O assassino de livros

Deixando a máscara cair

Olá queridos! Antes de começarem a ler, gostaria de lhes pedir a gentileza de fazer um comentário no final, pois preciso saber se o rumo que o enredo está tomando agrada ou nem quem está lendo. Um grande abraço!

Depois de uma reunião com o pessoal de marketing, do setor de TI, e de diagramação, ficou quase 100% acertado o formato do Diário do Amanhecer digital. Claro que de maneira provisória.

Em meu edital lamentei profundamente não poder dar nome ao criminoso. Mas os responsáveis saberiam que eu sabia de tem tinha partido a ideia do incêndio.

Às nove horas em ponto, adentrei a recepção da BB Star Books, nem me dei ao trabalho de cumprimentar Berenice, e rumei para a sala de Rodolfo. A tentativa da secretária de me deter foi inútil.

—Bom dia Rodolfo! Não podia deixar de vir parabenizá-lo por ter descido tanto...

—Bom dia Marina! Acabei de ler a notícia do incêndio. Que horror! Como está Moacir?

Não aguentei tanto cinismo e explodi!

—Não seja cínico! Sei muito bem que foi você ou sua amiguinha Claudia Sincler que mandaram incendiar o Diário.

—Acalme-se! O que está dizendo?! —disse ladeando a mesa e pegando meu braço, me fez sentar em uma poltrona—Eu incendiar o Diário do Amanhecer! Por que faria isso?

—Porque Moacir não aceitou fazer parte do grupo que quer contaminar a cidade com lixo... Vai negar que esteve lá tentando convencê-lo a participar?!

—De fato estive lá sim. Fiz a proposta, que era boa por sinal, mas não obriguei ninguém a aceitar!

—Sua amiga Claudia que lhe pediu para ir?

—Não. Ela apenas sugeriu que arranjássemos parceiros. E como pretende lançar um jornal, uma revista e alguns livros, pensei que Moacir se interessasse.

—Mas ele não está interessado! Ele não quer ver o nome do Diário do Amanhecer associado a esse tipo de conteúdo.

—É uma pena... Ele poderia ganhar muito dinheiro e não precisaria associar o nome do jornal a nada. Bastava ele imprimir o jornal para o grupo. Só queríamos a parte operacional...

—Claro! E se alguma coisa der errado, Moacir que será responsabilizado. Se estão atrás de um testa de ferro ou trouxa, procurem outro. Moa é um homem íntegro.

—Íntegro e burro! Jogou uma excelente oportunidade para o alto... E agora? Ele tinha seguro? —disse sarcástico.

—Ele tem muito mais do que um seguro. Ele tem integridade e coragem para recomeçar!

—Espero que isso baste.  A propósito, eu li sua matéria... Brilhante ideia buscar o apoio da opinião pública fazendo-se de vítima. E muito inteligente elaborar em tão pouco tempo, e de forma amadora, um jornal digital.

—O que importa é que não conseguiram impedir que o Diário do Amanhecer saísse.

 Rodolfo tinha uma expressão diferente, parecia outro homem! O cinismo transformou seu rosto em uma máscara. Não era mais aquele homem confiável, amável e gentil.  Só não sabia se ele já trazia essa máscara, e eu não a tinha percebido antes. Agora ele era um discípulo de Claudia Sincler!

—Infelizmente não o reconheço mais Rodolfo... E lamento por em tão pouco tempo você ter se deixado contaminar. Quero deixar claro que a polícia já sabe que o incêndio foi criminoso, e eu não hesitarei em contar tudo que sei.

—E o que sabe?!—continuou com sorriso irônico.

—O suficiente...