Tsmuke

Capítulo 10.

O grupo estavam todos sentados em uma rocha a beira da água.
Lo'ak contava sua história no Rochedo Três Irmãos.

_Então um grande peixe, ou sei lá o que era aquilo, me atacou!_ ele diz com a expressão de surpresa, e Tuk, que segurava o braço de Net'pey, aperta as mãozinhas na pele dela.

_E como está intacto, garoto?_ pergunta Net'si, não acreditando em uma única palavra sequer dele, achava tudo muito fantástico para aquele menino magrelo e estranho ter saído vivo.

_Um tulkun apareceu, e o matou na minha frente!

_Um tulkun?_ pergunta Tsireya, um tanto confusa.

_Sim! Ele não tinha uma das barbatanas, e estava solitário.

Os irmãos metkaiyna se encararam, e Tsireya respirou fundo antes de segurar na mão de Lo'ak.

_Era o Payakan_ todos a olharam confusos, esperando, claro, uma explicação para tal revelação_ Um excluído, um assassino tulkun, não foi aceito em nenhum grupo depois do que fez.

_Mas ele não é cruel! Ele é bom, me salvou!

_Lo'ak, teve sorte de sair vivo_ ela dizia com dor na voz, sabendo do perigo que ele devia ter passado.

_É garoto, ouça ela, sabe melhor.

_Meu maninho! Um grande guerreiro que enfrentou uma fera assassina e viveu para contar história!_ Neteyam segurava os ombros do irmão, que se levantou frustrado, se desvencilhando dos braços dele e se virando irritado para o resto do grupo.

_Vocês não me ouvem! Ele não é mal, vou provar isso a vocês!

Ele sai da pedra, pulando na água e indo para longe deles, que o chamavam de volta repetidamente.

_Quer que traga ele pelo rabo?_ Net'si pergunta seriamente para Neteyam, que rejeita a oferta da forma mais amável possível para não incita-la a fazer isso de qualquer forma.

O grupo se desfez, e cada um foi tratar de suas coisas sem muita preocupação com Lo'ak.

Net'pey trançava os cabelos de Tuk como Tsireya tinha ensinado, dava para se ouvir as crianças brincando na água por debaixo das casas.
Net'si tinha saido para nadar com Neteyam, e Kiri estava deitada no colo de Pey enquanto conversavam sobre assuntos quaisquer.
Mas logo a atenção delas foi puxada para a voz de Tsireya do lado de fora.

_Nossos irmãos e irmãs voltaram! Os tulkuns estão de volta!

Tuk se levantou, e Pey fez sinal para que Kiri também se levantasse, assim as três sairam da casa, e viram um grupo enorme de tulkuns chegando pela entrada do recife.
Metkaiynas de todos os lados pulavam na água para irem ao encontro deles.

_Vamos, temos que ver de perto_ diz Net'pey, pulando na água enquanto chamava seu ilu, Kiri monta em seu próprio, e Tuk sobe junto dela.

O clã inteiro festejava, tulkuns pulavam para fora d'água, e ela via muitos deles conversando com seus irmãos e irmãs do clã.

Ela mesma se sentia maravilhada com tudo aquilo, nunca tinha visto nada igual nem mesmo na floresta.
As pinturas dos tulkuns, os bebês na'vi nadando junto dos irmãos de seus pais, era algo tão mágico, até ela sentir que algo a chamava, e quando seguiu seu impulso, encontrou uma tulkun sozinha, ninguém falava com ela, ou cantava, ou dançava, ela só estava ali.
Era jovem, talvez ainda adolescente, e estava perto de uma outra tulkun que falava com sua irmã de espírito.

"Olá, está sozinha?" Net'pey faz sinais para a tulkun, que pareceu ficar mais atenta quando a viu chegar.

"Sim, estou acompanhando minha mãe" ela responde, e Net'pey não entende como conseguia compreender o que ela falava.