9. Sob o vago olhar.

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   Meu corpo encolhido no banco da frente do carro, enquanto ao meu lado estava Jungkook dirigindo. A segundos atrás eu sorria um pouco para si, mas aquilo me machucava tanto, porquê precisavam ser e agir assim comigo...
   O efeito da droga nem me deixava mais extasiado, nem nublado. Minha cabeça estava aponto de explodir, não pela dor da pancada, e sim por tantos pensamentos que rondam em minha mente; meu corpo doía e em vários lugares exatos pulsava em dor e queimação, foram tantos chutes em lugares não definidos ou percebidos que eu nem sabia onde exatamente doia, tudo doia, tanto mentalmente quanto fisicamente.

   O barulho parecia estar alto me deixando cada vez mais atento, meus olhos pesavam mais se recusavam a se fechar em medo de algo acontecer. Eu me sinto vazio. Não quero ir para casa, quero ficar em qualquer lugar menos lá, eu gostaria de ficar na dele, mas já sei que importunei-o de mais.
   Eu sentia a leve dor e dormência em meus lábios inferiores, de tanto que já havia mordido e só percebi ao sentir o gosto do sangue se espalhar. Meu corpo tremia e eu não fazia ideia de como faze-lo parar, as lágrimas querendo sair, e eu as-prendendo, havia um bolo de nós em minha garganta. Eu estava tão cansado, e a frustração me dominava, a sensação de que ele estava bravo comigo me doía tanto, eu não queria que ele estivesse irritado, não quero ser um problema ou obrigação para ele, não quero que ele me abandone.

   Sempre que me perguntam o que quero ser quando for mais velho, eu repondo: nem sei... Mas a real é que eu não tenho motivos para continuar, eu não queria estar vivo  já faz um tempo, e agora muito menos, essa mágoa que me consume por inteiro vem me abalando já algum tempo. E ele, Jeon Jungkook, é o motivo de eu ainda estar aqui; Jungkook me desestabiliza do mundo real, é uma anestia para as minhas dores, e eu odeio pensar que sou só uma ocupação para ele...
   Uma lágrima escorria em meu rosto, enquanto os meus pensamentos bagunçado me levavam a um mar distante, eu não tinha ânimo para me segurar, para não me deixar ser levado, estou cansado, não quero forçar meu riso, meu humor ou sentimento, eu to cansado de fazer tudo por todos, isso me machuca tanto porquê ?!

  Eu me odeio por não conseguir me amar, eu odeio me sentir assim, eu odeio as pessoas que fazem eu me sentir assim !

— Está me ouvindo, pequeno ? - Me trouxe de volta ao meu ser, com um simples toque de seu polegar em meu rosto, limpando a lágrima que antes escorria ali; sua voz demonstrava certas calma e preocupação. — Ei, você ouviu o que eu disse ?

— Pode repetir, por favor ? - Minha voz meio embargada soou falha.

— Hm, posso sim. - Tirou seu cinto de segurança e logo destravou o meu também. — Bom, durante nosso trajeto fiquei falando de como eu amo você, e da vista que estava linda, também disse que seu sorriso é mais bonito do que o biquinho que fica preso nos teus lábios quando está distante. - Fez uma pausa me olhando. — E também disse que já chegamos.

   Sorri pequeno, era um sorriso verdadeiro, ele sabia disso. Olhei para fora vendo o local. E me choquei, era o melhor restaurante do país inteiro, com as mais indicações de famosos, era extremamente luxuoso... O problema não era nem esse, era mais o meu estado, eu estou meio drogado ainda, com o rosto vermelho e meio inchado por conta do choro, estou um pouco sujo e a roupa amassada, mal consigo me mexer direito pela dor.

— Mas Jun, olha pra mim..

— Relaxa meu bem, só confia em mim. - Ele me olhou singelo.

Moon Boy | PJM+JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora