—Atende o telefone, Ana! — Daniela já diz irritada com as vibrações do mesmo, pois eu já havia silenciado ele.
—Eu não quero falar com ele, agora.
—Ana! Faça me um favor!
—Não.
—Escuta as mensagens de voz pelo o menos!
Eu sabia que Daniela não iria parar de encher meu saco até eu fazer o que ela estava pedindo, então obedeci.
Ela já sabia tudo o que tinha acontecido, provavelmente sua curiosidade para saber sobre as mensagens era maior que a minha.
Haviam 5 mensagens de voz, todas elas de Erling.
Ao escutar as primeiras eu tive vontade de retornar as ligações, mas a última... Fez com que meus olhos inundacem de lágrimas.
Eu estava sendo dura com ele, ele não queria que acabasse assim, sei que não queria que o pai dele me falasse a metade das coisas que ele me falou...
Era evidente a preocupação do mais velho em relação a carreira do filho, mas querer julga-lo pela a nacionalidade da namorada...
O homem era um complemento idiota.Então finalmente retorno uma das mil ligações de Erling Haaland.
Call on
—Erling?...
—Ana, meu bem. Por favor. Deixa eu concertar as coisas.
—Amor, tá tudo bem...
—Eu tô a caminho, está em casa né?
—Estou...
—Em 2 minutos estou aí.
Call off
Ele simplesmente desliga a ligação dando a estender que ele estava a acelerar o carro em direção a casa.
Após alguns minutos escuto o som da campainha ecoar pelo o cômodo e a abro com toda a certeza da minha vida.
Vejo o loiro com os olhos pouco vermelhos, o que dava a entender que lágrimas já haviam corrido por ali.
Ele me engole em um abraços, me aconchegando em seus braços fazendo me sentir imune a tudo que poderia me fazer mal, naquele momento.
—Eu vou consertar, me deixa arrumar tudo...— ele ficava falando coisas em relação a concertar tudo, mas não havia nada que ele fizesse que mudaria o lado xenofóbico de seu pai.
E os outros problemas estavam fora de seu alcance.—Erling...— digo colocando a mão em frente a sua boca dando o mesmo se silenciar.— Tá tudo bem. Me desculpa por ter te culpado. Eu só estou sobrecarregada com toda essa história.
Sabe como eu me sinto negligenciada nesse mundo tão novo para mim. Acho que é só quastão de tempo para me acostumar...—Amor... Por favor, volta para casa— ele diz colando nossas testas em denuncia a minha "fuga".
—Eu não quero voltar para lá tão cedo... Bem... Eu... Eu preciso pensar. Preciso passar as últimas semanas com Daniela antes que ela volte ao Brasil... Fique com a sua família nesse tempo, acredito que até lá eles já tenham ido também, aí voltamos como éramos antes... O que acha?
—Mas ainda tem duas semanasss— ele choramingava contra meu rosto.
—Vão passar num piscar de olhos. Você vai ver. Eu te amo, Erling Haaland.
—Eu também te amo, princesa. Mas agora você tá fudida, vou pegar folga na hora do almoço e você vai almoçar comigo todo o santo dia até a caceta dessas duas semanas se passarem!
Não aceito te ver só por uns minutos a noite.— ele diz me esmagando em um abraço e beijando meu pescoço o que me faz soltar gargalhadas.—Eu concordo, Erling. — digo selando seus lábios em quanto encarava seus belos olhos.
Não levou muito tempo até que nos despedimos e ele finalmente fossem em bora.
Apesar de toda a sua drama, ele me entendeu, felizmente.
...
—Senta aqui... —Daniela me chama dando batidinhas ao seu lado do sofá logo após me ver quando retorno a sala.
—E aí? Como se sente?
—Acho que tenho que aprender a falar em espanhol.
—O quê?
—Minha vida tá virada em uma novela mexicana. — digo afundando minha cara na almofada— Talvez assim ela não fique tão confusa, sabendo o idioma.
—Ana! Para de ser dramática garota!
—Dani, isso não é para mim!
—Você lida com crimes, mortes, pessoas horríveis... E diz que não consegue aguentar o babaca do seu sogro!?
—Não é só ele que me preocupa — digo e abro uma grande pausa antes de continuar. — Eu sei que tô sendo uma idiota por estar falando isso... Mas acho que ele merece alguém mais a altura... Sabe?
Seus familiares são extremamente ricos, com roupas luxuosas de grife e...
Cara, eu sou a porra de uma polícial.—Ana, ele se apaixonou por você, do jeitinho que você é! Vocês se conheceram no trabalho, você ser polícial ou não, não muda nada!
Você tem um sério problema de aceitação... Mas não é dele quer a aprovação... Não é?—Não...
—Então é de quem!?
—De mim mesma, Daniela. Eu... Eu sinto que ele pode achar alguém melhor, mas não posso deixá-lo.
—Ana. Ele estaria preso até agora se não fosse por você, você salvou a carreira dele! E ainda acha que ele te desmerece?
—Tem razão, Dani... Obrigada.— digo abraçando a mesma deixando lágrimas rolarem pelo o meu rosto mais uma vez.
—Sinceramente, para de ser irracional garota! Se não fosse por mim você já estaria louca agora!— ela diz o que me faz sorrir.
—Tem a total razão Dani! Precisa mesmo voltar ao Brasil? — digo com cara de cachorro molhado.
—Preciso Ana, férias não duram para sempre... Mas e que tal uma pizza? Para ver se esfria essa sua cabecinha.
—Eu aceito!
...
Daniela sempre foi como um anjo em meu ombro, que filtrava meus pensamentos e me mostrava caminhos que meus olhos cobertos pelos meus medos não viam.
Eu devia o mundo a minha irmã mais velha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝕋𝕙𝕖 ℙ𝕖𝕣𝕗𝕖𝕔𝕥 ℂ𝕙𝕒𝕠𝕤- 𝔼𝕣𝕝𝕚𝕟𝕘 ℍ𝕒𝕒𝕝𝕒𝕟𝕕
FanfictionÉ irônico, pensar que para alguns, é só mais uma noite de trabalho e para outros é uma mudança na vida. Mas com certeza; noite fria de 23 de fevereiro será inesquecível.