Capítulo 13

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Mansão Blossoms, 17 de fevereiro de 1885, 6:40 AM.

— mandou me chamar, senhora Blossom? — ouvi a voz rouca de Thomasina na porta de meu escritório. Levantei os olhos para encara-la. Seu rosto estava inchado, provavelmente por ter acordado tão cedo.

— sim, senhorita Topaz. Sente-se, por favor. — pedi e ela logo o fez. Ela me encarava curiosa enquanto eu fingia prestar atenção na papelada á minha frente.

— e então? O que era tão urgente que não poderia esperar até o café da manhã? — perguntou risonha e eu apenas respirei fundo, ainda séria. Ela logo desmanchou o sorriso e me olhou preocupada — aconteceu alguma coisa? — perguntou preocupada enquanto analisava meus movimentos nervosos

— temo que eu esteja sendo enganada. — eu disse por fim, a encarando fixamente.

(...)

— e ele não disse com quem falava no telefone? — perguntou Thomasina enquanto eu andava nervosamente pela sala.

Eu havia contado á ela tudo que eu vi e ouvi no quarto de Fen ontem á noite. Thomasina é a única pessoa a quem eu confiaria isso, talvez porque suponho que ela possa ajudar. Eu mal consegui dormir noite passada, pensando que eu poderia estar dormindo com um enganador em minha casa. De repente, tudo o que aconteceu desde sua chegada tem passado por minha mente. A reação exagerada do meu irmão, a birra com Thomasina.. as peças ainda não se encaixavam, mas eu sentia que algo estava acontecendo e não era algo bom.

— não. Ele apenas fingiu que nada tinha acontecido. — eu disse exasperadamente — Thomasina, estou te contando isso porque imagino que você sinta algo ruim a respeito dele e preciso saber o quê. — falei chegando mais perto dela e ela arqueou as sombrancelhas, surpresa.

— então agora decidiu acreditar em mim? — perguntou irônica e eu suspirei

— só quero ter certeza que não estou metida em uma fria. — falei nervosa e ela assentiu

— e como eu posso ajudar nisso? — fez a pergunta premiada e eu sorri de lado

— Fen sai para caçar todos os dias às sete e meia da manhã, essa é a oportunidade perfeita para você entrar em seu quarto e procurar. — falei enquanto andava de um lado para o outro e ela me olhava com as sombrancelhas franzidas

— espera ai. Você quer que eu invada o quarto daquele sujeito? — perguntou confusa e eu assenti sem rodeios. Ela me encarou surpresa e se jogou para trás na cadeira.

— uou! Você não é tão certinha como eu imaginava — comentou em tom de brincadeira e eu revirei os olhos

— algumas situações exigem reações extremas — falei e ela assentiu ainda sorrindo. — vai me ajudar ou não? — perguntou impaciente e ela levantou as mãos em rendição.

— o que exatamente eu tenho que procurar? — perguntou e eu voltei a me sentar em minha cadeira, pensativa.

— eu não sei, qualquer coisa que prove uma possível má índole. — ela assentiu — vou garantir que ele não entre no quarto se por acaso chegar mais cedo, mas você também não deve demorar muito. Lembre-se, ele normalmente chega as 11:00. — falei cautelosa e ela assentiu novamente

— o que faremos se eu encontrar algo que comprove nossas teorias? — perguntou curiosa e eu desviei nossos olhares

— eu terei que tomar medidas drásticas. — eu disse simplesmente e ela suspirou — enfim, era isso. Depois decidimos os detalhes. Pode ir tomar seu café da manhã sagrado. — falei voltando a encarar os papéis em minha mesa.

— você não vem? — perguntou ao se dirigir a porta

— oh não. Não estou com fome e tenho que resolver algumas coisas que não se encaixam nessa história — falei e ela assentiu. Mas antes de sair, voltou a falar

the love never dies. - Thabigail Onde histórias criam vida. Descubra agora