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   Já estamos na van do pai da Lauren, indo para o condomínio para pegarmos nossas coisas. Chegamos em frente à minha casa, então desço com Hailee e vejo a van virar em outra rua, para Florence pegar as coisas dela.

-Amor, vem comigo? Já deixei as coisas meio que prontas, só guardar algumas roupas e a gente vai na sua casa - peço para Hailee, puxando delicadamente sua mão para não deixa-lá se afastar.

-Só não vamos demorar - fala e anda em direção à porta, tiro as chaves da bolsa e abro. Ela entra na minha frente e fecho novamente a porta atrás de mim.

-Nossa, está mesmo com pressa, hein? - falo e a viro de frente para mim, seguro em sua cintura e quando vou beija-lá, ela se afasta. - O que houve?

-Você deveria estar com a mesma pressa que eu. A Florence não costuma pegar muita coisa. Daqui a pouco o pai da Lauren vem e ainda temos que pegar minha mala, que por incrível que pareça, não é você - da um sorriso sacana e se afasta depois de me dar um selinho.

-Sem graça. Por que eu fui arrumar alguém tão responsável? - bufo para brincar com ela e a vejo se jogar no sofá.

-Porque você tem bom gosto - fala cantarolando e eu ignoro, indo em direção às escadas.

   Coloco algumas coisas que já estavam separadas, com mais duas calcinhas de biquíni, já que iríamos ficar dois dias a mais no recanto, por conta da mudança de planos da família Jauregui. Depois de conferir tudo, desço com a mochila em mãos e a jogo em cima da Hailee.

-O que é isso? - fala depois de se assustar e segura a mochila, se levantando.

-Minhas coisas, ué - respondo segurando a risada. Ela revira os olhos e sai de casa, a sigo e tranco a casa de novo, indo para a sua, ao lado.

-Seus pais estão aí?

-Não. Eles só chegam 18:30, lembra? - abre a casa e entra, a sigo e fecho a porta, brincando com Martini. - Eu já volto. Se eles chegarem, você avisa aí - faço um joinha de costas e me abaixo para pegar a cachorra no colo, ouvindo os passos da Hailee se afastarem.

   Florence me manda uma mensagem avisando que iriam passar na casa de Ella e voltariam para nos pegar depois, a respondo e volto a dar atenção para Martini.

-Quem é a coisinha mais linda do mundo? - pergunto com voz de bebê e ela balança o rabinho. - É, é você! Linda e educada, igual sua outra mãe, Haiz - sorrio e ela me lambe.

-"Outra" mãe, é? Não sabia que ela tinha duas - Hailee fala descendo as escadas sorrindo.

-Eu sou! Tenho direito, já que eu amo a mãe original dela - coloco a cachorra no chão e me levanto.

-A mãe original dela é um cachorro. Que horror, Sn - vem até mim com nossas mochilas.

-Ah, você entendeu - pego minha mochila.

-Eu tô te zoando. Eu também te amo - ela sorri e me da um selinho demorado, fico fitando seus olhos depois de nos separarmos. - Por que está pensativa? - coloca meu cabelo atrás da minha orelha.

-Não é estranho? - ela faz uma cara confusa e eu continuo - Falar eu te amo depois de termos nos declarado uma pra outra. Sei lá, parece mais forte, com significados mais profundos do que antes.

-A gente já se amava antes. Agora só ganhou um significado mais... romântico, eu diria. E eu não acho estranho porque estou disposta a me "entregar" à você nesse sentido, e isso inclui demonstrar o que eu sinto.

-Eu também, Haiz. Mas ainda não acredito que consegui confessar essas coisas e que você estava igual.

-Eu entendo - me da um selinho. - Só tem uma coisa que nós, ou melhor, você vai precisar resolver.

-O que?

-Uma turbulência, chamada Sophia.

-Não fala assim, Hailee. 

-Sério? - revira os olhos e cruza os braços. - Eu estou falando sério.

-Eu sei. Mas eu vou falar com ela, só vamos esperar nós voltarmos de viagem, não quero ter que fazer isso por mensagem. Sei que ela gosta muito do que nós temos...

-Tinham. Do que vocês tinham - ela me corrige.

-Isso, do que nós tínhamos. Não quero ser indelicada assim. Não fique chateada.

-Eu não estou, fica tranquila. Só precisava de falar sobre isso para não ter problemas depois - escutamos uma buzina em frente de casa. - Vamos.

-Fecha a casa que eu vou guardando as coisas.

   Pego nossas coisas e guardo na parte de trás da van. Me sento em um banco para duas pessoas, Florence se senta comigo e Ella e Hailee no banco virado de frente para nós.

-Coloquem os cintos. Não quero ninguém caindo aí atrás - o pai de Lauren brinca.

-Pode deixar - Ella responde e começamos a viagem.

Seriam duas horas, não era muita coisa mas colocamos música para passar rápido. Quando começa a que eu escolhi, Hailee sorri já sabendo o que eu iria fazer, então começo a cantar com a música.


If you be the cash - aponto para ela.


I'll be the rubberband - aponto para mim.

You be the match

Imma be your fuse, boom! - finjo uma explosão e mando um beijo no ar para ela, que ela finge pegar, como sempre faz.


Painter, baby

You could be the muse

I'm the reporter, baby

You could be the news 


'Cause you're the cigarette - aponto novamente para ela.

And I'm the smoker - faço um movimento fingindo fumar.


We raise a bet

'Cause your a joker

Checked off

You are the chalk

And I could be the blackboard

And you can be the talk

And I could be the walk


Pisco para ela, que sorri tímida e nega com a cabeça.

-Vocês são absolutamente mais gays que eu e Ella - Florence fala e levanta as mãos em sinal de rendição.

-Não somos não - Hailee se defende e eu sorrio. - A Sn é.

-Ei!! - faço uma cara de ofendida.

-Mas eu gosto.

-Viu, muito mais gays - Florence provoca de novo e a dou um tapa no ombro. - Nossa, gostam de bater também? - faz uma cara maliciosa.

-Ai, só cala a boca, cara - falo e vejo Hailee segurando a risada.

That's almost a cliche - Hailee Steinfeld / YouOnde histórias criam vida. Descubra agora