Capítulo 18 Evelyn

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*Algumas horas antes*

Corri até em casa. Mesmo de salto e vestido, mesmo no Sol das cinco da tarde. Precisava me explicar para Celia. Precisava dizer para ela o que aquele degenerado havia feito.

    Esperava que ela tivesse olhado e analisado com cuidado a foto, que fosse racional e confiante o suficiente para saber que eu nunca faria aquilo com ela. Não depois de tudo.

    De novo não, eu pensei enquanto corria, por favor, de novo não. Implorei para o que fosse que estivesse me escutando.

    Quando cheguei ao nosso apartamento, era quase noite e eu estava completamente suada e ofegante. Apoiei as mão nos joelhos e tentei recuperar o fôlego. Depois de quase dois minutos, a porta se abriu sozinha e vi o que temia. Celia estava de malas prontas na minha frente. Seu perfume me invadiu e eu perdi um pouco a minha postura.


    — Você vai me ouvir — impus, ao me endireitar.

    — Estou indo embora Evelyn. — sua voz fria me quebrou ao meio.

    — E pra onde você vai? Para a Europa cinco dias adiantada? — debochei, começando a me estressar com Celia e sua falta de fé em mim.

    — Liguei para Stella. Vou ficar na casa dela até o dia de irmos à Europa. — ela disse levantando o queixo, meu coração foi parar na boca com essa informação. — Saia da minha frente Evelyn.

    Ela é a primeira pessoa que Celia procuraria caso algo acontecesse... Pensei sentindo como se facas me atravessassem o peito. Quem é essa vagabunda afinal?

    — Eu só saio depois que você me ouvir — entrei mais na frente dela.

    — Não quero ouvir uma única frase completa de desculpinhas sair da sua boca Evelyn. — disse, aumentando seu tom de voz — Agora saia da minha frente!

    — Celia, por favor... — minha voz falhou um pouco. Não me importei.

    — E o que você tem a dizer Evelyn? Hein? Que ele te forçou? Pela sua cara e suas mãos nos cabelos dele não parecia ter nenhuma objeção sobre o beijo. Vai dizer que é pelo filme? Que foi preciso? Que isso foi um sacrifício por nós? Que fez isso por mim? — a última frase saiu quase como uma ameaça sussurrada para mim. Seus olhos me fusilavam enquanto segurava as lágrimas.

    Agarrei Celia pelos ombros a forçando a entrar em casa. Me virei fechando e trancando a porta do apartamento. Não iria discutir com ela no corredor.

    — Presta atenção Celia, você sequer olhou a foto direito? — perguntei tentando manter a calma.

    Celia andava de um lado para o outro atrás da mesa da cozinha enquanto falava.

    — Ah, eu olhei sim. Olhei claramente seus olhos abertos durante o beijo, brilhando de paixão pelo seu ex-marido de merda, que te batia e te fazia de empregada enquanto te traía com todas as vagabundas já conhecidas na cidade. — ela disse, ficando vermelha do peito às orelhas, a cada palavra a voz de Celia aumentava uma oitava. Ela se virou para mim, gesticulando raivosamente — Vi com clareza, suas mãos no cabelo daquele maldito, o puxando para perto... Assim como faz comigo!

Meet Me In The AfterglowOnde histórias criam vida. Descubra agora