Capítulo 25

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Olá!!
Fiquei tão feliz com o beijo de choni no episódio de hoje que precisei atualizar a fic 😭

O final foi um pouco difícil de escrever então não me julguem se tiver ficado ruim, ok?

Boa leitura!


Mansão Blossom, 36 de outubro de 1885, 16:40 PM.

o dia de hoje estava se estendendo. O sol ainda estava no meio do céu quando eu caminhava pelos corredores, observando o dia do lado de fora pelas janelas. Eu já havia dado minhas aulas, feito todas as minhas obrigações. Até mesmo tive tempo para pintar o quadro próprio, o que eu já não fazia a muito tempo. E mesmo assim, a tarde parecia não acabar nunca.

Hoje era um dos dias não tão bons, onde eu me sentia meio vazia e sem propósito, em uma crise existencial incômoda. Mas eu estava aprendendo a lidar com as minhas crises e dores sem me isolar e retrancar meus sentimentos, isso já era uma evolução imensa.

O assunto "saúde mental" não é um tópico muito levantado nessa época. Digamos que se disserem que você tem um problema mental, você será — de forma grosseira e ignorante — jogada em um manicômio e nunca mais sairá, já que os métodos deles não são os melhores.

'Problema mental é coisa de louco' ignorantes dizem isso. Eu também acreditava, até me sentir afundar na tão pouco falada depressão e vicio em álcool.

Eu tinha problema com álcool, foi difícil admitir para mim mesma, mas sim, eu tinha. Esse era um dos dias onde eu sentia muita vontade de beber qualquer coisa que contesse essa droga, mais especificamente o meu inseparável Burbon. Mas todo álcool que havia na casa Thomasina tinha confiscado, juntamente com Marta. Eu amava aquelas mulheres, mas em dias como esse eu as odiava.

A ansiedade diária que eu sentia agora estava piorando ainda mais minha abstinência, e juntando com meu luto não curado, digamos que foi um acúmulo de coisas que estava causando minha agonia no dia de hoje.

Eu andava pela casa, sem nenhum pensamento coerente passando pela minha cabeça. Só conseguia pensar em:

Bebida,
Morte,
Meu irmão.

Nessa ordem, sem nenhum sentido.

Eu precisava de algo que me distraísse de meu, pequeno e não tão bem controlado, surto. Mas a mulher qual me fazia esquecer de todos os problemas e agonias estava ocupada.

Depois de nossa aula ela disse que iria ficar um pouco ausente, já que tinha algumas coisas para fazer que ela acabou deixando atrasar. Sei que Thomasina tem o hábito de escrever, então imaginei que tinha a ver com isso. Além da aula que ela teria de apresentar amanhã já que é o dia dela.

Sabia que se dissesse que estou com vontade de beber ela não pensaria duas vezes em largar suas obrigações para fazer uma mini reunião comigo, mas eu não queria atrapalhar ainda mais sua vida. Eu precisava aprender a lidar com meus demônios internos sem incomodar os outros, então essa foi a oportunidade perfeita para tentar isso.

Dei meia volta no corredor e caminhei até a sala de onde eu tinha acabado de sair. Suspirei ao sentir o cheio conhecido da tinta e sorri me sentindo incrivelmente mais calma.

Esse cômodo da casa era o meu preferido. Eu vinha aqui todos os dias sem exceção, para pintar qualquer coisa que minha mente mandasse. Mas os últimos meses foram tão intensos que eu não tive tempo de pintar e muito menos criatividade. De certa forma não queria decepcionar a mim mesma com um quadro confuso e sem motivos, e era exatamente como minha mente estava.

Mas aprendi que todo o tipo de pensamento pode virar arte, apenas de maneiras diferentes. Meu quadro entregaria o que estou sentindo, esse era o objetivo, certo? Não precisava ter algum significado maior.

the love never dies. - Thabigail Onde histórias criam vida. Descubra agora