*Capítulo 27 Evelyn*

945 40 64
                                    

    — Ah, não é para tanto também. — falei enquanto via Celia chorar pelo final do filme.

    — Evelyn, você não tem coração! — respondeu aos soluços, eu dei risada. Ela estava linda.

    — Oh, querida, é realmente tocante o final do filme. É um filme excelente e emocionante, sim, mas não é tuuudo isso. — falei enquanto enxugava suas lágrimas e via Celia cruzar os braços.

    — A mensagem do filme é linda. — se pronunciou John.

    — Mas pouco realista. Como se somente esperança fosse convencer alguém a não se matar. — falei sarcástica e Celia me olhou horrorizada.

    — Você é azeda, Evelyn. — Ela falou se lavantando e todos deram risada.

    — Sou realista, é diferente! — falei com um pequeno sorriso, vendo ela se direcionar até a cozinha.

    — É... Acho que já deu a hora de ir. — disse Harry, deitado no chão. Durante o filme ele acabou se sentando no chão e John o puxou para o seu colo, a contragosto de Harry, que ficou vermelho de vergonha. Algo que pensei que nunca veria na vida: Harry Cameron corando. — Vamos baby?

    — Sim, sim.

    — Acho que vou indo também. — Robert disse e se levantou.

    — Você já vai? — perguntou Celia atrás de Robert. Ela segurava um copo d'água e fez beicinho ao falar. Robert apenas acenou que sim com a cabeça.

    Os olhos de Celia ficaram sem brilho, seus lábios formaram uma linha reta e ela abaixou a cabeça. Estava triste em não poder passar o Natal com o irmão.

    — Por que não passa a noite aqui? — me pronunciei por impulso, para não ver Celia triste. Ela ergueu a cabeça no mesmo momento, mas meus olhos estavam em meu cunhado.

    — Bem...

    — Isso! Dorme aqui e amanhã cedo você pega a estrada até a casa da mamãe. Faltam 5 dias para o Natal, tem tempo para chegar lá. — os olhos de Celia brilhavam com a ideia.

    Robert pareceu pensar, então me olhou, viu que eu estava inexpressiva olhando para ele. Ele parecia analisar os prós e contras da situação.

    — Não estarei incomodando? — a pergunta foi direcionada à mim.

    Eu queria ficar a sós com Celia, matar a saudade. Reprimi a vontade de a agarra e prensar seu corpo contra a parede desde que a busquei no aeroporto. Mas quando olhei para ela e seus olhos brilhando em esperança de ter um pouco mais do irmão...

    — Claro que não, Robert querido. — falei fazendo graça e sorrindo de lado. Ele pareceu segurar a risada, mas se fez de bravo.

    — É assim que me trata, cunhadinha? Que fofa! — ele acertou em cheio na provocação, trinquei os dentes e ele sorriu. Sorri também depois de um tempo.

    — Vou preparar o quarto de hóspedes. Só não manche meus lençóis quando estiver pensando em Donna Reed*¹, eles foram lavados ontem. — brinquei, escutando risadas, enquanto ia em direção ao quarto do andar de baixo. Pretendia fazer amor com Celia e não ousaria perturbar o sono da beleza de Robert o hospedando no quarto ao lado do nosso.

    Consegui ver de rabo de olho Celia abraçando o irmão com força antes de eu entrar no quarto. Eu estava colocando o lençol da cama quando John entrou para se despedir e me abraçou. Harry veio logo em seguida e disse para John o esperar no carro.

    — Você está bem? — ele perguntou assim que John fechou a porta. Fiquei olhando para ele com um sorriso forçado no rosto.

    — Claro que sim, por que não estaria? — voltei a ajeitar o lençol.

Meet Me In The AfterglowOnde histórias criam vida. Descubra agora