21.

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— O que eu fiz? — Isaac perguntou entrando na casa do namorado, o McCall apenas fechou a porta e seguiu para a cozinha — Ei bonitão, você não me recebeu com um sorriso, então eu acho que fiz alguma coisa.

— É, você fez — voltou a fazer o lanche de Camille — Você precisa parar de falar as coisas para a Camille e deixar que ela leve a sério, precisa dizer que é brincadeira.

— O que eu falei? — riu — Eu falo muita coisa pra ela.

— Isaac! É sério— encarou o Lahey que apenas riu

— Ok, mas o que eu falei?

— Que ela pode pedir pro Alec colocar ela na polícia quando crescer, que ela não precisa estudar, e que tudo se consegue quando se tem amigos — disse, Isaac riu de novo — Não é engraçado, querido, ela vai fazer oito anos, tem coisas que crianças grudam na cabeça e levam por toda a vida, e eu não quero que ela cresça pensando nisso.

— Desculpa, eu vou explicar pra ela que foi uma brincadeira, mas assim, eu acho que ela é inteligente demais pra ir nessa onda, bonitão.

— Camille é cheia de graça quando quer, e ela vai usar isso por dias

— Mas eu não menti quando disse que tendo amigos a gente consegue tudo.

— Sim, mas não no caso de trabalhos, Sac — suspirou — Se vamos estar juntos e você vai agir na vida da Camille como eu acho que vai, você precisa entender que ela é igual uma esponja, ela absorve tudo, sendo assim o que ouve e tudo que falamos. Você precisa ter em mente que as coisas são diferentes quando se tem uma criança por perto, não é igual a estar com a Melanie, você a vê em poucos dias, a Camille não, você está tendo contato com ela quase que diariamente.

— Entendi — Disse, o McCall se aproximou e o abraçou.

— Gosto de como você é, eu me apaixonei por você assim e ela também gosta do seu jeito, eu só quero que você se segure um pouco — o Lahey assentiu e beijou a bochecha do mais novo — Você está cheiroso.

— Eu estou sempre cheiroso — rebateu sorrindo — Mas admito que tomei banho de perfume só para você.

— Idiota — riu.

— Pai! — Camille entrou na cozinha, Scott se afastou de Isaac e voltou ao que fazia —Tio Sac, você chegou agora?

— Quase agora, seu pai estava brigando comigo. — respondeu

— Por que?

— Isaac.

— Porque eu disse pra você que não precisava estudar pra entrar na polícia, e eu estava errado — disse e Camille assentiu — Você precisa estudar e conseguir entrar na polícia sem o dedo do Alec.

— Mas o senhor disse que conseguiu trabalhar com o tio Theo só pedindo.

— Não menti — ele riu — Mas é que antes disso eu estudei muito e eu já fui um soldado, então o Theo precisava de alguém que já sabia as coisas dos soldados, e por isso me chamou. Eu não consegui o trabalho sem estudar, sabe? E eu já sabia tudo.

— Ah sim — ela balançou a cabeça e virou para Scott — Pai, já posso lanchar?

[...]

Dias depois.

O dia da audiência havia chegado, Scott estava calmo e ficou assim até ver Emma, e ela estava com aquele sorriso cínico que fazia o McCall sentir uma raiva crescendo em si. Assim que entraram na sala o juiz não demorou a falar, explicou todo o processo e já pediu para que os advogados falassem, em seguida pediu para que Emma desse sua versão e o motivo de querer a guarda de Camille, Scott teve que se segurar para não rebater a cada coisa que ela falava, ela agia como se fosse presente na vida de Camille.

Quando foi a vez de Scott falar, o McCall deixou bem claro que Emma lhe deu a guarda de Camille, que ela não queria ter essa responsabilidade, que ela não era participativa e que também não agia como mãe quando falava com Camille, Emma ainda tentou rebater, mas o juiz pediu silêncio para que o McCall terminasse de falar.

O juiz escutou os advogados e o pedido de cada um, em seguida pediu o relatório da psicóloga que havia conversado com Camille, o juiz leu em voz alta o que ela havia escrito. Assim que ele terminou de ler, pediu quinze minutos para avaliar sua decisão de guarda, nisso Scott teve que ficar na mesma sala de Emma e tentar ignorá-la. Quando o juiz voltou, disse em bom som que a guarda completa de Camille era de Scott, e que Emma poderia visitá- la nos fins de semana e feriados, mas apenas visitá-la, no futuro talvez pudesse pedir uma nova ordem para que liberasse saídas e viagens.

A mulher não quis entender que começou a questionar o juiz, ele apenas a encarou

— Uma mulher que se diz mãe, mas que usa da filha para conseguir um dinheiro a mais para si mesma, não merece ter a guarda de uma criança, sua própria filha como você pôde ouvir quando li o relatório, ela relata sobre você com medo, com receio, e eu nunca deixaria uma criança com quem ela sente medo — o juiz disse — E caso a senhora não esteja de acordo com a minha decisão, pode recorrer daqui a um ano, e quem sabe tem sorte, o que eu não acho que terá.

Scott acabou rindo de tão feliz que estava.

[...]

— Nós vamos fazer uma viagem! — Isaac gritou carregando Camille, Scott riu — Eu acho que já vamos amanhã.

— Eu ainda não tô de férias, tio — Camille disse rindo.

— Ok, vamos pensar em uma mentira boa.

— Isaac! — Scott repreendeu levantando do sofá.

O McCall seguiu para a cozinha para pegar um pouco mais de suco, Stiles que estava ali junto com Derek e Allison, seguiu o amigo.

— Como foi? — Stiles perguntou — Você só disse que ganhou e não disse como realmente foi

— Ela disse que eu não deveria ficar com a guarda porque não tinha renda, disse que eu me relacionava com um homem e que Camille não tinha uma educação boa o bastante — Scott disse.

— Ela é tão podre.

— E o pior, ela falando de mim, como eu sou carente e isso afeta a Camille — riu — Quando eu comecei a falar ela tentou me atrapalhar, eu tive que me segurar para não chorar ou falar alguma coisa.

— E sobre o relatório da psicóloga?

— Camille falou que não gostava de ficar com a mãe porque teve uma vez que ela gritou e a mandou calar a boca e que ela não conseguia se esquecer disso, que ela sabia que Emma tinha machucado Isaac — contou — Camille disse que Isaac era meu namorado e que era muito legal, disse que me amava e que eu sou o melhor pai do mundo.

— Ah meu Deus — Stiles sorriu — Não tem como ganhar disso

— O juiz disse que ela pode recorrer daqui a um ano.

— Ela não vai — foi abraçar o McCall — Ela vai sumir.

— Scott! — o McCall se assustou e olhou para a entrada da cozinha, Allison estava lá — Emma está na porta.

𝐧𝐨𝐯𝐚 𝐟𝐚𝐬𝐞 › 𝐬𝐜𝐢𝐬𝐚𝐚𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora