47- normal birth

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Hoje completam exatos 6 meses da gravidez.
Mateo estava pesando 2,1kg, o que era bastante grande para o tempo de gestação.

—Bom dia senhora Tompson, e senhor Haaland. — a médica nos recebeu para a consulta matinal.

—Bom dia, doutora.

A mulher me deitou na maca e fez exames gerais, como de frequência cardíaca, dilatação e etc...

—Esse mocinho, parece que fica maior a cada dia! Desse jeito vamos nos aproximar de 4kg para o parto!

—Nem me fale, essa criança já está com 2kg, meu medo é que o parto precise ser adiantado.

—Não senhora, o tamanho do bebê não influencia para a retirada do mesmo, e sim, o que influência é a saúde da gestante. Mas precisamos tomar algumas decisões, pois já está ficando em cima da hora... Qual será o modo de parto? Será normal? Ou cesária?

—Eu Erling tivemos conversando, e chegamos a conclusão de que queremos parto normal. Apesar do Erling achar mais seguro a cesária, vou optar pelo o parto normal.— anuncio e a doutora assente.

—Ok, querida, mas está ciente do tamanho da criança, e que a decisão de ter um parto normal será mais dolorosa?

—Estou, sim.

—Sei que esse não é o meu lugar de fala, mas me sinto bastante inseguro com essa decisão.— Erling diz e a doutora assente novamente.

—Devo concordar com seu marido, Ana. É um risco a se assumir. Mas se foi de seu desejo, não há muito que possamos fazer.

—Eu já me decidi. Quero o parto normal.

—Esta de acordo, senhor Erling? — a doutora pergunta e Erling me olha com um olhar assustado.

—Estou. — ele diz se silenciando completamente e respirando fundo.

...

Já era o fim da consulta, e eu e Erling estávamos em uma pastelaria próxima ao consultório.

—Erling, o que te abalas?

—Ana, eu... Eu não me sinto seguro com o parto sendo normal. Você sabe dos riscos?

—É claro que eu sei, Erling Haaland. É algo familiar para mim. Toda a minha família teve parto normal, então se eu tiver, ao meu ver, seria a como se fosse a continuação de uma 'tradição'. — digo e o homem parece enfurecido.

—Mesmo assim, Ana. Seja logica! A criança vai nascer de quase 4kg, acha que pode aguentar isso?

—Erling! Para! Essa decisão não cabe a você!

—Claro que não cabe, mas cabe a mim a responsabilidade de no dia do parto se algo acontecer, quem vai ter que assinar os papéis e assumir a culpa da morte de um de vocês sou eu! — ele diz com os olhos marejados. — Vai para o carro e eu pago a conta. — o homem só se levanta e vai em direção a parte de dentro da pastelaria onde ficava o caixa, meus olhos também se marejaram ao prestar atenção no que o loiro dira antes de se retirar.

Obedeço a ele e entro no carro e o aguardo como o prometido.

—Por que falou aquilo? — digo quando o mesmo se ajeita no acento ao meu lado. —Por que parece que já lidou com uma situação dessas antes?

—Quando eu tinha 5 anos, minha mãe estava grávida, de mas uma menina, faria companhia para Gabrielle. A família inteira estava vibrante pela a chegada da nova integrante da família.
No dia do parto, foi anunciado que mamãe estava com diabete gestacional, e tanto o bebê quanto a mamãe corria risco de vida. Meu pai foi obrigado a assinar uma papelada alegando que o hospital não se responsabilizava pela a morte de nenhuma das duas, e o assinante deveria ter como fardo.
No final, a criança faleceu e papai sente como se fosse culpado por isso.
Não posso deixar que o mesmo aconteça com você amor, me desculpa. Eu me culparei por todos os dias da minha vida se algo acontecer com um de vocês . — o homem se põem a chorar e eu o consolo seguido de um abraço e acaricios em seus cabelos.

—Meu amor, eu sinto muito, muito mesmo. Eu... Eu não fazia ideia. Por favor me perdoa. Vamos... Eu vou ligar a doutora e renunciar nossa decisão... O que acha? — o homem não diz nada, só me olha com os olhos avermelhados devido as lágrimas e me beija.

𝕋𝕙𝕖 ℙ𝕖𝕣𝕗𝕖𝕔𝕥 ℂ𝕙𝕒𝕠𝕤- 𝔼𝕣𝕝𝕚𝕟𝕘 ℍ𝕒𝕒𝕝𝕒𝕟𝕕  Onde histórias criam vida. Descubra agora