Capítulo 11 Evelyn

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    Assim que chegamos em Malibu encontramos as pessoas com quem Robert havia conversado para providenciar o que era necessário. Depois de quatro horas já havíamos feito tudo o que precisávamos e voltamos para LA.

    Assim que chegamos liguei para casa de Celia. Ninguém atendeu, exatamente como eu esperava. Se eu fosse rápida conseguiria fazer o que pretendia desde o início.

    Peguei um táxi e fui para a floricultura mais próxima da sorveteria onde Celia supostamente estaria, comprei um buquê de lírios brancos e fui quase correndo até a sorveteria.

    Olhei meio ofegante pelo vidro para ver se ela ainda estava lá. Uma moça alta, morena e de pele muito branca saiu da sorveteria, seguida por um casal de adolescentes. Vi Celia se levantar de uma mesa bem no fundo e no canto da sorveteria e pegar sua bolsa pronta para sair.

    Observei a quantidade de clientes lá dentro e vi que não tinham mais do que cinco pessoas. Dois outros casais de adolescentes que estavam muito interessados em provar o sorvete das bocas um dos outros, e uma menininha de uns oito anos no balcão. Entrei com o buquê escondido atrás de minhas costas e caminhei até a mesa.

    Celia estava olhando para baixo conferindo algo na bolsa quando enfiei as flores debaixo de seu nariz. Ela pulou com um gritinho curto e colocou uma das mão sobre o peito.

   — Evelyn! Mas o que é isso? Quer me mat... O que é que você está fazendo aqui? — ela perguntou, a última parte quase em um sussurro.

   — Vim lhe entregar isto. — respondi, e aumentei o tom levemente quando disse — Deveria dizer para seus pretendente que, por mais que eu seja sua melhor amiga, não faço trabalho de entrega de graça — pisquei um olho para ela e continuei, perguntando com um sorriso torto em um tom mais baixo — Como foi seu encontro?

   — Não foi um encontro, você sabe muito bem. —  ela respondeu rápido, enquanto começava a ficar vermelha. Sua paciência aparentemente estava por um fio — Pode considerar isso como uma reunião de negócios. 

    Celia se virou e deu alguns passos duros em direção à saída. Instintivamente agarrei seu pulso, olhando para o canto das paredes discretamente me garantindo de que não haviam câmeras de segurança ali.

   — Não vai pegar as flores? — perguntei baixinho.

   Sua expressão se suavizou um pouco, mas claramente algo a incomodava. Naquele momento, não sabia dizer se queria ou não saber o que tinha acontecido.

   Celia pegou as flores da minha mão e balbuciou um "obrigada". Só fiz um gesto com a mão rejeitando o agradecimento e sorri enquanto ia para o seu lado.

    Os casais haviam ido embora e a garotinha conversava alegremente com o único funcionário à vista, que limpava o balcão com uma concentração exagerada. 

    Quando terminei minha análise coloquei a mão na cintura de Celia e beijei sua testa. Me afastei depressa e vi Celia arregalar os olhos, corar e sorrir. "Ela fica tão linda envergonhada". Me lembro de ter pensado.

   — Vamos, tenho uma surpresa para você. — falei, empurrando ela até a porta.

   — Mais uma? — ela perguntou, olhando por cima do ombro com as sobrancelhas erguidas enquanto era empurrada.

   — Isso não é nada comparado com o que lhe espera, sweethart. Agora vamos.

    Enquanto íamos até o carro vi Celia afagar as flores com todo o cuidado e atenção do mundo e comecei a ficar nervosa. Será que ela vai encontrar antes da hora? Ela tem que parar de mexer nessas flores senão vai estragar todo o plano! Minha mente estava um turbilhão.

    Peguei as flores dela e as coloquei com muito cuidado em meu colo enquanto entrava no banco do passageiro e colocava o sinto. Celia se acomodava atrás do volante.

   — Se segurem flores, a dona de vocês pode ser bem imprudente ao volante. — brinquei e Celia bufou fingindo estar brava, mas vi o fantasma de um sorriso em seu rosto apesar do olhar cansado.

   — Você bem que podia aprender a dirigir, não acha? Ao invés de criticar minhas habilidades na direção.

   — Por que eu faria isso se já tenho quem dirija para mim?

   — Bem, para onde vamos, Srta. Surpresas? — ela perguntou ligando o carro

   — Para sua casa — respondi e ela franziu o cenho. — Só vá, Cece. Confie em mim.

    Quando chegamos em sua casa a puxei para o quarto e me joguei na cama. Ela me olhou curiosa.

   — Faça as malas, ponha bastante biquínis e shorts. — Celia ficou me encarando com um ponto enorme de interrogação no meio da testa — Nós vamos para Malibu.

Meet Me In The AfterglowOnde histórias criam vida. Descubra agora