo na mão e o li atentamente de novo.
— então, Thomasina. Você trabalhava em uma escola de Greendale, correto? — ela assentiu — por que saiu? — perguntei encarando seus olhos, vendo-os vacilar por um momento
— ouve um incêndio — ela disse depois de uns segundos em silêncio, me fazendo arregalar os olhos — não ouve sobreviventes, além de mim. — disse por fim
Eu conheço essa história, foi ha umas duas semanas atrás, saiu nos jornais da semana. A escola pegou fogo com as crianças dentro e os professores, só ouve um sobrevivente. Não fazia ideia que era Thomasina
— minhas condolências. — eu disse depois de alguns minutos e ela sorriu fraco — e então você decidiu se mudar para cá? Ou ainda mora la? — decidi mudar de assunto psra não deixa-la constrangida
— eu me mudei. Não ia conseguir emprego por lá, já havia sido quase impossível conseguir aquele. E então quando vi seu anúncio no jornal, eu percebi que aqui seria maior as oportunidades. — explicou calmamente e eu assenti, voltando a encarar o papel
— aqui não diz. Você é casada? — a encarei co expectativa e ela arqueou as sobrancelhas, surpresa. Provavelmente não esperava essa minha pergunta.
Confesso que não estava nos planos, isso é apenas minha curiosidade. Mas ela não precisa saber disso..
— não, senhora. — ela disse depois de alguns segundos. E eu podia jurar que vi um brilho diferente em seus olhos, quase como se ela flertasse com o olhar.
— ótimo, não precisamos de homem por aqui — eu sorri e ela retruibuiu. Olhei o documento mais uma vez e a encarei novamente — está contratada. — eu disse por fim e ela arregalou os olhos
— o que? Sério? — eu assenti sorrindo — oh meu Deus, muito obrigada! Eu tenho certeza que não a senhora não vai se arrepender — ela garantiu animada me encantando com sua animação
— tenho certeza que não — sorri — agora, retire o "senhora" de suas frases, querida. Apenas Abigail — eu disse levantando do meu lugar
— está certo, s.. — eu a olhei — Abigail. — se corrigiu e eu sorri
— agora, a Marta irá leva-la para seu novo quarto. Onde esta ficando até agora? — perguntei
— em um hotel aqui perto. Devo trazer minha coisas para cá? — eu assenti vendo Marta se aproximou
— Marta, arrume alguém para pegar as coisas da senhorita Topaz no hotel que ela dirá, e depois a leve até o quarto dela. — eu disse para a mulher que ainda encarava Thomasina sem expressão. Marta apenas assentiu e fez sinal para Thomasina a seguir
— eu acho que ela não gostou muito de mim — Thomasina sussurrou enquanto passava por mim e eu ri de leve
— impossível — eu sibilei para ela que já estava um pouco distante. A mesma que olhava sobre o ombro sorriu com a língua entre os dentes, virando para frente para seguir Marta
Suspirei quando fiquei sozinha novamente, entrando novamente em meu escritório para escrever mais uma carta para Benjamin, meu querido irmão que está servindo ao exército americano na guerra que estamos enfrentando. Tem sido anos de angústia desde que ele partiu, eu mando cartas diariamente, e ele poucas vezes responde. Ele me deixou no comando das ações dos Blossom's, o que não agradou muito o concelho da cidade, que me exclui das ações que me diz respeito. Sendo que minha família é a única fornecedora de bordo, um estralar de dedos meu e Riverdale perde o maior de seus patrocinadores. Mas isso causaria uma guerra na cidade, e não é minha intenção.
Então eu fico trabalhando com as minhas garotas, em meu canto. As vezes Pickens vem propor comprar minhas terras. Acho que ele ainda não superou a parceria que meu irmão fez com ele, parceria essa que eu decidi quebrar no momento que James se alistou. Pickens não é o tipo de homem para se fazer negócio, não depois da chacina que ele fez com moradores da cidade há uns tempos atrás.
Saio dos meus pensamentos quando vejo a tinta pingar no pergaminho, me lembrando da carta que tenho que escrever.
Caro, irmão..
Venho por meio de mais uma carta perguntar de você, espero que esteja bem. Por aqui, tem sido complicado sem você, mas eu tenho me virado como você disse que eu faria. Contratei alguém para me ajudar nas aulas, sei qual seria sua reação, Marta tem agido exatamente como você agiria. Mas eu prometo que sei o que estou fazendo.
O concelho continua me excluindo das ações da cidade e desmentem na minha cara quando eu os questiono. Não lembro qual foi a última vez que participei de uma reunião. Quer dizer, lembro, foi quando fizeram uma para discutir a compra dos nossos bosques e a nossa parte da cidade, questões essas que não estão em discussão.
Mas isso não me abala. O que me abala é a saudade de você.. eu estou bem na medida do possível, mas você saberia melhor o que fazer sem perder a razão. Eu te amo, volte logo para casa, de preferência, inteiro.Com amor, sua irmã
Abigail.
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the love never dies. - Thabigail
Любовные романыCheryl Blossom, uma adolescente da pacata cidade de Riverdale, em uma noite chuvosa e escura, decide vasculhar seu porão por puro tédio e encontra uma caixa lacrada, com as iniciais A.B gravadas nela. Sua curiosidade fala mais alto e ela abre a caix...