MEU NERD SECRETO [COMPLETO]

CAPÍTULO 08

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[SUSPEITOS DE MATTEO]
• AMÉLIA
• DEREK
• SABRINA
• MARK
• STUART
[SUSPEITOS DE SEAN]
• TREINADOR JESSER
• KYLAND
• CLARY
• RICHARD
• DYLAN

     Essa é nossa lista minuciosamente criada, embora tenha sido feita de forma rápida. Eu considerei bastante se deveria ou não colocar Dylan na minha parte da lista, porque eu já dei uns foras nele e ele pode ter ficado com raiva, mas algo no fundo da minha mente sabe que não é ele, porque o cara é bastante legal comigo (Apesar de não custar nada investigar, certo?).

     Depois de debatermos durante um bom tempo, chegamos a conclusão de que a pessoa com certeza é alguém que frequenta o campus, já que nem temos contato com alguém de fora mesmo. Procuramos as pessoas com quem já tivemos desavenças e que teriam motivos de fazer alguma coisa contra nós.

      No meu caso, eu sou meio barraqueiro e já me meti em encrenca com um monte de gente (a maioria por ter dado um fora, ou por ter sido meio grosso quando expliquei que não queria uma segunda rodada com a pessoa do que quer que tenhamos feito). Acho que esse chantagista quer bem mais me atingir do que tudo, e que Matteo só deu o azar de estar no lugar errado e na hora errada.

      Descartei a maioria das pessoas da minha lista, porque metade não teria inteligência suficiente para Hackear o celular de alguém, então ficaram só os que realmente tiveram uma briga feia comigo, ou os que eu considero espertinhos o suficiente para tentar alguma coisa assim.

      A lista de Matteo tem basicamente ex-namorados (porque pelo visto, o cara gosta de namorar sério) e algumas pessoas com quem ele teve uma briga na sala de aula, mas nada que pareça ser motivo para uma chantagem dessa.

       Outro ponto bastante importante que levantei: como esse INFELIZ sabia que Matteo e eu tínhamos transado, e como sabia que ele havia gravado aquele vídeo enquanto a gente fazia isso?! Matteo me garantiu que não mandou o vídeo para absolutamente ninguém, e que o apagou no dia seguinte, e isso nos faz chegar a uma conclusão:

       (Primeiro, preciso explicar onde estávamos e em que situação o vídeo foi gravado). Estava rolando uma festa na casa de um veterano da turma de advocacia. Estava praticamente toda a galerinha da maioria dos cursos lá. Eu e Matteo bebemos pra caralho, dançamos pra porra (não necessariamente juntos) e depois... <LAPSO DE MEMÓRIA>, porque só lembro que transamos em um dos quartos vazios da mansão. Os detalhes são meio que um borrão na minha mente, e só consigo lembrar agora de pelo menos 40% do que aconteceu por causa do vídeo.

       Depois, eu peguei uma carona umas 3:00 da manhã e voltei para os dormitórios, enquanto Matteo dormiu lá mesmo no quarto. Ou seja: seu celular (COM O MALDITO VÍDEO) ficou dando sopa o resto da noite inteirinha, e qualquer um poderia ter pegado e feito isso.

       Outro ponto: TODOS os nossos suspeitos estavam lá naquele dia, e isso tá me deixando praticamente maluco. E pelas olheiras ao redor dos olhos de Matteo, ele tem passado muito tempo pensando nisso também.

        Minha mente vai automaticamente para Dean, e na humilhação que a gente, principalmente ele, vai passar se essa merda vazar.

        Pra falar a verdade, depois de pensar bastante, constatei que não estou tão arrependido de ter transado com Matteo assim, e embora não lembre de nada, a lembrança de que foi bom paira sob meus pensamentos. Sei que ele provavelmente tá se culpando por ter gravado o vídeo, e dar pra isso notar pela forma como ele está roendo as unhas sem parar.

     — Hey. A gente vai dar um jeito. — afirmo, com uma onda súbita de simpatia passando por mim. O Harry Potter 2.0 olha para mim e assente Levemente com o rosto. O olhar pensativo o deixa com uma aparência de alguém um pouco mais novo, embora eu tenha certeza que ele tem 19 ou 20 anos.

      — Certo.

     —  Do que você precisa para conseguir ter acesso ao celular deles? — Deito no seu sofá como se fosse o dono do lugar, colocando as pernas no seu colo (e tomando cuidado para não roçar no volume presente alí, já que o cara parece estar sem cueca, porque os negócios ali dentro tão balançando de uma forma suspeita).

      — vou criar um código de acesso, aí você só precisa logar no celular deles sem que percebam, e voilà, terei acesso a tudo. — Ele explica, fechando o notebook e relaxando um pouco no sofá. Os músculos esguios da sua barriga sobem descem enquanto ele respira levemente. A sua virilha também tem umas veias saltadas.

      — Não teria como conseguir fazer isso só com um número, ou um email, sei lá? — Desvio o olhar e encaro o teto da sua casa, que é forrado com gesso.

      — Nah. Seria fácil demais assim. Com o número ou um email eu conseguiria descobrir dados pessoais como idade, documentos e coisas básicas, mas não ter acesso ao celular. — Matteo explica, dando de ombros e colocando os braços sob a cabeça, também encarando o teto.

      — Que medo. — Murmuro, arrancando uma risada baixinha dele. Como falei antes, ficar próximo dele me faz sentir como se eu fosse o garoto mais burro do universo. Deve ser difícil pra caralho hackear ou fazer coisas assim.

      — Cê quer comer, beber um refri, sei lá? — Ele pergunta, bocejando alto e fazendo aquele espaçamento entre os dentes aparecerem. É engraçado como meus olhos vão imediatamente para lá assim que ele abre a boca. Aquela brechinha curiosamente combina com ele, assim como óculos redondos de grau.

      — Na verdade, acho que já vou pra casa. Está tarde pra caramba já. — Murmuro, tirando os pés do seu colo (e ignorando totalmente quando meus dedos roçam algo suspeito) enquanto levando e me espreguiço.

      — Beleza então. Quer carona?

      — Nah. Eu pego um táxi.— Murmuro, checando às horas e constatando que já são quase 8:00 da noite, e provavelmente vai demorar pra caramba para algum táxi estar disponível. Matteo parece pensar a mesma coisa, porque levanta e pega uma camisa cinza que está jogada no canto do sofá.

      — Vou te levar lá de moto. Você mora no alojamento dos calouros né?

     — Sim. — Murmuro, dando-me por vencido. Recusar carona é algo que eu geralmente não faço.

      Nós saímos da sua casa logo após calçarmos nossos sapatos, então ele tira uma motocicleta lustrosa e bem cuidada da garagem, com dois capacetes enfiados no guidão.

     — Vamos? — ele diz, ligando a sua máquina com um sorriso torto no rosto. Eu reviro os olhos e pego o capacete reserva, antes de subir na sua garupa e agarrar a sua cintura.

      — Vamos. — Respondo, então ele arranca com tudo, quase me fazendo voar da moto. Solto um grito meio estrangulado, enquanto ar frio da noite bate no rosto e Matteo solta uma gargalhada.

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