Capítulo 18.

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Na calada da noite, um grupo de 5, Net'si, Neteyam, Jake, Neytiri e Lo'ak se esgueiravam por dentro da mata.
Em um silêncio mórbido que permitia ser ouvido até a respiração se estivessem próximos o suficiente.
Levavam todos armas, arcos, e um pé de cabra, junto de um alicate forte, para sabotarem as câmeras.

Ainda não era a noite do ataque, Jake achou melhor irem antes, para monitorarem a movimentação inimiga para terem certeza de que o portão estava realmente desativado.
Estavam já longe de casa, a quilômetros de distância das montanhas, foram com os ikran até certo ponto, Kiri fora com eles, mas ficou junto dos banshee para cuidar deles.

Net'si e Neteyam iam na frente, ela quebrava os galhos e obstáculos, tão rente ao chão que por vezes não era vista, seus anos sendo criada na floresta lhe foram úteis agora.
Quando os muros farpados e cercados da base foram avistados, eles dois levantam os braços, para que os outros parassem.

_Em silêncio_ ela diz baixo, quase em um sussurro, todos conscentem.

Jake e Neteyam vão pela esquerda, com Net'si atrás deles, enquanto Neytiri e Lo'ak vão pela direita, as câmeras eram quatro, duas no portão e duas por dentro.
Já tinham verificado que as cercas elétricas já não funcionavam, então assim que Jake e Lo'ak cortaram os fios das câmeras, e quebraram seus visores, Neytiri e Net'si pularam o muro, chegando ao chão em completo silêncio, e pegando os alicates por debaixo das cercas.
As duas vão até as câmeras, presas as paredes da base, se prensando contra a parede para se certificarem de não serem captadas.
Si corta primeiro, puxando a câmera para fora da parede com o braço novo, e cortando todos os fios que a ligavam ao sistema.
Depois, ela tirou a de Neytiri, que cortou os fios assim como ela.

Quando todas as câmeras que poderiam sabotar seu ataque na noite seguinte estavam completamente inutilizadas, as duas voltaram a pular o muro, e o grupo correu de volta para a floresta, chamando Kiri pelos comunicadores, e logo os ikran voavam até eles, sendo guiados por ela.

Net'pey terminava de colocar as penas nas flechas que seriam usadas.
Era como se tivesse voltado aos anos mais jovem, quando se sentava com Kiri na caverna, terminando as penas e os enfeites dos guerreiros, para depois fazer suas pinturas para a batalha.
Morwenna e Kal'el lhe faziam companhia, muito curiosos pelo o que sua tia fazia.

_Isso é para que?_ Wen pergutava com a vozinha infantil, e errando algumas palavras, soava muito como sua mãe quando veio a tona sua existência.

_Flechas, para seu pai usar.

_Sempu?_ ela inclina a cabeça, ajoelhada ao lado de Net'pey, com as mãozinhas nos joelhos e o rabo batendo por vezes nas costas da tia.

_Sim, ele usa elas, para derrubar os inimigos!_ Pey fala de forma exagerada, movendo as mãos como se simulasse uma flecha atingindo um homem, Wen ri.

Net'si e os outos chegaram logo em seguida, a manhã raiava, e Kal'el foi ao encontro da mãe, que o pegou no colo com um braço apenas, o natural, o apoiando em seu quadril para poder segura-lo com só aquele mesmo braço.

_Ocupada, irmã?

_Não mais, já acabei_ diz Net'pey, olhando de baixo para a irmã.

_Digo o mesmo_ ela sorri em resposta, o rosto de Si tinha ficado marcado com o tempo, e as linhas do rosto agora eram mais marcadas e profundas, e Pey podia jurar que tinha visto fios brancos no cabelo da irmã, a sede de vingança dela por todo esse tempo vinha pagando seu preço.

Net'pey se levantou, e juntas caminharam pela caverna, observando os guerreiros que, ansiosos pela noite que se aproximava, deixavam todos os banshees e pa'li prontos para quando fossem partir para o combate.

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