CAPÍTULO 22

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     — O que vamos fazer, agora que descartamos todas as pessoas possíveis? — pergunto para Matteo, no dia seguinte. Ele está na sua casa e eu tive quer vir para o campus, mas liguei para ele poucos minutos atrás.

     Confesso que estou um pouco apreensivo sobre esse assunto, principalmente porque não faço ideia de quem seja esse maldito chantagista, já que todos os nossos suspeitos foram descartados.

     — Tem certeza que não desconfia de mais ninguém? — Matteo solta um suspiro cansado e preocupado. Acho que ele teme por mim mais do que eu mesmo.

     — Sim. Não briguei com mais ninguém aqui. — deito no banquinho da praça e fecho um pouco os olhos, porque alguns raios de sol conseguem atravessar a copa das árvores. Ontem eu fiz questão de não tocar mais nesse maldito assunto e apenas curtir o meu dia maravilhoso com Matteo (e que foi definitivamente um dos melhores da minha vida, e eu preciso de outros iguais a esse pra ontem), mas agora, é inevitável que tudo volte à tona novamente.

     — Que merda. Também terminei de checar o meu próprio celular, e foi um beco sem saída. Ele não foi hackeado, o que só indica que alguém o pegou naquela noite e conseguiu o vídeo sem usar meios ilegais pra isso. — Ele diz, um tanto frustado. Queria estar com ele agora, sussurrar no seu ouvido que estamos juntos nessa e lhe dar um abraço apertado, seguido por um monte de beijos.

     — Vamos dar um jeito, okay? — Afirmo.

     — Certo. Você quer que eu vá te buscar aí no campus? Queria você aqui Comigo. — O nerd safado diz de uma forma manhosa, enviando calafrios pela minha espinha.

     — pode ser daqui uns quarenta minutos? Vou passar no campo de futebol americano pra dar um 'Oi' pro meu irmão. — Levanto do banco da praça e pego a minha mochila, colocando-a em apenas um dos ombros, enquanto continuo com o celular preso entre o ouvido e o ombro.

     — Claro. Te mando mensagem quando chegar aí.

     — Okay. Tchau, seu safado. — provoco, abrindo um sorrisinho malicioso.

     — Tchau, Mozão. — Ele responde, soltando uma risadinha engraçada. Eu abro a boca para dizer alguma coisa, mas ele encerra a ligação antes disso.

     Reviro os olhos e enfio o celular no bolso da calça, antes de começar a andar em direção ao campo de futebol americano do Campus.

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     É engraçado pensar que uns dois meses atrás eu via meu irmão gêmeo sentado alí no cantinho escuro da arquibancada apenas encarando o seu crush, sem ter coragem de sequer falar com ele. Agora os dois estão completamente apaixonadinhos e não desgrudam por um segundo sequer.

     Dean Agora senta na primeira fileira das arquibancadas de madeira, sem ter que se esconder de ninguém, já que todos sabem que esses dois estão juntos (O cara ganhou pontos comigo por não querer fazer o meu irmão esconder o que sente por ele em público, além de demostrar afeto para meu neném sem se importar que todos vejam isso).

     Enquanto me aproximo, sigo o olhar de Dean e encaro o caro alto e musculoso correndo pelo campo, junto com os outros jogadores. Hunter é realmente muito bonito, e combina perfeitamente com o meu irmão (seguindo aquelas teoria de que os opostos se atraem). Ele deve ter quase uns dois metros de altura, cabelo crespo cortado num estilo meio militar e a pele de um tom escuro de marrom que parece absorver a luz do sol.

     — Oi, gayzinho apaixonado. — Cumprimento meu irmão assim que sento ao seu lado, não tendo certeza se ele notou a minha presença aqui, até porque ele parece estar hipnotizado pelo negão correndo ali no campo.

    — Oi, gayzinho com namorado secreto. — Ele murmura de volta, me fazendo dá um tapinha na sua nuca. Há um caderno um pouco velho no seu colo, provavelmente de desenhos, já que além de ser o ninja da cozinha, meu irmãozinho aqui também manja de desenhos.

     — Ele não é meu namorado. — Dou de ombros, encostando-me contra a arquibancada, embora não seja lá muito confortável.

     — Mas então. Vai dormir com seu boy hoje? — Dean me encara por cima dos ombros, abrindo um sorriso fofo.

     — Provavelmente. E você? Vai pra casa do negão gostoso alí? —pergunto, fazendo-o corar tanto que acho que o menino vai explodir.

    — V-vou.

     — SEU SAFADO!! quero saber se tudo depois!! — exclamo, fazendo cócegas na barriga de Dean e arrancando gargalhadas histéricas dele.

    — O-okay okay! — Ele exclama, me empurrando um pouco para longe e abrindo um sorriso largo, mas o seu sorriso some apressadamente assim que ele foca em alguma coisa, por cima do meu ombro.

     — O que foi? Parece que viu um fantasma. — Olho para trás rapidamente, encontrando o mesmo cara loiro da biblioteca sentado à poucos metros da gente, e mesmo que tente fazer de forma discreta, consigo vê-lo nos encarando com sua visão periférica de vez em quando.

     — C-conhece esse maluco? — Meu irmão sussurra baixinho, me fazendo olhar para ele, sem entender nada.

     — Não. Por que?

     — Ele me agarrou pelo braço outro dia, achando que eu era você.

     — ELE TE MACHUCOU?! — Rosno, agarrando os braços pálidos do meu irmão para procurar algum hematoma, mas não há nada na sua pele pálida (tirando uns chupões no pescoço, embora esses tenham sido obras de Hunter).

     — faz umas duas semanas. Já sumiu tudo. — Ele explica, fazendo uma onda de ódio emanar de mim.

     — Vem. Vamos sair daqui. — fico de pé na velocidade da luz e puxo o meu irmão pela mão, enquanto uso a outra para arrancar o celular do bolso e digitar uma mensagem rápida para Matteo.

"ACHO QUE ENCONTREI O NOSSO CHANTAGISTA DE MERDA."
15:08 P.M.

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MEU NERD SECRETO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora