24.

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— Você quer o que? — Malia perguntou a Isaac — Sério?

— Você achava que eu seria para sempre o cara solteiro?

— Não, eu só pensei que não pensaria em casar agora — riu — Porra, você está com o Scott vai fazer um ano, é cedo pensar em casar

— Você acha?

—Sim, mas só porque é cedo, acho que você deveria esperar um pouco mais, Scott passou por tanta coisa e um pedido de casamento agora seria rápido demais — aconselhou e Isaac assentiu.

— Eu estou pensando em fazer o pedido daqui a alguns meses — falou — Eu quero mesmo fazer isso.

— Vai ser algo legal, eu posso ser uma pau no cu, mas eu acho que você está dando um passo muito bonito — Malia pegou no ombro do amigo — Eu nunca te vi tão feliz como hoje em dia

— Nem eu me lembro de estar tão feliz assim — falou — Quando a Kira volta?

— Eu não sei, eu realmente nem sei mais se vou ficar esperando ela.

— Você gosta dela, porra.

— Eu gosto, mas é chato e difícil essa merda — suspirou — Ela fica duas semanas aqui e depois some, aí passa meses no mar e volta depois por duas semanas... Eu não quero mais voltar pra marinha, não quero mais viver nos navios.

— E como vai ser?

— Eu não sei, mas se prepare caso eu termine, você vai ser meu saco de choro.

— Que porra, vai chorar no Theo.

— Ele é um pé no saco.

— É mesmo — bufou — Meu ombro é seu, amiga.

— Obrigada.

[...]

Scott estava arrumando o quarto da filha, Camille estava tirando algumas roupas que não queria mais e nem alguns brinquedos, o McCall havia dito que iriam doar algumas roupas e brinquedos, a garota ficou animada com isso. O que mais chamou atenção de Scott é que boa parte das roupas e brinquedos que Camille estava se desapegando eram coisas que Emma havia lhe dado.

— Você não quer ficar com essa touca? — perguntou e ela negou — Por que?

— Ela é verde, não gosto dela — falou e Scott assentiu.

Emma havia dado aquela touca.

— E esse urso? — perguntou novamente.

— Esse não, esse fica pai — pegou o urso — Foi o tio Sac que me deu, não posso doar.

— Ah, entendi — sorriu.

— Quando ele vem?

— Só amanhã, ele iria passar o dia com a Malia, ela precisava conversar.

— Porque? O que aconteceu?

— Nada, é que às vezes as pessoas precisam conversar — explicou — Sua mãe ligou, você quer falar com ela quando ela ligar de novo?

— Não.

— Ok, eu vou falar com ela.

— Papai, é errado eu não gostar mais de falar com ela?

— Eu não sei, filha, acho que não.

— Eu não quero falar com ela agora, mas eu ainda gosto dela.

— Entendi — sorriu — Tudo bem, tudo bem.

— Um dia eu posso chamar o tio Sac de pai? — perguntou e Scott arregalou os olhos — É porque ele vive aqui agora com a gente, e ele namora o senhor.

— Eu não veria mal, querida, de verdade, se você se sente bem em falar pode falar.

— Ele vai gostar?

— Vai, eu tenho certeza que vai.

[...]

Três dias depois.

— E agora você não come mais salgadinho? — Isaac perguntou e Camille negou sentada no balcão — Então só eu posso?

— Não senhor, aqui em casa está proibido — Scott disse e Isaac resmungou — É verdade, você não vai comer aqui.

— Ele é mandão assim mesmo? — apontou para o McCall, Camille riu — Não sabia disso quando comecei a namorar com ele, achei que ele só era bonito.

— Ele é bonito e mandão — Camille disse pegando o copo de suco que Scott lhe deu.

— Vou pegar sua vitamina — Scott saiu da cozinha.

— Então, o que você come agora, princesa?

— Comida saudável, o médico disse que não posso comer muita besteira, ainda mais na escola — falou e bebeu um pouco de suco — Ele disse que eu poderia ter uma coisa pior na minha barriga.

— Seu pai me disse.

— Ele disse que pessoas grandes também tem essas coisas, e que também não podem ficar comendo besteiras a hora que quiserem.

— Vou ter que mudar e comer melhor? — ela assentiu — Não, eu não gosto.

— Comer melhor faz bem — riu e ofereceu seu suco — Você quer, pai?

— Seu pai ainda não voltou, Camille — ele disse rindo.

— Eu sei, eu perguntei se você quer — ela ofereceu de novo e Isaac ficou um pouco confuso — Não posso te chamar de pai?

— É que... Pode, eu só... Pode sim — sorriu pequeno.

Scott voltou a cozinha e deu a vitamina a filha, Camille pediu para ir assistir filme e Scott a desceu do balcão, o McCall voltou a fazer o almoço e quando percebeu que Isaac estava muito calado virou para o encarar.

— O que aconteceu, Isaac? — perguntou limpando as mãos e se aproximando do homem — Você está bem?

— Porque a Camille me chamou de pai?

— Ela te chamou? — sorriu — Ela estava dizendo que queria te chamar assim, eu não vi porque recriminar, sabe?

— Mas...

— Você não gostou? — Scott segurou o rosto do namorado — Você não precisa achar que é para retribuir e chamar ela de filha, Sac. É só uma forma carinhosa dela ver você agora ela te considerar como um pai mas você não precisa ser necessariamente um, ela sabe que você não é.

— É muita coisa pra mim — disse e Scott assentiu — Eu acho que vou almoçar em casa bonitão, eu preciso pensar sobre algumas coisas.

— Você está chateado?

— Não, eu realmente não estou — sorriu — É que eu nunca imaginei um dia uma criança me chamando de pai, é algo forte para mim

— Você realmente quer ir embora?

— Sim, desculpe, amor.

— Tudo bem, eu entendo — beijou o namorado — Me ligue depois.

— Amo você.

— Eu sei.

Isaac saiu da casa do namorado com mil e uma questões em sua mente e só haveria uma pessoa que o escutaria e lhe daria conselhos bons, mesmo que não fossem melhores amigos.

— Ei novinho, preciso da sua ajuda — Entrou na casa de Nolan que apenas revirou os olhos

𝐧𝐨𝐯𝐚 𝐟𝐚𝐬𝐞 › 𝐬𝐜𝐢𝐬𝐚𝐚𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora