13.

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Alguns dias depois.

— Tia — Camille chamou Allison, a mulher estava ali, pois Scott havia ido em uma audiência resolver alguns assuntos — Me diz uma coisa.

— Pode falar.

— O papai gosta do tio Sac?

— Gosta, os dois são amigos — Allison disse, queria dizer mais que isso, mas sabia que não era algo que ela deveria fazer — Por que? Você não gosta?

— Eu gosto, eles são amigos legais — disse e Allison riu — Tia, porque a mamãe não veio me buscar de novo?

— Não sei, acho que está sem tempo.

— Eu posso ajudar a lavar a louça?

— Sobe na cadeira.

[..]

Scott estava saindo do escritório de seu advogado quando encontrou com Emma, ficou confuso, mas não falou nada, seguiu em direção a saída.

— Sabia que você estaria aqui — Emma disse o seguindo — Então, quero levar Camille para sair amanhã.

— Amanhã ela tem aula — Scott abriu a porta e saiu do local, Isaac estava o esperando do outro lado da rua — E porque você não me ligou?

— Queria te ver pessoalmente, sabe? Matar a saudade — riu — E não me interessa se tem aula, faltar um dia não muda nada.

— Muda, muda na rotina e no que eu ensinei a ela — virou e encarou a ex parceira — O que você quer, Emma?

— Sabia que você não pode estar namorando um homem? O juiz não vai gostar, ele pode dar a guarda toda da Camille para mim.

— Não sei em que mundo você vive, mas com quem eu me relaciono ou deixo de me relacionar, só diz respeito a mim, juiz nenhum pode falar sobre quem eu namoro ou não.

— Você acha? — riu — Você está deixando um cara entrar na sua casa, ter contato com a minha filha, e eu posso usar isso contra você de várias maneiras, até porque eu soube que ele era da prisão.

— Você é tosca, chega a me dar nojo — Scott saiu andando e atravessou a rua, a mulher foi atrás — Eu juro que vou chamar a polícia.

— O que você quer agora, senhora? — Isaac perguntou e Emma sorriu para ele — Vamos lá, diga, porque para ter tentado colocar coisas ruins na cabeça da própria filha, eu tenho certeza que não é nada bom.

— Eu estou te avisando, eu posso conseguir a guarda da Camille, é só falar desse bonitinho que você anda pegando e de onde ele saiu.

— De onde eu sai? — Isaac riu — Senhora, com todo o respeito, mas você sabe quem eu sou? Meu nome é Isaac Lahey, um ex militar muito premiado, ex guarda de uma penitenciária, e hoje em dia trabalhando no exército como alguém muito mais conhecido e importante do que você um dia sonha ser — se aproximou da mulher — Não tente ser baixa, eu sou ex militar, querida, eu conheço pessoas, juízes, policiais, essa sua pose de pavão perde toda a moral assim que eu ligar para um, acho bom não querer brincar comigo.

— Não acredito, você achou alguém que sabe falar, Scott — Emma riu — Um que não é idiota que nem você que espera tudo calado com cara de choro
— encarou Scott — Eu preciso de dinheiro, o trabalho é uma merda, não nasci para isso, você me dá uma boa quantia e eu sumo, desisto de tudo.

— Quanto?

— Scott — Isaac o repreendeu — Ninguém vai pagar nada.

— Ele está sendo inteligente pela primeira vez — Emma disse — 500 mil.

— Você é uma... — Isaac puxou Scott — Vamos indo, não vá na dela, Scott.

— Esperarei sua ligação, uh? E ah, amanhã eu estarei indo buscar a Camille — disse e saiu andando.

— Eu tenho esse dinheiro — Scott disse a Isaac — Não é muita coisa.

— Scott, ela não tá falando a verdade, se você der esse dinheiro ela vai sumir por um mês e depois volta pedindo mais — Isaac explicou — É uma ilusão que ela realmente vai embora, ela vai ficar nisso até acabar com tudo, não acredita nela.

— Você acha?

— Eu tenho certeza, bonitão — os dois saíram andando — Scott, como era o relacionamento de vocês?

— Como assim?

— Era um relacionamento bom? Vocês se gostavam?

— Foi um caso, eu achei que era sério, eu levei a sério e a pedi em casamento, moramos juntos por menos de um ano — suspirou — Não deu certo.

— Mas como vocês se tratavam?

— Eu era bem mais carinhoso, Emma sempre foi essa grossa — deu de ombros — Mas é normal, relacionamentos são assim, pessoas diferentes, então eu continuei até o ponto onde ela quis ir embora, e foi.

— E a guarda da Camille?

— Ficou comigo, mas a partir do momento onde ela quis se fazer presente, eu não pude afastar, ela veio querendo ver a Camille, aí depois parou, aí voltava e queria de novo — contou — Agora que estamos na justiça pra valer, eu não poderia negar ela de ver a Camille antes, seria considerado alienação parental porque a Camille não tinha contato com ela, e Emma faz de tudo quando quer algo e tenho certeza que eu iria me foder mesmo sem culpa de nada mesmo nunca ter falado nada contra ela na frente da Camille.

— Eu juro que não queria tocar nesse assunto de novo, mas... Você não quer fazer terapia, Scott? — perguntou — A Emma parece ter o controle em você mesmo que não estejam juntos, ela te coloca pra baixo e você aceita, você não rebate.

— É o jeito dela — deu de ombros e Isaac parou e segurou o rosto do McCall.

— Você aceitar a maneira que ela te trata não é ser o jeito dela ou não, é você absorver isso, você não viver e ficar com esse receio — Isaac suspirou —
Emma não deve ter poder em você, ela não tem o direito de te colocar pra baixo.

— Ela sempre disse que eu era um idiota — murmurou.

— Puta merda — Isaac beijou o rosto do McCall — Você é perfeito, bonitão, perfeito.

[...]

Isaac passou o resto do dia pensando em Scott, Emma ainda tinha muita influência no McCall e ela sabia disso, e ela sabia como usar e deixar
Scott com a guarda baixa.

— O que você tem? — Malia perguntou jogada no sofá — Kira chega em uma semana.

— Que foda, você vai parar usar sua mão — disse e Malia riu — Estou pensando no Scott.

— O que aconteceu com o bonito?

— Você lembra daquele terapeuta que conversamos quando saímos do exército?

— Não muito, era De alguma coisa — Malia murmurou — Mas eu posso conseguir, você vai fazer terapia de novo?

— É — respondeu, quem sabe Scott o vendo fazer terapia se sentisse confiante.

𝐧𝐨𝐯𝐚 𝐟𝐚𝐬𝐞 › 𝐬𝐜𝐢𝐬𝐚𝐚𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora