Estava pior do que eu imaginava. Percebi isso assim que pus os pés no chão e tentei andar. As costelas fraturadas doíam muito! Os óculos de sol também não estavam ajudando... Além de não conseguir abrir um dos olhos, devido ao edema, o outro mal conseguia ver através da lente escura. A mão enfaixada dificultava segurar qualquer objeto, mesmo que fosse uma simples caneta! Não podia movimentar os dedos nem o pulso. Os ferimentos na cabeça também doíam horrores, como se meu coração tivesse mudado de lugar e agora pulsava ali. É eu estava toda arrebentada... Mas três coisas me davam alento: Estava viva, Lennon havia me salvado e todos os participantes da reunião tinham sido presos, com exceção de Duda Pinacch, que o Senador havia dado um jeito de libertar. Mas aquelas pobres pessoas foram encontradas mortas... Não se sabe a identidade delas, por isso a polícia está checando se há alguma queixa de desaparecimento. Lamento tanto por elas... Não pude ajudá-las...
Outra coisa que lamentava era o assassino ter conseguido fugir assim que ouviu os helicópteros da polícia chegando. Sequer consegui olhar a placa da Ferrari!
No meio daquela confusão toda, tiros de alerta disparados, eu só consegui pensar em correr para os braços de Lennon. Nem tinha me dado conta de que estava seminua... Somente quando ele me cobriu com sua jaqueta e me levou para o helicóptero nos braços, foi que tive consciência de que tinha sido por pouco! Que se ele não estivesse monitorando meu iPHONE, jamais saberia a localização de onde eu estava, e o pior teria me acontecido...
Quando voltasse para casa daria um beijo no porteiro, por ter facilitado a entrada de Lennon em minha casa, sem saber que ele colocaria escutas... Graças a isso pôde salvar minha vida por três vezes.
Já havia lhe agradecido. Mas Lennon não estava falando comigo... Estava com tanta raiva por eu ter me colocado em perigo, depois de tantas advertências, que prefere me ignorar a me dar outra surra. Não consigo esquecer o desespero dele quando me trouxe ao hospital. Parecia que eu estava morrendo e precisasse ser atendida com a maior urgência. De fato estava em choque e acho que não falava coisa com coisa, mas ele exagerou ao adentrar o pronto-atendimento ameaçando com a arma funcionários e médicos, para que me atendessem imediatamente.
Agora eu estava aqui internada... Tudo o que eu queria era ir para casa. Precisava escrever uma matéria sobre tudo o que eu tinha vivido.
—Moa por que não trouxe meu notebook? —fiquei desapontada—Preciso fazer logo essa matéria, antes que esqueça algum detalhe...
—Mari você precisa de repouso! Além do mais, o investigador me proibiu de trazer o note.
—Droga! Traga papel e caneta então... Eu redijo e depois você pede para Alex digitar.
—Lamento!
—Moa está perdendo uma grande oportunidade de sair na frente dos concorrentes! Essa matéria é uma forma de alertar os leitores que há envolvimento de políticos com grupos neonazistas... Eles precisam saber em quem estarão votando!
—Já não chega ter mexido no vespeiro dos neonazistas, agora quer meter-se com a política?! Ah, Marina, eu desisto! —ouvi a voz que há 24 horas que não escutava.
—Lennon eu...
—Não fale comigo! —disse irritado—Não quero ouvi-la falando disparates. Eu juro se você se colocar em perigo novamente, eu não moverei um dedo para salvá-la! Sua teimosia quase custou sua vida mais uma vez... E não foi por falta de aviso!
—Mas eu...
—Cale a boca! —os olhos faiscando de raiva — Isso é o que dá me envolver com mocinhas desmioladas... Não tenho mais tempo a perder com você. Agora chega!
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O assassino de livros
Mistero / ThrillerDois escritores que escrevem sobre a mesma mulher amada, mas sob enfoques diferentes, são assassinados na iminência de lancar seus livros. Um editor que lucra com essas mortes, um investigador arrogante e uma jornalista obstinada em descobrir o assa...