Capítulo 8

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O Plaza era o hotel mais lindo que já vira na vida, tinha um ar contemporâneo, com estrutura medieval e aparentava um vintage dos anos 90. Isso devia custar muito caro, mas é de um promotor bem sucedido que estamos falando. Eu queria poder descobrir mais essa noite, saber por que ele definhou com a vida do meu pai. Mas não queria dar motivos do porquê nem a ele e nem ao meu chefe suposto namorado.

Entramos de mãos dadas no hall do andar principal, um segurança nos parou e começou a ler uma lista, mas logo recebeu informações pelo fone de ouvido que deveríamos entrar. Apesar de ambos termos nossas preocupações devo admitir que ele gosta de se exibir, muitos olhares se direcionaram a nós novamente, alguns ainda pareciam chocados por eu estar com Liam. Os noivos estavam oferecendo um brinde quando nos sentamos em uma mesa bem próxima de onde estavam com um Buffett e vários champanhe distribuidos na mesma proporção em cada taça. Havia uma placa com o nome de Liam.

Liam arrastou uma cadeira para que eu me sentasse e logo sentou-se ao meu lado. Alex o olhou rapidamente e pediu a atenção de todos:

— Pessoal, serei breve, mas quero aqui dizer a minha amada esposa que o dia que nós encontramos, foi o melhor dia que eu poderia ter. És tão bela e tão altruísta, tão verdadeira quanto a uma flor, prometo rega-la todos os dias para que ela floresça cada vez mais linda. Obrigado por esse momento incrível na minha vida. — ele disse um pouco ofegante, mas sorria para a esposa.

Ela se levantou com ar encantado e o abraçou, mas olhou diretamente para Liam, que permaneceu mais uma vez parado assistindo, sem expressar qualquer emoção. Tive vontade de rir, mas tive que me conter pelo bem do nosso plano. Rapidamente, segurei seu queixo e o virei lentamente para mim, dentro do seu olhar azul havia uma interrogação, mas sorri suavemente para meu chefe e depositei um suave beijo em seus lábios. Bom, agora se alguém tinha dúvidas havia acabado agora.

Estava prestes a voltar a posição anterior, mas percebi sua mão aperta-me suavemente em minha cintura e aprofundou o beijo, segui seu ritmo mas sem entender porque ele continuou, uma corrente elétrica correu pelo meu corpo com aquele toque. Quando nos afastamos, um tanto ofegantes, sorri para ele mas sentia minhas bochechas queimarem, ele murmurou sem emitir qualquer som "perdão".

No fundo, eu havia estranhamente gostado, percebi meu coração acelerado demais e achei que estava tendo algum tipo de piripaque. Arranhei gentilmente a garganta e voltei a atenção aos noivos. As declarações das pessoas mais próximas haviam iniciado e só ouvimos o quanto aquele casal era especial, blindado por Deus, lindos, top 20, etc. Quase engasguei com isso.

Fomos servidos de um champanhe e fui agradecer ao garçom, fiquei ligeiramente intrigada com aquela beleza "havaiana", por assim dizer, aquele homem de cabelos encaracolados caindo sobre seus olhos verdes e de um bronzeado invejável, olhou para mim e para Liam, desejando um boa noite, aquela beleza sim, era surreal. Tempos depois ele retornava a mesa para nos servir mais drinks, e pensei como hoje eu sairia bêbada da festa de casamento, seria vergonhoso. Liam segurou gentilmente minha mão, seu olhar suplicava para o meu.

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Um pouco mais tarde, a festa de verdade havia começado, os noivos dançaram, até bem demais, para um caso de contos de fada. Liam disse que iria ao banheiro antes de me tirar para dançar, essa era uma verdadeira celebração, mas algo em mim dizia que tudo isso não passava de uma farsa. Havia muita gente poderosa, mas o pai de Liam não estava, apenas na igreja e ele era um juíz bastante respeitado na América. Fui ao bar lounge e encontrei de novo o garçom de novo.

Seus olhos verdes tão penetrantes se curvaram em pequenas rugas na linha de expressão quando me deu um sorriso.

— Quer mais um drinks? — perguntou.

Olheio-o abismada, tudo bem, ele conseguiu superar meu chefe em beleza humana.

— Por favor. — digo.

Ele riu com vontade mostrando seus dentes brancos e bem alinhados, ele colocava gelo e mais alguns líquidos e balançava aquele item de metal com maestria, aquilo foi a única coisa interessante em toda essa festa sem graça, apesar do lugar ser magnífico.

— Cadê seu namorado? — perguntou.

— Segundo ele, foi ao banheiro. — disse a ele enquanto ele sorria, jogando a bebida azul em uma taça. — Bem, qual seu nome?

Ele me olhou e apertou seus lábios de um jeito sexy e descontraído.

— Dante. E o seu madame?

— Morgan Montgomery. — ralhei quando a bebida foi entregue e bebi um gole experimentei aquela delícia gelada e ao mesmo tempo ardente. Era gostoso.

— Seu namorado costuma ser gentil com você? — perguntou calmamente.

— A maior parte do tempo.

Sua risada era a coisa mais linda que já havia ouvido na vida. Em dois anos trabalhando com Liam se ele esboçou um mero sorriso em toda sua vida, acho que já era muito.

— Percebi.

A conversa com Dante era agradável, sua beleza invejável, porém havia gostado de conhecê-lo. Ficamos mais alguns minutos conversando, até uma mão pesada e áspera pousar em meus ombros, um olhar azul em reprovação me olhava. Por algum motivo, meu coração acelerou com aquele toque. Ele depois olhou para o barman com uma cara mais do que feia, horrorosa, achei que isso seria o fim para nosso plano e a de um grande casamento.

Liam desceu a mão cuidadosamente até minha cintura e trocou olhares significativos com Dante que não se intimidou, apenas serviu uma bebida igual a minha e se retirou dali.

— Precisa ser mais discreta, ainda estamos sob vigília aqui, srta. Montgomery. — disse ele baixo enquanto perscrutava o olhar por todo lugar.

Será que alguém viu?

— Só estávamos conversando, sabia que ele passou uma temporada no Brasil? — disse calmamente.

O olhar frio de Liam já era uma boa resposta.
Ele segurou minha mão e me puxou para a pista de dança, onde os noivos nos assistiam com fervor. Olhei para Alex, ele desconfiava de nós, ele parecia querer descobrir alguma coisa. Joguei meus braços em volta do pescoço de Liam e falei coisas românticas para ele, que girou-me até entender porquê eu precisava fazer aquilo. Ele era um lindo pé de valsa, mas ignorava gentilmente meus dois pés esquerdos, amanhã ele teria de usar bastante gelo.

Bom, não era a mesma coisa que dançar em cima dos pés de papai, era mais difícil você tendo que tirar para acompanhar. Ele abaixou um pouco e sussurrou em meu ouvido:

— Posso beija-la novamente?

Assenti, por mais que fosse estranho beijar meu chefe, eu estava gostando.

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