2023
Rio de Janeiro, Leblon- Bom dia, meu músico. - No mesmo instante, ele abriu um sorriso tão facil quanto o simples ato de respirar.
O peso sob seu corpo era confortável, acolhedor. O fazia se sentir completo, como se, pela primeira vez em sua vida, tivesse encontrado um lugar para chamar de casa no mundo.
E, para ele, esse lugar tinha cabelos longos castanhos, meio ondulados e selvagens. Também tinha olhos brilhantes, igualmente castanhos que o lembrava bolo de chocolate, e um corpo delicadamente desenhado, como a escultural grega mais perfeita.
Sua casa era assim, linda, selvagem e aconchegante. E, nela, a música que tocava tinha os resquícios da rouquidão e feminilidade da voz do seu amor.Giovanna.
Essa era o nome de sua casa.- Bom dia, Beija-Flor. - Respondeu, subindo a mão pela pele nua dela até que se emaranhasse nos longos fios de cabelo.
Abriu os olhos, encontrando o rosto corado de Giovanna. Não resistiu ao sorriso inocente dela e a beijou.
Seu corpo todo arrepiou com o encontro de suas línguas, como sempre acontecia, desde a primeira vez. Com ela, cada olhar, cada fala, cada riso, era como se fosse o primeiro.- Dormiu bem? - Ela perguntou, quando findaram o contato.
- Sim. - Alexandre sempre dormia bem com ela ao seu lado, ou sobre ele como era o caso. - E você? Fui uma boa cama?
- A melhor do mundo. - Riu, como uma criança arteira.
O homem então a abraçou e virou seus corpos até que ele estivesse por cima, para depois enterrar o rosto no pescoço dela, inalando o cheiro que tanto amava.
Café e canela e...sexo.
- Ei! Não dorme de novo. - A pele sensível da base de suas costas foi beliscada.
- Ah, só mais um pouquinho, amor. - Pediu, em um choramingo.
- Nem mais um poucão, Nero! Eu tô com fome. - A fala da mulher o fez levantar, o suficiente para a olhar nos olhos.
- Você tem certeza que não existe uma lombriga na sua barriga, Giovanna? - A seriedade escondia o humor dele.
- Bobo! - Giovanna o beliscou, mais uma vez. - Vai, me alimenta! - Resmungou, fazendo um biquinho fofo, mas logo fechou a cara, ao ver o noivo sorrir de lado. - Não assim, seu pervertido!
- Eu não fiz nada! Você que pensa coisas impuras...- Ele fez cara de desentendido. - Por trás dessa sua carinha de anjo, você esconde uma...- Desfez o biquinho dela com um selinho. - Uma...- Outro selinho.
- Uma o que? - Perguntou, sob os lábios de Alexandre.
- Uma diaba! - Finalmente disse, fazendo cócegas na barriga de Giovanna, que se contorcia rindo. Ele amava quando a fazia rir, amava se embebedar nessa gargalhada gostosa que só ela tinha.
- Papa...- De repente, suas mãos tocaram o tecido áspero do lençol e os sons dela sumiram, dando lugar à voz infantil de Inã.
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Codinome Beija-Flor | GN
RomanceQuando um jovem músico se apaixona por um beija-flor. TW: Relacionamento abusivo, agressão. (Os eventos descritos nessa história não possuem compromisso algum com a realidade)